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Torres metálicas são opção para o escoramento de estruturas altas

Com ajustes de altura e contraventamento, sistema modular garante maior estabilidade às estruturas com pé-direito elevado. Fácil de montar, solução tem alta capacidade de absorção de cargas

Publicado em: 23/07/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Torres metálicas devem ser utilizadas para vigas com altura superior a 4,5 m (foto: shutterstock.com / genkur)

Estruturas com pé-direito alto são especialmente complicadas para se construir, envolvendo projetos complexos, com maior exposição a risco dos trabalhadores. Essas condições exigem uma série de cuidados nas etapas de projeto e execução, sobretudo na fase de escoramento para a concretagem.

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O primeiro desafio está no dimensionamento das estruturas de cimbramento, que necessitam de verificações quanto à flambagem do conjunto. O dimensionamento de cimbramentos com mais de 5 m deve considerar os esforços horizontais que possam vir a atuar na estrutura.“Cargas como a ação não determinística do vento que apresentam pouca influência no cenário de casas e sobrados, são protagonistas em edificações com pé-direito alto”, afirma o engenheiro Miguel Henrique de Oliveira Costa, coordenador do comitê técnico da Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso (Abrasfe).

Um bom projeto de escoramento deve estar sincronizado com os projetos de acesso, de modo a garantir facilidade e segurança às escadas e à estrutura edificante, atendendo aos critérios da Norma NR-35, que trata sobre o trabalho em altura
Miguel Henrique de Oliveira Costa

Durante a construção de estruturas altas, a logística de materiais também é mais desafiadora, demandando estudos extras. “Um bom projeto de escoramento deve estar sincronizado com os projetos de acesso, de modo a garantir facilidade e segurança às escadas e à estrutura edificante, atendendo aos critérios da Norma NR-35, que trata sobre o trabalho em altura”, diz Costa.

Nos últimos anos, para atender a demanda crescente por estruturas com o pé-direito alto, a tecnologia dos materiais para escoramento cresceu em paralelo. “Um exemplo são as torres metálicas, extremamente leves, com alta capacidade de absorção de cargas e grande variação geométrica para maior liberdade arquitetônica das estruturas”, menciona o coordenador da Abrasfe.

ESCORAMENTO COM TORRES METÁLICAS

Quando o projeto prevê o escoramento de lajes ou vigas com altura superior a 4,5 m, o uso exclusivo de escoras acaba não sendo viável. Nesses casos, o uso de torres modulares metálicas é o mais indicado, seja como solução única, seja combinado a escoras isoladas. Compostas por painéis e diagonais, que formam quadros, as torres são bastante aproveitadas em obras pesadas, como na construção de viadutos e pontes, bem como em edifícios comerciais ou residenciais com pé-direito duplo ou triplo.

São duas as características que tornam as torres modulares metálicas apropriadas para tais aplicações: a capacidade de suportar grandes cargas com menor número de componentes e a adaptabilidade a qualquer projeto, uma vez que as torres possuem ajustes de altura na base e no topo, através de sapatas e forcados.

Além de possuírem peças com resistência mecânica mais bem definidas nos próprios catálogos técnicos, as torres metálicas possuem estrutura na qual os contraventamentos são facilmente inseridos, além de maior facilidade na montagem
Nilton Nazar

Os sistemas podem contar com ajustes telescópicos e conseguem suportar até seis toneladas por poste, podendo dobrar ou até triplicar a capacidade de carga com a utilização da travessa de união. “Além de possuírem peças com resistência mecânica mais bem definidas nos próprios catálogos técnicos, as torres metálicas possuem estrutura na qual os contraventamentos são facilmente inseridos, além de maior facilidade na montagem”, comenta o engenheiro Nilton Nazar, projetista de fôrmas e escoramentos e diretor da Hold Engenharia.

Para garantir a estabilidade do conjunto e evitar o tombamento lateral das vigas, as torres devem ser contraventadas com tubos e braçadeiras sempre que a relação entre a altura do equipamento e a largura de sua base for maior que 4.

CUIDADOS NA HORA DE ALUGAR CIMBRAMENTOS

Em todas as situações, os projetos de escoramento devem ser feitos individualmente e ter seus elementos dimensionados por um responsável técnico com recolhimento da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

Na hora de escolher um fornecedor de equipamentos para escoramento e acesso para grandes estruturas, a experiência e o conhecimento técnico são fundamentais.

No processo de locação, o principal ponto de maior conflito entre contratantes e locatários costuma estar relacionado à danificação das peças. Por isso, o contrato deve detalhar muito bem esse item, definindo as condições para reposição de peças eventualmente avariadas ou extraviadas. Vale lembrar que, muitas vezes, os valores de reposição podem suplantar o custo de aquisição do equipamento.

“Além do corpo técnico dos profissionais que irão projetar o cimbramento, na locação, também deve-se verificar as condições de materiais como soldas, amassamentos”, finaliza Nazar.

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Colaboração técnica

MIGUEL-OLIVEIRA
Miguel Henrique de Oliveira Costa – Engenheiro-civil com doutorado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Coordena o Comitê Técnico da Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso (Abrasfe) e o departamento de engenharia da Mills.
NILTON-NAZAR
Nilton Nazar – Mestre em engenharia civil pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT). É diretor da Hold Engenharia e projetista de fôrmas. Foi professor da Escola de Engenharia Mauá.