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Podcast: Hospitais de campanha – construção e legado

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Especialista em arquitetura para a saúde fala da perenidade de sistemas construtivos para uso da população depois da pandemia e da necessidade de um plano estratégico nacional

05/06/2020 | 12:38 - Para o atendimento das vítimas da Covid-19, em menos de três meses foram construídos quase 300 hospitais de campanha em cidades brasileiras. Em entrevista ao Podcast do Portal AECweb, o arquiteto e doutor Fábio Bitencourt, especialista em arquitetura para a saúde e ex-presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar, analisa o que foi feito até agora, erros e acertos, os principais requisitos desse tipo de obra – de caráter urgente e de baixo custo – e o seu legado para a saúde pública.

As escolhas do poder público dos estados e municípios foram desde as tipologias efêmeras, como as tendas que serão posteriormente desmontadas, passando por containers que poderão se tornar equipamentos permanentes, até as adequações de prédios existentes. “As tendas são a solução mais simples e rápida, mas que apresenta maior dificuldade para resolver questões fundamentais do fluxo interno que é a qualidade do ar”, aponta.

Áreas onde são raras as edificações hospitalares, como Amazonas e Pará, conhecem e utilizam as estruturas identificadas como containers desde a década de 1990. O modelo permite a rápida implantação, adequações e, até mesmo, a perenidade, como ocorreu em São Paulo e Porto Alegre. Ele recomenda a publicação da Anvisa, de 2014, que contou com sua participação, intitulado “Conforto Ambiental em Estabelecimentos Assistenciais de Saúde”. O documento pode ser encontrado em https://issuu.com/fabiobitencourt/docs/anvisa_._manual_conforto_ambiental

Além do aspecto de conforto ambiental, o arquiteto destaca como requisitos básicos de projeto de hospital, mesmo que de campanha, fluxo e funcionalidade. “A Federação Internacional de Ambientes de Saúde está promovendo uma campanha para agregar voluntários de arquitetura e engenharia, para oferecer soluções aos países com maiores dificuldades”, conta.

Num cenário ideal, é preciso que o Brasil tenha um plano estratégico nacional para as situações de saúde, abrangendo, entre outros aspectos, a adequação de edificações subutilizadas, como ocorre nas principais capitais. “Para isso, precisamos de organização e de gestão”, destaca.

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