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Saiba quais são os EPIs obrigatórios em trabalhos com redes de alta tensão

Os kits de segurança para eletricistas devem considerar os diferentes tipos de atividades, como trabalhos em redes energizadas, não energizadas ou com motosserras

Publicado em: 02/04/2018Atualizado em: 04/08/2021

Texto: Redação PE


Os EPIs ajudam na prevenção contra choque elétrico e outros acidentes (Anurakss/ Shutterstock)

Os trabalhos com redes de distribuição de energia elétrica com potência acima de 1.000 volts requerem cuidados especiais para prevenir choque elétrico e outros acidentes. Os riscos devem ser apontados num planejamento antes da execução das tarefas, para prescrever a utilização obrigatória de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Nenhum trabalho é tão urgente e importante que não possa ser realizado com absoluta segurança. A preservação da vida tem total prioridade sobre o processo produtivo
Marcos Victor Lopes

A elaboração desse planejamento é baseada nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que orientam os prestadores de serviço no planejamento e gestão da segurança do trabalho. A NR 10, por exemplo, estabelece os requisitos e condições mínimas de medidas de controle e sistemas preventivos, para garantir a segurança e a saúde de trabalhadores que interagem em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

Outras normas também devem ser seguidas, como a NR06, que estabelece o uso dos EPIs, a NR12 sobre medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores para prevenir acidentes na utilização de máquinas e equipamentos, e a NR35, que estabelece os requisitos e as medidas de proteção para o trabalho em altura.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A montagem completa do kit de segurança para eletricistas está diretamente relacionada ao tipo de atividade a ser executada, envolvendo uma série de itens apropriados. Os EPIs específicos para trabalhos em redes energizadas, ou em manobras de chaves e equipamentos de alta tensão, incluem luvas isolantes de borracha classificadas de acordo com a tensão nominal da rede – baixa ou alta. Também devem constar mangas isolantes de borracha para as equipes de manutenção e construção em redes primárias energizadas, além de protetor facial e balaclava.

O trabalho com redes de alta tensão deve ser tratado com máximo cuidado, por ser uma atividade que envolve riscos elevados
Cosmo Palasio de Moraes Júnior

No kit básico de serviços gerais, fora da rede energizada, devem fazer parte itens como uniforme antichama com calça e camisa de manga longa retardantes de chamas, além de capacete, botina de eletricista, óculos de proteção e luvas de vaqueta. Também é utilizado o kit de segurança para trabalho em altura, onde constam cinto de segurança tipo paraquedista, talabarte de posicionamento, talabarte de segurança simples ou cesto aéreo, talabarte de duas pernas em Y e trava quedas.

Para trabalhos com uso de motosserra, também deve ser usado um kit apropriado, que inclui calça e luvas de proteção para operador de motosserra, botinas com biqueira de nylon ou polímero, perneira de proteção contra animais peçonhentos, capacete com viseira de tela com a utilização dos óculos de segurança e protetor auricular tipo concha. “Todos os EPIs são homologados pelo Ministério do Trabalho, com o devido Certificado de Aprovação, conhecido como C.A. Isso controla o risco das tarefas, tornando-as seguras para os eletricistas”, informa Marcos Victor Lopes, gerente de saúde e segurança do trabalho da CPFL Energia.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

Os trabalhos envolvendo redes de alta tensão devem seguir procedimentos homologados pela empresa executante, que funcionam como um passo a passo. Na CPFL Energia, esse tutorial é conhecido como CPFL Padrão, onde cada etapa assinala os possíveis riscos e apresenta os controles necessários para sua execução. “Dessa forma, podemos ter uma visão de Análise da Prevenção de Riscos (APR). Quando alguma tarefa não especificar tal procedimento ou a atividade não constar no manual CPFL Padrão, temos que elaborar a APR completa, envolvendo todos os executores, líderes e segurança do trabalho”, descreve Lopes.

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Além dos procedimentos internos, Lopes explica que todas as atividades possuem normas a serem seguidas, desde o planejamento até o controle de testes dielétricos e mecânicos. Entre as regras de segurança que mais se destacam, está a exigência em obedecer todas as normas, procedimentos e instruções nos trabalhos, além de manter todos os EPIs em boas condições de uso. Por outro lado, os colaboradores não podem executar tarefas para as quais não estejam autorizados, nem assumir riscos em atividades que desconheça. “Nenhum trabalho é tão urgente e importante que não possa ser realizado com absoluta segurança. A preservação da vida tem total prioridade sobre o processo produtivo”, ressalta Lopes.

O grau de improvisação na busca por soluções raramente concilia-se com os procedimentos de segurança no trabalho. “Quanto mais precárias estiverem as instalações de redes de alta tensão, mais elas vão necessitar de manutenção”, observa Cosmo Palasio de Moraes Júnior, técnico de segurança do trabalho da CP Soluções em Prevenção. “Esse fator tende a se agravar, já que as concessionárias de energia operam com equipes cada vez mais enxutas e com deficiência de mão de obra. O trabalho com redes de alta tensão deve ser tratado com máximo cuidado, por ser uma atividade que envolve riscos elevados”, arremata.

EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

Nos trabalhos com redes elétricas de alta tensão, qualquer colaborador deve comunicar eventuais condições ou práticas que possam causar lesões a alguém ou danos aos equipamentos. Ao dirigir veículos, precisa obedecer rigorosamente a legislação de trânsito e nunca alterar ou improvisar equipamentos, materiais e procedimentos. Confira alguns Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs):

„h         Cones de sinalização
„h Fitas refletivas
„h Placas de aviso
„h Aterramentos temporários
„h Detectores de tensão
„h Coberturas isolantes
„h Corda de linha de vida
„h         Kit Resgate em altura

E mais: Segurança de trabalho em altura depende de escolha correta de equipamentos

COLABORAÇÃO TÉCNICA

Cosmo Palasio de Moraes Júnior, técnico de segurança do trabalho da CP Soluções em Prevenção

Marcos Victor Lopes, gerente de saúde e segurança do trabalho da CPFL Energia