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Saiba como calcular a quantidade certa de argamassa

Existem critérios bem definidos para o cálculo da argamassa para assentamento de revestimentos em piso e parede, condição fundamental para o sucesso da execução. Confira!

Publicado em: 15/12/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

foto de uma pessoa segurando uma espátula e uma tabua com argamassa líquida em cima
(Foto: Shutterstock)

Assentar revestimentos sobre piso ou parede pode parecer tarefa fácil, porém, o bom resultado depende do cálculo da argamassa e do rejunte, além dos procedimentos corretos de aplicação. “Para que a argamassa possa cumprir com a sua função de colagem do revestimento na base, é necessário que ela entre em contato com toda a área da peça de um lado, e toda a área da base do outro”, alerta Francisco Araújo, chefe de Produtos de Rejuntes da Saint-Gobain Produtos para Construção.

Para que a argamassa possa cumprir com a sua função de colagem do revestimento na base, é necessário que ela entre em contato com toda a área da peça de um lado, e toda a área da base do outro
Francisco Araújo

Tanto a base quanto o revestimento têm ranhuras e, portanto, o uso de pouca quantidade de argamassa normalmente não é suficiente para que a argamassa encoste nos dois lados, impedindo a correta aderência. “Além disso, os revestimentos não são planos, e costumam ter uma concavidade no centro da peça. Conforme a peça aumenta de tamanho, também aumenta a concavidade, o que eleva a quantidade de argamassa necessária nessa área da peça”, ensina.

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Critérios para o cálculo

Há dois critérios para calcular a quantidade ideal de argamassa. O primeiro deles considera a área que será revestida, ou seja, quantos metros quadrados de revestimentos serão assentados. “Pode valer a pena descontar as áreas de portas e janelas, para se chegar mais próximo ao número real”, diz.

O segundo procedimento leva em conta o rendimento da argamassa, fator que depende do produto escolhido e da forma de assentamento. Afinal, existe um rendimento para quando for utilizada a dupla camada e outro quando a argamassa é aplicada apenas na base (camada simples). “Assim, multiplicando o rendimento pela área, é possível ter uma estimativa de quantos quilos de argamassa serão necessárias”, orienta.

Já para o rejunte existem alguns critérios extras que devem ser analisados para se definir a quantidade adequada. Além da largura e comprimento do revestimento e da metragem quadrada da área em que será aplicado o produto, entram no cálculo a espessura do revestimento e o tamanho da junta que será utilizada.

“Para auxiliar os profissionais, a Quartozlit possui o App de Rejuntes, que permite calcular a quantidade ideal para a obra e, também, encontrar qual o rejunte ideal, além da simulação de toda a cartela de cores diretamente no revestimento a ser assentado”, fala.

Colagem dupla

Todos os passos indicados para a aplicação da argamassa têm o objetivo de maximizar a área de contato entre ela e o revestimento, sem que restem bolsões de ar sob o piso. As recomendações abrangem a execução de cordões paralelos, a utilização de movimentos vibratórios e martelo de borracha, e a aplicação de dupla camada, entre outras.

"A dupla camada é uma etapa importante para garantir quantidade de massa no verso da placa”, observa, alertando que aplicar cordões com dentes mais altos não garante que conseguirão ser esmagados por completo.

"A dupla camada é uma etapa importante para garantir quantidade de massa no verso da placa"
Francisco Araújo

Conforme a dimensão das peças aumenta, a dupla camada se torna mais essencial. Segundo a norma, a colagem dupla, ou colagem em dupla camada, deve ser executada sempre que o revestimento tiver área superior a 30 cm x 30 cm. “Além da obrigatoriedade normativa, nós indicamos, sempre que possível, que em fachadas ou em sobreposição seja feito o assentamento com colagem dupla”, ressalta.

Assentamento em sobreposição

Quando o revestimento é aplicado sobre outro existente, a única mudança é técnica, tendo em vista a característica de porosidade da base e seus cuidados de preparo. “Quando executada uma obra em sobreposição, a base deixa de ser cimentícia e, portanto, precisa de uma argamassa com aditivos que permitam maior aderência química”, informa.

É importante, ainda, garantir que a base sobre a qual será assentado o novo revestimento não irá gerar nenhum transtorno na nova obra. Portanto, é indispensável limpar o revestimento existente de qualquer sujeira ou oleosidade acumulada e resolver eventual problema de piso solto.

Por fim, Araújo reforça que a aplicação correta de revestimentos em piso e paredes começa com a escolha de mão de obra de confiança e produtos de qualidade. Materiais de baixa qualidade podem gerar desperdício e necessidade de retrabalho durante a obra. “É por isso que nós sempre dizemos na Quartzolit: não deixe que a argamassa que ‘dá pro gasto’ te dar mais gasto”.

Colaboração técnica

Francisco Araújo – É chefe de produtos Tile Fixing na Saint-Gobain Produtos para Construção.