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Queda na locação de imóveis comerciais chega a 30%

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

No rastro da pandemia, o mercado imobiliário de locações comerciais encolheu, especialmente o de lojas de rua, enquanto os aluguéis residenciais sofreram menos

03/08/2020 | 15:10 - Esse cenário é tratado em números pela Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo (AABIC) e seu presidente, José Roberto Graiche Júnior, que fala em entrevista ao podcast do Portal AECweb. “A vacância de imóveis comerciais é, hoje, de 30% em relação ao total de locações disponíveis. Antes da pandemia, não passava de 20%, ou seja, houve um aumento real de 50% de imóveis vagos”, relata Graiche, ressaltando que esse impacto não está escolhendo região ou bairro, todos sofrem de maneira linear. Tanto na capital quanto no interior de São Paulo, o segmento mais prejudicado é o do comércio de rua, que vive abertura gradual e por poucas horas. “Quanto maior a flexibilização, a procura por locação aumenta”, diz.

Desde o início da quarenta no Estado de São Paulo, mais de 60% dos contratos de locação foram negociados entre proprietários e locatários, o que evitou o aumento do número de inadimplência. O aluguel de lajes e salas comerciais também caiu, porém, menos. “Está estagnado, sem entrega de imóveis, mas também sem procura ou ampliações. Todos permanecem à espera do que vai acontecer”, fala Graiche. O home office ainda é uma incógnita, que as empresas analisam enquanto se reestruturam.

A retomada das locações do segmento comercial vai depender da reativação da economia brasileira, assim como ocorreu na recente recessão vivida no país. Ele lamenta que a crise sanitária tenha interrompido a reação positiva que vinha ocorrendo no início do ano.

Já no segmento residencial, a reabertura dos estandes de vendas no início de junho, na cidade de São Paulo, devolveu aos lançamentos de imóveis o fôlego perdido na quarentena. Mas, as locações caíram: a cada 10 negócios, sete são realizados. Fato que se destaca é a troca de apartamentos por imóveis residenciais horizontais, por aqueles que estão trabalhando e estudando em casa. “Tendência que considero momentânea, até porque as pessoas não conseguem optar por morar em lugares ou regiões distantes dos centros comerciais, onde esses imóveis são mais facilmente encontrados”, diz, considerando provável que as escolhas futuras recaiam sobre imóveis verticais ou horizontais de maior área, com espaço para home office.

As taxas condominiais estão estáveis e há o registro de redução da inadimplência durante a crise, em percentuais menores do que a de fevereiro e março passados. “Houve uma tomada de consciência da importância dessa despesa para se viver melhor no imóvel”, indica Graiche.

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