Presidente do Sintracon fala sobre Covid-19 nos canteiros

Antonio de Sousa Ramalho comenta a contaminação de trabalhadores e ressalta a necessidade de reforçar alguns cuidados. Não acredita, no entanto, na paralisação de obras

14/04/2020 | 12:00 - Nos canteiros de obras da capital paulista, estão presentes 300 mil trabalhadores. De acordo com Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintracon), cerca de 500 estão afastados, com suspeita de infecção pelo Coronavírus. Desse total, 45 permanecem internados, sendo 10 em estado grave.

O sindicato dos empregados identifica que a contaminação vem ocorrendo principalmente no transporte público, com frota reduzida, e também pela falta de máscaras de proteção. Em estreito contato com entidades representativas das construtoras, o Sintracon recebeu a garantia de que, até o final desta semana, os canteiros de obras serão abastecidos com máscaras, mesmo que de produção artesanal.

No entanto, desde o início da pandemia, foi preciso paralisar obras – inclusive algumas grandes com até 2 mil trabalhadores –, para exigir o cumprimento das medidas indicadas pelas autoridades da saúde. Entre elas, o escalonamento do horário de entrada dos operários nos canteiros, distanciamento físico nas refeições e higienização dos locais coletivos.

Ramalho informa que cerca de 700 construtoras, de um universo de 35 mil empresas, já procuraram o sindicato para falar sobre demissões. Porém, até o momento, elas não aconteceram. “A maioria queria esclarecimentos sobre como manter as obras com segurança. É importante que as empresas tenham um pouco de paciência. Quando as coisas voltarem ao normal vai faltar mão de obra”, opina.

Ele não acredita na possibilidade de, num futuro breve, com a elevação da curva de casos, venha a ser determinado o fechamento dos canteiros de obras. “Outros países estão reabrindo os canteiros. Suspenderam e voltaram com segurança. Não creio que a construção civil seja afetada com isso”, declara.