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Setor imobiliário do Paraná cresce, mesmo com a pandemia

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Houve forte disputa por imóveis horizontais, tanto para locação quanto para compra. Porém, as cidades de maior porte não tinham estoques suficientes, e quem não conseguiu, optou pelos apartamentos

04/09/2020 | 17:22 - O crescimento dos casos de Covid-19 se intensificou no início de junho, no estado do Paraná, quando se viu às voltas com uma quarentena curta, de apenas 15 dias. Mas, cresceu também o volume de negociações de imóveis em 6,5% no ano, em comparação com igual período de 2019. O dado é destaque da entrevista ao podcast do Portal AECweb, de Jean Michel Galiano, presidente do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (Inpespar), órgão do Secovi-Paraná. “Estamos há dois anos, praticamente, com as vendas de imóveis em crescimento”, diz. Houve, também, um aumento de 10% no valor do ticket médio das unidades adquiridas.

Jean Michel elenca as razões do bom desempenho, a começar pela decisão de investidores de injetar recursos no mercado imobiliário. Outra fonte se originou da repatriação de valores adquiridos em moeda estrangeira, até 2014, a R$ 2,5 e revendidos agora a R$ 5. “Foi um ganho substancial que possibilitou fazer bons negócios com imóveis”, comenta, acrescentando que a redução entre 30 e 50% da taxa de juros do financiamento imobiliário soma-se aos demais fatores.

Entre 2017 e 2018, cerca de 50% das vendas realizadas foram financiadas e o restante à vista. “Este ano, passamos de 71% de imóveis comercializados com financiamento”, indica. Ele defende que não se trata de uma “bolha”, mas de um processo sustentável diante dos 8 milhões de déficit habitacional no país, o que garante a permanência do atual crescimento por muitos anos.

Nestes meses de crise epidêmica, houve forte procura por locação de casas de campo, no Paraná, assim como em São Paulo e Rio de Janeiro. Jean Michel entende que o fenômeno é sazonal, pela necessidade dos segmentos sociais abastados de se protegerem e, ao mesmo tempo, viverem em espaços com melhor qualidade de vida. Por outro lado, as grandes cidades não têm estoque de condomínios horizontais para atender a procura e nem terrenos para que novos sejam construídos. “Houve grande disputa pela locação desses imóveis. Na outra ponta, quem pode comprou”, conta.

Independentemente da renda, a procura e a venda de apartamentos mais amplos, de dois dormitórios, foi o segmento que mais cresceu. “As pessoas buscam, agora, mais do que um imóvel, elas querem um lar”, diz, elencando os diversos recursos implementados nos projetos dos empreendimentos para oferecer essa sensação aos compradores.

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