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Arquitetura escolar pode ajudar na adequação das instalações

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Com orientação correta, escolas evitam gastar muito com soluções ineficientes. O aproveitamento de áreas livres como pátio e quadras pode ser de grande valia

24/08/2020 | 15:41 - Com raras exceções, as escolas públicas e privadas se mantêm fechadas em todo o país. Mas, preparam-se para o retorno, investindo em protocolos de saúde e, também, em intervenções nos seus prédios. A arquiteta Cláudia Mota, do escritório Ateliê Urbano, especializado em reformas de edifícios escolares, fala no podcast do Portal AECweb sobre a atuação da arquitetura, colaborando com as melhores soluções.

Para ela, não existe solução ideal para todas as escolas. “Cada uma deve entender a sua necessidade, se organizar e montar uma estrutura que proteja a todos. E não desperdiçar na compra de equipamentos que não serão utilizados”, alerta. Como a experiência de volta às aulas em meio à pandemia é inédita, ela aconselha olhar para as experiências bem-sucedidas feitas no exterior.

O distanciamento entre os alunos, previsto nos protocolos de saúde, deve ser planejado e executado pelo gestor da escola com os espaçamentos corretos nas salas de aula, laboratórios e bibliotecas. Quanto ao fluxo, é importante a escola se atentar para os acessos de entrada e saída, corredores e escadas. Muitas que contam com, pelo menos, dois portões e nem sempre aproveitavam essa vantagem, devem fazê-lo, pois evita aglomerações e, também, o fluxo contrário de um grupo de frente para o outro. Claudia recomenda àquelas que só contam com uma entrada, mas têm espaço, que providenciem a abertura de mais um portão de acesso, desde que tenha espaço que viabilize o fluxo contínuo de pessoas. É uma obra de baixo custo que, em alguns municípios, deve ser informada à prefeitura, sem grandes transtornos.

“As escolas têm alguns trunfos que podem utilizar para ampliar o distanciamento entre os alunos, que são os espaços coletivos como as quadras, pátios, recuos no terreno não utilizados, jardins e espaços de horta. Elas devem olhar para esses locais como espaços de aprender, fora da sala de aula, do ambiente fechado. É uma oportunidade de enxergar a escola como um todo”, comenta a arquiteta. Essa estratégia exige adaptações, como a colocação de almofadas ou colchonetes de educação física. No ambiente aberto, criar uma sombra. São investimentos mais baixos do que criar novas salas de aula.

Desafio para um segmento que pouco se ocupa do isolamento acústico, agora passa a ser mandatório ter ventilação natural nos ambientes, situação que, em geral, abre espaço para a poluição sonora. Tratar o ruído externo ou mesmo aquele gerado na própria sala de aula é essencial, contando com os diversos materiais e recursos disponíveis. Claudia Mota avalia que um dos legados da pandemia será a arquitetura saudável para os novos projetos escolares.

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