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Saiba como evitar enchentes

Analisar o grau de declividade do terreno, usar pisos drenantes e manter áreas verdes são boas soluções

Publicado em: 25/09/2013Atualizado em: 26/09/2013

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Enchente Garagem

Com o excesso de chuvas em algumas épocas do ano e a falta de manutenção dos órgãos competentes, muitas vezes ruas e avenidas se enchem de água. Resultado: casas, comércios e até mesmo condomínios têm prejuízos terríveis com as inundações.

Quem vai começar a construir, deve, em primeiro lugar, analisar a região em que a obra será realizada. Saber se o local costuma sofrer enchentes é importantíssimo, assim como analisar o grau de declividade do terreno e a proximidade de áreas de risco, como beiras de rios, córregos ou morros – mesmo que já estejam canalizados, como ocorre nas grandes cidades. Isso porque quando ocorrem chuvas intensas e o volume de água se eleva, esses rios e córregos podem transbordar e escoar para dentro das edificações, provocando os temidos alagamentos.

Assim, no projeto, vale especificar drenos e canaletas ao redor de toda a casa, para desviar a chuva até um reservatório ou área de descarte fora de perigo de alagamento. Também é indicado evitar o uso exagerado de concreto no terreno, mantendo, sempre que possível, algumas áreas verdes para que a água seja reabsorvida pelo solo.

“Atualmente, existem pavimentos sustentáveis que deixam a água das chuvas infiltrarem em sua estrutura, diferentemente do que ocorre nos asfaltos”, explica João Manuel Feijó, engenheiro agrônomo e diretor da Ecotelhado. Esse tipo de estrutura também ajuda na redução das ilhas de calor, recarga dos aquíferos subterrâneos, remediação da poluição do pluvial e manutenção das vazões dos cursos d’água nas épocas de seca. “É como se fosse uma grelha plástica tridimensional feita a partir de materiais reciclados, que redistribui os esforços do trânsito leve. Isso permite a passagem de água e ar, contribuindo para o aumento de áreas de biodiversidade”, relata Feijó.

Lepri ToscanaA fabricante Lepri também sugere o uso de pisos drenantes para evitar o acúmulo de água. Eles têm um revestimento indicado para áreas externas, principalmente por não precisar de argamassa nem rejunte. Seu assentamento é feito sobre uma camada de areia, apenas encostando as peças umas nas outras, e possui sistema drenante se assentado com pedriscos e areia, deixando a água passar por ele e evitando, assim, alagamentos.

Os revestimentos drenantes da Castelatto, por sua vez, têm permeabilidade superior a 90% que complementam o sistema de drenagem do solo, facilitando a chegada da água aos lençóis freáticos e diminuindo as chances de enchentes.

Ekko Plus

Erros comuns

Erro Consequência
Erro no cálculo do escoamento de águas pluviais

A água da chuva absorvida pelos jardins do prédio em vez de escoar para o encanamento do esgoto empossa nas áreas internas do jardim, pingando no teto do subsolo

Erro na impermeabilização das paredes

A água da chuva penetra no edifício

Tecnologia à prova de enchente

O Brasil não é o único país que sofre com as enchentes. A Holanda, por exemplo, já possui um projeto com a empresa Eureka Network chamado de casa anfíbia flutuante. O segredo está nas fundações do edifício, feitas de várias camadas de EPS (poliestireno expandido) apoiadas no concreto. Isso faz com que o material permita ao edifício flutuar da mesma forma que um barco.

Prova de enchente 1

Outro país que também está investindo em casas flutuantes é o Reino Unido, onde o escritório de arquitetura Baca Home projetou a Casa Anfíbia. Ela funciona da seguinte maneira: em situações de enchente, as pessoas que se encontram dentro da casa não têm contato imediato com a água caso ela seja alagada, pois a construção é apoiada em bases fixas nas quais se erguerá e flutuará, possibilitando que sua estrutura permaneça intacta. No jardim há ainda plataformas em diferentes posições, o que permite o alagamento gradual da área.

Prova de enchente 2

Cuidados para evitar enchentes em edificações construídas

  • Mantenha ruas e calçadas sempre limpas. Isso engloba, inclusive, limpar e desentupir bueiros e bocas de lobo que, infelizmente, nem sempre têm a manutenção necessária realizada pelas prefeituras;
  • Quem mora ou trabalha em casas deve manter as calhas e demais canais de vazão da chuva livres de galhos e folhas. Isso é fundamental para evitar entupimentos e, consequentemente, retorno da água;
  • Sacos de lixo devem ser colocados nas calçadas apenas perto do horário em que o caminhão irá passar. Com isso, evita-se que sejam arrastados até as redes de esgoto quando chove forte.

Caso o alagamento não consiga ser evitado, a sugestão é ter à mão uma bomba para drenagem portátil. Três modelos são facilmente encontrados no mercado:

1. O AGS 300, da Anauger, pode bombear água com sólidos em suspensão de até 2 mm e é equipada com protetor térmico.

Bombas

2. O Unilift KP e o Unilift AP são submersíveis portáteis em aço inoxidável para captação de água limpa ou água de despejo que podem ser utilizados em funcionamento automático ou manual, tanto para instalações fixas quanto portáteis.

3. A bomba de drenagem leve ABS Robusta, da Sulzer, é submersível e destinada à remoção de efluentes com sólidos de até 10 mm. A carcaça do motor é feita de materiais resistentes à corrosão, enquanto a camisa externa, assim como o propulsor, é confeccionada de plástico com grande resistência. O interruptor exclusivo torna a bomba adequada tanto para operação manual quanto automática.

Colaborou para esta matéria

João Manuel Feijó – Engenheiro agrônomo e diretor da Ecotelhado, empresa especializada em soluções de infraestrutura verde urbana. É o responsável pelo desenvolvimento e implantação dos projetos.