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Como a pandemia vai impactar os projetos de fachadas?

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

A exigência de ventilação natural nos ambientes, imposta pela crise sanitária, está em debate entre projetistas e arquitetos. Por enquanto, a certeza é de que haverá mudanças

20/07/2020 | 15:06 - Em edifícios corporativos predominam, nos últimos anos, as fachadas cortinas lacradas que propiciam a climatização dos ambientes, acompanhada da máxima eficiência energética. Em entrevista ao podcast do Portal AECweb, o consultor de engenharia de fachadas, Crescêncio Petrucci, titular da empresa que leva seu nome, lembra que essa solução foi norteada para atendimento de requisitos de certificação de impacto ambiental, como LEED.

Rompendo com esse conceito, a necessidade de ventilação natural imposta pela pandemia vai se tornar o centro do debate multidisciplinar dos projetos de fachadas. “Está em questão o desempenho da própria edificação, envolvendo ruído e sistema de ar condicionado. Esse debate poderá impactar os novos projetos dos edifícios corporativos e comerciais”, diz, ressalvando que no segmento comercial de pequenos escritórios é comum o uso de esquadrias maxim-ar ou outras, que promovem ventilação.

Petrucci relata que já estão disponíveis tecnologias que permitem manter janelas abertas e, ao mesmo tempo, impedir a entrada do ruído no ambiente. “Existem sistemas de controle ativo de ruído que, instalados na janela, conseguem produzir uma frequência contrária à do barulho urbano. Complementarmente, há os sistemas que filtram o ar externo”, conta. São soluções importadas, com custo elevado considerada a realidade brasileira.

O especialista considera possível encontrar um ponto de equilíbrio, de maneira a permitir a convivência do ar condicionado com a ventilação natural. É o caso de, num determinado momento do dia e em função das condições do tempo, evitar a climatização e manter as janelas abertas, operadas por sistema de automação.

Petrucci acredita que o debate vai promover novos conceitos e tecnologias para os projetos de fachadas na pós-pandemia. “Até porque poderão ocorrer novas pandemias e é preciso que a sociedade e a arquitetura estejam melhor preparadas”, afirma. A tendência de aplicação de varandas em prédios corporativos e comerciais deverá permanecer, inclusive com o uso dessas áreas para convivência e descompressão.

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