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Revestimentos de parede são elementos decorativos versáteis

Cimentícios ou cerâmicos; há opções para todos os tipos de aplicação, gosto e bolso

Publicado em: 07/01/2014Atualizado em: 08/05/2019

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Revestimento de parede

Os revestimentos cerâmicos são produzidos há mais de 10 mil anos. Porém, hoje, compõem um leque enorme de opções. “Pode-se dizer que os cimentícios também estão em alta. Já estão no mercado há alguns anos, mas têm sido mais usados”, explica a arquiteta e designer de interiores Thaissya Ribeiro.

Existem muitos tipos, desde os tradicionais aos modernos, que atendem diversos gostos e bolsos. “O que define a especificação do produto é a natureza do ambiente e a finalidade do revestimento”, afirma Antônio Carlos Kieling, superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças sanitárias e Congêneres (ANFACER). Thaissya concorda e acrescenta: “Tem que conhecer muito bem o perfil do cliente”. O conselho de ambos é que, antes de tudo, o arquiteto ou comprador certifique-se de que o produto está de acordo com as normas técnicas e possui os devidos certificados do setor.

A vez dos cerâmicos

O que define a especificação do produto é a natureza do ambiente e a finalidade do revestimento

A tendência é a impressão em alta definição e efeito 3D – tecnologia digital que permite a reprodução quase perfeita de materiais naturais como a madeira e a pedra, incluindo veios, texturas e tonalidades. As reproduções impressionam pela veracidade da cor e da imagem. “Hoje, todo e qualquer material, figura ou cor podem ser reproduzidos com fidelidade na cerâmica”, afirma o superintendente da ANFACER. “O problema de usar uma imitação é parecer falso, mas os revestimentos cerâmicos estão ficando cada vez mais próximos do real. Você olha e não diz que não é mármore”, completa Thaissya.

É também com a tecnologia de impressão digital que a cerâmica já consegue reproduzir as características estéticas do ladrilho hidráulico. “A grande vantagem é em relação à durabilidade, já que trata-se de um material menos poroso, além da maior praticidade na limpeza”, diz Kieling. Outra vantagem, aos olhos de Thaissya Ribeiro, é que estes são revestimentos que podem ser colocados durante o acabamento da obra. Não precisa ter o cuidado de ser a última coisa a entrar na construção, como acontece com os demais elementos decorativos como os papéis de parede, por exemplo.

Outros revestimentos em alta são os cimentícios, que servem para dar destaques para pórticos e fachadas e também para destacar alguns elementos internos nos projetos como uma lareira ou uma área gourmet, que requer destaque. “Eles possibilitam a criação de mosaicos, tem diversas cores e desenhos. A parte ruim é que exigem mão de obra especializada. Por isso, tem que haver critério em sua utilização”, diz a arquiteta.

Aplicação indicada

Azulejos – peças de cerâmica de menor espessura, geralmente, quadradas, com uma das faces esmaltada, de acabamento liso e brilhante. “Por possuir características de um revestimento impermeável, é muito utilizado em cozinhas, banheiros e demais áreas úmidas – tanto internas quanto externas”, diz Kieling.
Pastilhas cerâmicas – peças de menor formato, com acabamento acetinado ou brilhante, fornecidas em telas, o que facilita sua aplicação. “Podem ser usadas em áreas internas e externas, como banheiros, fachadas, saunas e piscinas, entre outros. O tamanho das placas varia de acordo com o tamanho das pastilhas, que são assentadas com argamassa especial e rejuntadas posteriormente”, explica Kieling. Trata-se de uma opção versátil, pois está disponível em diversos tamanhos, formas, cores, estilo e texturas. Podem servir para revestir áreas internas ou apenas como adornos em áreas externas.
Revestimentos especiais diferenciados (hidráulicos e cerâmicos): muito utilizados em fachadas e ambientes de área interna, como living, área gourmet, ou como detalhe em uma adega, por exemplo.
Revestimento cimentício: com mais porosidade e relevo, não é indicado para área de boxe ou próximo a fogão porque pode acumular sujeira.
  • Papéis de parede e revestimentos mais finos: usa-se em lavabos, dormitórios e etc. Quanto mais chamativos, diferentes e impactantes os revestimentos são, maior o risco de enjoar, por isso o uso é mais indicado em ambientes de passagem.

Vantagens x Desvantagens

O problema de usar uma imitação é parecer falso, mas os revestimentos cerâmicos estão ficando cada vez mais próximos do real. Você olha e não diz que não é mármore

A vantagem é que os cerâmicos, em geral, são mais resistentes. Portanto, mais indicados para revestir banheiros e áreas úmidas internas, podendo receber chuvas em áreas externas. A desvantagem, segundo Thaissya Ribeiro, é que não são de fácil remoção. “O papel de parede pode ser retirado ou receber pintura. Estes outros revestimentos requerem mais cuidado porque você não pode trocar com tanta frequência”, orienta.

Já as vantagens das opções cerâmicas que imitam as naturais são: manutenção e custos. “Os naturais exigem manutenção e não são tão resistentes – a madeira, por exemplo, corre o risco de empenar – enquanto o cerâmico dificilmente dará dor de cabeça. Além disso, muitas vezes, o material natural é bem mais caro”, afirma a arquiteta.

A evolução do papel de parede Papéis de parede são muito delicados e devem ser os últimos a serem aplicados na obra. E exigem cuidados especiais de acabamento das paredes: “As paredes têm que estar impecáveis, sem nenhuma ondulação”, diz Thaissya. Mesmo os papéis de parede já trazem, hoje, estampas muito diferenciadas, que imitam pedra e palha, por exemplo. “Alguns até são feitos com resquícios de materiais naturais”. Há, ainda, os adesivos de paredes, que permitem a personalização dos ambientes.

Colaboraram para esta matéria

Antônio Carlos Kieling – Superintendente ANFACER – Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres, que representa nacional e internacionalmente a indústria brasileira de revestimentos cerâmicos.
Thaissya Ribeiro – Arquiteta, formada pela FAAP (Fundação Armando Álvares Penteado), em 1996. Há seis anos, atua no mercado de design de interiores na cidade de São Paulo. Em 2010, montou escritório com a sócia, também arquiteta, Karina Melo, no interior de São Paulo, e mantém projetos e obras no interior, capital e litoral paulista.