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Cresce a ocupação de galpões logísticos alavancados pelo e-commerce

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Enquanto isso, o segmento de empreendimentos corporativos está em ritmo lento diante da pandemia e a decorrente crise econômica no país

08/09/2020 | 17:05 - O mercado de condomínios industriais logísticos não sentiu os efeitos da pandemia. Ao contrário, se aqueceu graças à explosão do e-commerce.

No Brasil, há um total de 585 empreendimentos, sendo 320 no estado de São Paulo. Nos últimos cinco anos, a taxa de vacância se reduziu, porém de forma ainda tímida entre 2016 e 2019, com queda de 24 para 21%. Isto se explica, em parte, porque a entrega de novos centros logísticos foi proporcional, ou até maior do que a locação pelas empresas. “No último ano, o nível de absorção desses espaços foi grande e hoje está em 17%”, informa Fernando Didziakas, sócio da Buildings – empresa de pesquisa imobiliária corporativa, em entrevista ao podcast do Portal AECweb.

Para explicar os fatores determinantes do desempenho desse mercado, no estado mais representativo do país, ele o divide em três grupos: os CDs localizados num raio de até 30 km do centro da capital paulista – são 132 condomínios – que estão com taxa de vacância de 13%; aqueles localizados entre 30 e 60 km têm taxa de 17%; já os que estão além dos 60 km, o índice sobe para 22%. “Quanto mais longe da cidade, menos atrativos”, comenta.

A distância também define o valor da locação por metro quadrado, sendo que o dos mais próximos fica em R$ 21, depois em R$ 17 e, dos mais distantes em R$ 15. O maior registro de locações, na pandemia, foi de CDs que estão na faixa dos 30 km a partir do centro cidade. Os aluguéis mais caros são compensados pela economia com os custos de transporte. Inclusive, porque a estratégia das empresas tem sido a entrega das compras no mesmo dia ou, no máximo, em 24 h. Já aquelas que estão mais distantes vêm adotando o conceito do last mile. “Elas alugam imóveis dentro da cidade, onde recebem os produtos diretamente do CD, e vencem ‘a última milha, o último quilômetro’ até a casa do consumidor”, explica Didziakas.

Já o segmento de empreendimentos corporativos que, até março passado, estava com estoques baixos e preços em alta, está bem mais devagar do que a expectativa daquele momento. De um lado, empresas colocaram suas equipes em home office. “Mas, de outro, as devoluções de espaços que aconteceram – e que foi muito maior do que o esperado –, decorrem da crise econômica, que determinou redução de custos e o escritório entra nessa conta”, destaca. No monitoramento da Buildings, foram raras as empresas que devolveram as salas e não locaram espaços menores em outro prédio. Didziakas acredita que em um ano e meio ou dois, o “novo normal” voltará a ser o antigo normal no mercado de real estate.

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