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Duas regiões brasileiras entram para o repertório de geoparques mundiais

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

A inclusão foi aprovada pela Unesco. Até então, Araripe era o único geoparque brasileiro a integrar a lista

foto do geoparque de Seridó
Além dos dois parques no Brasil, a Unesco também declarou outros seis geoparques (Foto: Getson Luis/Reprodução)

18/04/2022 | 13:00 – A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) autorizou a inclusão de dois parques brasileiros no repertório de geoparques mundiais: o parque Caminhos dos Cânions do Sul, entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e o parque Seridó, no Rio Grande do Norte.

Até então, o Brasil só possuía um geoparque na lista, o geoparque de Araripe, situado na Bacia do Araripe, que preenche a região sul do Ceará, noroeste de Pernambuco e leste do Piauí.

Os geoparques são regiões reconhecidas por sua importância científica, paisagística, cultural, geológica, paleontológica, arqueológica e histórica. Um destaque relevante para a Unesco é, também, a combinação entre conservação e desenvolvimento sustentável de um parque, por meio da promoção de autonomia das comunidades locais.

“Os sítios dessa rede apresentam uma extraordinária diversidade geológica que sustenta a diversidade biológica e cultural de diferentes regiões. Os geoparques atendem as comunidades locais, e combinam a conservação de seu patrimônio geológico único com a disseminação pública e o desenvolvimento sustentável”, informou a Unesco.

A extensão territorial que integra o geoparque mundial Seridó é de 2.800 quilômetros quadrados, no nordeste brasileiro, onde residem mais de 120 mil habitantes. Um exemplo de conservação de patrimônio geológico e histórico considerado pela entidade é a presença da comunidade quilombola no local. Para a Unesco, “os habitantes mantêm viva a memória de seus ancestrais africanos escravizados para preservar sua cultura por meio de práticas tradicionais, museus e centros culturais.”

Já a área que compreende o geoparque mundial Caminhos dos Cânions do Sul, no sul do Brasil, é de 2.830 quilômetros quadrados. Ela hospeda 74.120 habitantes e seu território é marcado pela presença de Mata Atlântica — um dos ecossistemas mais ricos do planeta em termos de biodiversidade.

No período pré-colombiano, os habitantes da região se abrigavam em paleotocas (cavidades subterrâneas escavadas pela extinta megafauna paleovertebrada, como a preguiça gigante), cujos numerosos vestígios ainda são visíveis no geoparque.

“Além disso, o local apresenta os cânions mais impressionantes da América do Sul, formados pelos processos geomorfológicos únicos que o continente sofreu durante o desmembramento do supercontinente Gondwana, há cerca de 180 milhões de anos”, informou a Unesco.

A entidade também declarou outros seis geoparques além dos brasileiros: o geoparque de Ries, na Alemanha; Salpausselkä, na Finlândia; Cefalônia-Ítaca, na Grécia; Região de Buzău, na Romênia; Mëllerdall, em Luxemburgo; e Platåbergens, na Suécia.

Com as novas inclusões, a Rede Mundial de Geoparques reúne agora 177 áreas em 46 países.

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