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Sistema drywall é ideal para hospitais e ambientes de saúde

Conheça as vantagens de usar a construção a seco na reforma e ampliação de hospitais, clínicas e laboratórios

Publicado em: 12/01/2024

Texto: Hosana Pedroso

(Foto: Mongkolchon/Adobe Stock)

(Foto: Mongkolchon/Adobe Stock)

O drywall vem ganhando espaço na construção, reforma, retrofit e ampliação de hospitais, clínicas, laboratórios e demais espaços de saúde. De acordo com a arquiteta e mestre Eleonora Zioni, titular da Asclépio Consultoria, as paredes executadas com o sistema são resistentes e têm espessuras menores do que as construídas com materiais convencionais.

No caso de reforma em edifício existente, a obra é limpa e com melhor performance acústica, considerando o conforto dos pacientes, corpo clínico e enfermagem. O drywall pode ser usado em obra de ampliação de prédio em alvenaria, em um mix de sistemas. E, ainda, receber todo e qualquer material de revestimento próprio dos ambientes de saúde.

O sistema drywall é, ainda, altamente indicado por não conter elementos tóxicos em sua composição – condição crucial em hospitais, clínicas e laboratórios.

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Drywall em hospitais suporta a fixação de cargas?

A resistência das placas de gesso empregadas em paredes e forros é elevada, principalmente quando utilizadas soluções de maior performance. Elas possuem capacidade para fixação de equipamentos dentro de edificações voltadas para saúde. “São novos tipos de placas com alta resistência ao impacto de macas e carrinhos. Podem receber o peso de equipamentos médicos como réguas de gases e estativas”, afirma Zioni.

Ela explica que as estativas são equipamentos médicos com braços articulados pendurados na parede ou no forro, que geram uma carga dinâmica. “Isso exige uma boa resistência dos elementos onde estão fixados”.

Corredor de hospital com paredes de drywall(Foto: sveta/Adobe Stock)

Para além das réguas de gases, tomadas e ar-condicionado, as estativas carregam nos ambientes críticos – salas de cirurgia, radiologia e UTIs – materiais pesados como bisturis, monitores de sinais vitais e bombas de infusão, entre outros. Todos pendurados, liberando o piso para as equipes médicas.

“É preciso que um especialista faça o projeto detalhado para o correto espaçamento dos montantes de fixação e, também, para compatibilizar a arquitetura com as instalações”, alerta a arquiteta.

Para correta especificação, é importante que o profissional se atente a capacidade de fixação de cada placa, para selecionar a melhor alternativa para seu projeto.

Exemplo de solução que tem capacidade superior para fixação de cargas é a placa Performa, da Placo. O produto pode receber até 50 kg diretamente em sua superfície, dispensando o uso de reforços. Além disso, traz outras vantagens, como a redução de até 50% de ruídos, resistência a impactos até 50% superior na comparação com as peças convencionais e instalação fácil.

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Drywall nas áreas úmidas do hospital

As placas de gesso podem ser usadas em áreas úmidas (molhadas) como chuveiros, salas de esterilização de materiais ou piscinas de reabilitação. “Há um produto específico para esse tipo de uso, que em sua composição leva composto hidrofugante. É a conhecida placa verde, com capacidade de repelir a umidade e impedir a proliferação de micro-organismos no gesso, o que é essencial nos ambientes de saúde”, ensina Zioni.

Para áreas com umidade intermitente, ou seja, sem contato direto com água, é recomendado o uso da placa RU (placa verde) ou Performa RU (placa azul), considerando todos outros componentes que compõe o sistema. Já para áreas com elevado índice de umidade, como é o caso de piscinas cobertas, vestiários, lavanderias industriais e cozinhas industriais, recomenda-se o uso da placa Glasroc X, produto de alta performance que garante maior desempenho e segurança para esse tipo de aplicação.

Quarto de hospital iluminado e com paredes de drywall(Foto: romaset/Adobe Stock)

Forros e paredes em drywall revelam mais rapidamente indícios de infiltração de água em qualquer ponto de uma edificação, apontando a necessidade de manutenção. Vantagem interessante do material é que ele permite realizar facilmente os serviços de reparo sobre o forro ou no interior das paredes. Basta recortar a área da placa para acessar o problema e, depois de feita a manutenção, fechar.

“Sem poeira, resíduos e ruídos, características próprias da construção seca”, comenta Zioni.

Uso do drywall antifogo em hospitais

A segurança associada a resistência ao fogo requer várias ações integradas entre o projeto de arquitetura, as instalações de engenharia e a execução. O uso da placa RF (rosa) com maior resistência ao fogo precisa fazer parte da especificação em conjunto com os demais componentes do sistema, com quantidade de placas de gesso acartonado, larguras, fixações, isolamentos internos e adequação às legislações do Corpo de Bombeiros.

Fachada de um hospital(Foto: shiryu01/Adobe Stock)

“Em locais de saúde, não é necessário usar a Placa RF em todos os ambientes. Apenas nos que são requeridos, como saídas de rota de fuga e compartimentação, e nas salas com maior risco. É indicada, também, na casa de máquinas de geradores, lavanderias e cozinhas”, aponta a arquiteta.

