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Lojas de materiais de construção amargam forte queda nas vendas

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Segundo a Anamaco, 68% das 140 mil lojas do país são de pequeno e médio porte. Sem acesso ao crédito anunciado pelo governo federal, esperam pela retomada até o final de julho

05/06/2020 | 15:56 - Frequentadas, principalmente, pelo consumidor final, as lojas de materiais de construção foram consideradas essenciais durante a quarentena. Esses consumidores constituem o chamado mercado formiga – segmento que dá sustentação à indústria do setor em períodos de crise da construção civil. No entanto, a queda nas vendas ficou entre 50 e 70% em abril comparativamente a março, e em maio menos aguda. A informação é do economista Waldir Abreu, superintendente da Anamaco – entidade que reúne 140 mil lojas de materiais de construção em todo o país, em entrevista ao Podcast do Portal AECweb.

“A venda de materiais de reparo não sustenta o negócio”, diz, explicando que a abertura das lojas se justificou no fato de que os consumidores, restritos às suas casas, poderiam substituir uma lâmpada ou um chuveiro queimados, entre outros itens de reposição. As reformas são o carro-chefe da comercialização de materiais, porém, o atual ambiente de instabilidade faz com que o consumidor tenha outras prioridades, adiando o projeto. “O lado bom de as pessoas estarem em casa é que passam a olhar melhor para o imóvel e perceber as deficiências das instalações. E, quando elas tiverem mais certeza da situação econômica, vamos experimentar um movimento grande e o crescimento das vendas. Essa é nossa esperança”, comenta.

Para enfrentar esse momento, os lojistas colocaram em prática as mais variadas medidas. Desde o afastamento dos funcionários acima de 60 anos, à redução de salários com compensações permitidas pelo governo e afastamento mais prolongado de equipes. “O retorno desse pessoal vai acontecer no final de junho e início de julho, quando cada loja saberá se vai ter condições de mantê-los ou fazer as demissões”, relata Abreu.

Enquanto os grandes home-centers, com 200 a 300 funcionários, reduziram seus quadros, os pequenos e médios empresários não demitiram, até porque formar mão-de-obra futuramente é mais complicado. Lembrando que 68% das 140 mil lojas do setor é de pequenos comércios, que têm desde nenhum até quatro funcionários. “Por outro lado, esses pequenos e médios empresários não conseguiram acesso ao anunciado crédito que seria disponibilizado pelo governo federal”, comenta Abreu, acrescentando que, se até o final de julho o quadro não se reverter, muitos vão fechar.

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