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Usina de britagem fixa ou móvel? Saiba qual a melhor aplicação

Os resultados se diferenciam na reciclagem de resíduos de construção, demolição ou desmonte de rocha

Publicado em: 20/10/2015

Texto: Redação PE

As usinas de britagem cumprem importante papel na reciclagem de resíduos de construção e demolição. As usinas fixas predominam no Brasil, principalmente por serem antigas e tradicionais. Já o uso das usinas móveis cresce em aplicações que vão além do setor de reciclagem, como a britagem de material extraído do desmonte de rochas em obras de infraestrutura, por exemplo.

O diretor da R3ciclo Gestão de Resíduos, Hewerton Bartoli, utiliza usina móvel e explica que existem aplicações específicas para ambos os modelos. “Elas devem ser utilizadas em obras de médio e grande porte, principalmente de infraestrutura e demolição”, diz Hewerton. Ele ressalta que esse tipo de equipamento une mobilidade e produtividade. “Essas usinas transformam resíduo em produto final no próprio local de geração. Isso reduz o transporte e destinação desses resíduos, além de economizar com a compra de agregado natural”, acrescenta.

Diferentes das móveis, as usinas fixas são ideais para situações que exigem um ciclo completo da reciclagem. A partir das peneiras fixas, elas recebem o material, separam, britam e fazem peneiramento em três ou quatro granulometrias diferentes. A usina móvel também pode fazer isso, mas precisaria de uma peneira móvel.

Salo Carlo Abdulmacih, diretor da Urbem Tecnologia Ambiental utiliza usina fixa e conta uma situação em que aplicou logística reversa a partir da britagem fixa para uma operação realizada na obra do Templo de Salomão, na região do Brás, em São Paulo. “O local não comportava uma usina móvel, e a construtora precisava descartar corretamente o resíduo gerado pela quebra da calçada. Retiramos o resíduo e devolvemos o material reciclado para eles utilizarem na obra. Isso agilizou todo o processo”, informa Salo.

Mobilidade das usinas móveis tem preço

Hewerton, da R3ciclo, utiliza usina de britagem móvel em razão da mobilidade e do mercado que atende. Posterior alimentação do britador, o equipamento precisa de escavadeiras com rompedores ou pulverizadores para preparação da rocha ou concreto. Normalmente as pás carregadeiras fazem a formação das pilhas do material processado para ser aplicado posteriormente.

“Atualmente prestamos serviço de britagem nas obras do Lote 1 do Rodoanel Norte, em um empreendimento de galpões logísticos na cidade de Cajamar (SP), e operamos em uma área na cidade de Osasco, que recebe resíduos e vende agregado reciclado”, diz Hewerton.

Para Salo, um dos problemas da britagem móvel é o custo para transportar e descartar o resíduo, normalmente assumido pelo prestador desse serviço que precisa dar destinação no material britado. Ele acha que seria melhor fazer a britagem no local, desde que o contratante assumisse a logística para dar destino aos reciclados.

“Contudo, existem aplicações específicas em que as usinas móveis são mais indicadas que as fixas, principalmente se houver espaço para instalação no local. Por exemplo, na obra que está sendo realizada no São Paulo Expo Exhibition (antigo Centro de Exposições Imigrantes), o material resultante da demolição de um galpão foi reciclado por britagem móvel in loco. Além disso, as usinas móveis são ideais para britar material proveniente de desmonte de rochas, por exemplo, não apenas os de construção e demolição”, avalia Salo.

Usinas fixas produzem agregados em diferentes granulometrias

A produção mensal da Urbem varia entre 8 a 9 mil metros cúbicos por mês. O custo operacional da usina fixa é mais alto, envolve pás carregadeiras para fazer o abastecimento, além de toda a estrutura em torno da usina como vigilantes, controle de portaria, entre outras necessidades. Hewerton, da R3ciclo, observa que se for considerada a capacidade instalada média das usinas fixas em relação às usinas móveis, o custo operacional de uma usina móvel é mais acessível.

“Apesar das fixas normalmente serem elétricas e as móveis movidas a diesel, observa-se que as móveis produzem, em média, de quatro a sete vezes mais, dependendo menos de recursos humanos”, calcula Hewerton.

Para ele, as fixas são apropriadas em cidades de médio a grande porte em que o empreendedor tem uma empresa de reciclagem em larga escala e receba grande quantidade de resíduos e tem boa demanda para venda de agregado reciclado.

“As usinas fixas produzem agregados classificados em diferentes granulometrias, normalmente areia, pedrisco, brita, bica corrida e rachão, o que permite uma diversificação do público consumidor, facilitando a venda do agregado. As usinas móveis têm britadores primários, que se limitam a fazer apenas a bica corrida, com uso mais comum em pavimentação”, arremata Hewerton.

Colaboraram para esta matéria

Hewerton Bartoli – Diretor da R3ciclo Gestão de Resíduos

Salo Carlo Abdulmacih – Diretor da Urbem Tecnologia Ambiental