Para esse tipo de uso, pode ser especificada a placa RF, da Placo, que tem resistência ao fogo de acordo com os requisitos normativos aplicáveis. A solução é indicada para instalação em saídas de emergência, escadas enclausuradas, CPDs e paredes de compartimentação.

Drywall e o conforto acústico e térmico em hospitais

O conforto humano é essencial nos ambientes de saúde. Conforto térmico, acústico, luminoso, ergonômico, olfativo e visual são importantes. “Por exemplo, a acústica interfere na privacidade dos pacientes tanto no tratamento como na sua recuperação”, comenta Zioni.

Há, no mercado, placas de gesso acartonado dotadas de componentes isolantes acústicos com maior capacidade em decibéis do que as comuns. O mesmo ocorre nas áreas em que se deseja alcançar melhor conforto térmico.

“Em ambientes de saúde, acrescentamos algum tipo de lã isolante entre as duas placas. Ou seja, podemos usar uma placa acústica, isolante interno e, do outro lado, placa igual ou simples, se não houver uma fonte emissora de ruído. As combinações possíveis são variadas”, expõe, recomendando que o arquiteto consulte o fabricante de drywall para a especificação da melhor solução.

Manual Placo

O Manual Placo – Hospitais e EAS, disponível no site da Placo Saint-Gobain, é referencial para arquitetos, engenheiros e construtores na especificação e uso de gesso acartonado em projetos hospitalares e Estabelecimentos Assistenciais à Saúde (EAS).

O sistema drywall é detalhado em textos e tabelas para paredes, forros e revestimentos para ambientes internos, além de aplicações externas.

No documento, são esclarecidas as propriedades técnicas de toda a linha de produtos Placo para paredes e forros, dos mais simples aos de desempenho antiumidade, antifogo, de alta resistência e especial para fachadas. São informações dirigidas às etapas de projeto e de construção, com exemplos, ilustrações e muita informação. Uma verdadeira aula!

Clique aqui para acessar o documento.

Sustentabilidade

Eleonora Zioni reforça os fatores que fazem do gesso acartonado um material sustentável, a começar pela possibilidade de reciclagem. Com a destinação correta para a indústria de reciclagem, o drywall dá origem a novos produtos, num ciclo conhecido como “do berço ao berço”.

“O sistema reduz os resíduos e o desperdício em obra, o que é um aspecto sustentável. Entretanto, como todo material de construção, precisa ser extraído, produzido e entregue por bons fornecedores que estejam considerando uma produção sustentável. Assim como nós arquitetos devemos planejar a aplicação e a destinação corretas no caso de reformas ou ampliações”, frisa.

Quarto de hospital com paredes em drywall(Foto: Mongkolchon/Adobe Stock)

Por fim, ela lembra que, seja para consultórios, clínicas, centros de saúde, institutos para idosos ou hospitais, os arquitetos devem se preocupar com os critérios essenciais para a boa arquitetura hospitalar: conceber ambientes funcionais, seguros e confortáveis para todas as pessoas que usam os ambientes.

“Quando eu digo ‘seguros’, entenda-se que são em todos os aspectos, desde o atendimento às normas reguladoras e legislação, até segurança física, patrimonial e digital. Ou seja, devemos cuidar das pessoas através dos ambientes”, conclui Zioni.

Quer saber mais?

A Placo disponibiliza um curso gratuito sobre o tema no Parceiro da Construção. Com o título “Como especificar drywall para hospitais?”, o conteúdo permite que profissionais da arquitetura, construção a seco e outras áreas atuem de maneira mais estratégica em projetos do tipo. Além de conhecer todas as vantagens obtidas pelo uso do material, também são mostradas as melhores formas de implementá-lo para contribuir com o funcionamento da edificação e o bem-estar dos usuários. Clique aqui para fazer a sua inscrição agora mesmo.

Colaboração técnica

Eleonora Zioni – É arquiteta e urbanista graduada e com mestrado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP sobre saúde no ambiente construído. Desenvolve o doutorado em Neurociências aplicadas à Arquitetura na Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein do Hospital Israelita Albert Einstein, São Paulo, onde ministra várias aulas e cursos. Faz parte da Diretoria técnico-científica da ABDEH e membro da rede E-DAU. Certificada Planetree Fellow em 2022 pela dedicação em transformar os espaços em ambientes que promovam o bem-estar. Possui especialização em Cultura de Saúde e Edifícios Saudáveis pela Universidade Harvard- Escola de Saúde Pública; especialização pela FUPAM- USP; fez MBA em Administração Hospitalar pela Fundação Getúlio Vargas FGV- EAESP; certificada pela Universidade Michigan; certificada WELL faculty; profissional LEED AP BD+C, consultora GBC Brasil Casa e DGNB. Autora do e-book e áudio livro “Planejamento físico-funcional e hotelaria em saúde” pela Editora Senac, São Paulo, 2018. É autora e coordenadora do livro “Conhecendo a Arquitetura Hospitalar” pela Editora Manole, em 2022. Escreveu o capítulo 5 do livro “Jornada da Mente para a Alta Performance” lançado pela editora Brasport em 2023. É palestrante e consultora na sua empresa Asclépio Consultoria.