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Saiba como especificar revestimentos para instalações hospitalares

Além da assepsia, espaços de saúde precisam de soluções duráveis, flexíveis e que garantam o conforto de pacientes e funcionários. Veja dicas e soluções adequadas

Publicado em: 08/08/2019Atualizado em: 12/08/2019

Texto: Juliana Nakamura

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Os revestimentos vinílicos são bastante utilizados em hospitais devido à facilidade de limpeza (foto: hxdbzxy/Shutterstock)

Instalações dinâmicas e de alta complexidade, os hospitais são locais que precisam atender a uma série de requisitos para ter sua funcionalidade garantida. Além da facilidade de limpeza, os ambientes devem ser projetados de modo a garantir acolhimento e bem-estar aos usuários. O objetivo principal é tornar a permanência de pacientes e acompanhantes mais humanizada.

Outra exigência crescente é por flexibilidade para viabilizar eventuais ampliações e adaptações provocadas pelos avanços da medicina. Todo esse contexto impacta a escolha de revestimentos e acabamentos para instalações hospitalares.

COMO ESCOLHER REVESTIMENTOS PARA HOSPITAIS?

A complexidade das instalações hospitalares passa, em grande parte, pela necessidade de abrigar simultaneamente diferentes programas, com demandas distintas. Há, por exemplo, ambientes assistenciais de baixa a alta complexidade, espaços administrativos, áreas sociais, ambientes de ensino e salas de exames. O desafio é ainda maior quando é preciso atender necessidades antagônicas. No caso da iluminação, por exemplo, enquanto médicos e enfermeiros precisam de luz branca e intensa para se manter em constante estado de alerta, o paciente requer luz suave e morna, propícia ao relaxamento.

Mas, geralmente, todas as áreas hospitalares precisam de soluções de fácil manutenção e higienização. Nas áreas de maior circulação, como em salas de espera e ambientes de descompressão, é possível trabalhar com os materiais de maneira mais flexível, privilegiando a estética e o conforto.

PISOS VINÍLICOS E DRYWALL

A especificação de materiais para os ambientes de saúde está pautada em um conjunto de aspectos normativos e de desempenho técnico que devem ser analisados para cada ambiente
Adriana Levisky e Renata Gomes

“A especificação de materiais para os ambientes de saúde está pautada em um conjunto de aspectos normativos e de desempenho técnico que devem ser analisados para cada ambiente”, explicam as arquitetas Adriana Levisky e Renata Gomes, sócias do escritório Levisky Arquitetos Estratégia Urbana.

A especificação depende, fundamentalmente, da criticidade do ambiente. Para salas como centro cirúrgico e obstétrico, a escolha deve recair sobre materiais capazes de tornar as superfícies lisas, monolíticas e com o menor número possível de ranhuras.

As opções se ampliam quando se trata de ambientes de maior permanência, como apartamentos e enfermaria. Saguões e circulações exigem materiais de alta durabilidade, resistência e estabilidade, como as rochas naturais, por exemplo.

Revestimentos vinílicos e laminados melamínicos, além de forros de drywall, são soluções bastante recorrentes em espaços de saúde. Os motivos que explicam essa preferência são a facilidade de assepsia, o desempenho acústico e a durabilidade.

Áreas que emitem fontes de radiação, como salas de raios X, devem receber soluções especiais para fechamentos laterais, pisos e forros. As soluções mais utilizadas são a argamassa baritada e a instalação de placas de chumbo, ambas aplicadas antes do revestimento final previsto na arquitetura.

É possível também recorrer às placas em drywall já com as devidas proteções radiológicas. Essa solução traz um ganho significativo de prazo de instalação, em comparação com as opções mais tradicionais
Eduardo Rossetti

“Além dessas opções, é possível também recorrer às placas em drywall já com as devidas proteções radiológicas. Essa solução traz um ganho significativo de prazo de instalação, em comparação com as opções mais tradicionais”, comenta Eduardo Rossetti, gestor executivo de negócios na Engeform. De acordo com o engenheiro, a definição do tipo de proteção radiológica a ser aplicada depende de uma série de fatores, como espaço interno dos ambientes, custo e prazo para execução.

PRINCIPAIS CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DE ACABAMENTOS HOSPITALARES

Levisky e Gomes listam ao menos onze critérios técnicos que devem ser considerados na análise de revestimentos para instalações hospitalares. São eles:

• Utilização;
• Função;
• Vida útil;
• Instalação;
• Manutenibilidade;
• Assepsia;
• Desempenho térmico e acústico;
• Classificação de segurança contra fogo;
• Componentes químicos;
• Origem;
• Laudos técnicos que validam os índices de segurança e desempenho, entre outros.

Os critérios técnicos devem levar em consideração o atendimento às diversas normas como as específicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Código de Obras do município, a ABNT NBR 9050, que trata de acessibilidade, as diversas normas técnicas de materiais e métodos de ensaio, a legislação e instruções técnicas relativas à segurança e combate a incêndio, e o Código de Defesa do Consumidor.

Levisky e Gomes citam, ainda, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575), que embora se refira apenas a habitações, também é uma referência importante para escolha e avaliação de desempenho de materiais.

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Colaboração técnica

Eduardo Rossetti – Engenheiro civil pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, é pós-graduado em negócios imobiliários pela FAAP. Atualmente é gestor executivo de negócios na Engeform, responsável pelas obras hospitalares da construtora, além das áreas de planejamento, gestão e controle.
Adriana Levisky e Renata Gomes – Arquitetas urbanistas, são sócias do escritório Levisky Arquitetos|Estratégia Urbana.