menu-iconPortal AECweb

Redutores de vazão proporcionam economia de água

Equipamentos diminuem em até 45% o total consumido em uma residência onde moram três pessoas

Publicado em: 24/11/2016

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Diferentes estudos mostram que, do total consumido de água em uma residência unifamiliar, algo entre 50% e 70% corresponde aos usos em chuveiros e torneiras. Em geral, os banhos são responsáveis por cerca de 40% do gasto e as torneiras, por 20%. Considerando que no Brasil uma pessoa consome, em média, 150 litros por dia, em um imóvel onde há três moradores serão utilizados 13,5 mil litros mensalmente, sendo que somente os chuveiros e as torneiras gastarão cerca de 8 mil litros todos os meses.

“A adoção de dispositivos redutores de vazão pode economizar até 80% da água consumida em um chuveiro e cerca de 60% no caso de uma torneira. No final, a economia total poderá chegar a 45%, o que corresponde a mais de 6 mil litros por mês”, ressalta o engenheiro Osvaldo Rezende, sócio-diretor da AquaFluxus, empresa de consultoria ambiental em recursos hídricos.

redutor-de-vazao-em-torneira
Redutores de vazão podem ser especificados para qualquer torneira (ittipon/ Shutterstock.com)

Ainda analisando esse cenário hipotético da residência com três moradores e considerando que a tarifa da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (CEDAE) para usuários domiciliares é de R$ 3,31 para cada m³ de água consumida, no final do mês a conta seria de R$ 44,68, em média. Se forem instalados os redutores de vazão, a economia financeira pode chegar a R$ 20,00 por mês. “Em uma residência com dois banheiros, o investimento nos equipamentos será na ordem de R$ 250”, afirma o engenheiro, calculando que o payback será de 12 meses, ou seja, depois do primeiro ano de uso, a economia com as contas de água já terá coberto o custo de compra e instalação.

FUNCIONAMENTO

O regulador de vazão é um dispositivo adicionado aos chuveiros, torneiras e descargas. A solução promove uma compensação de pressões de água dentro dos equipamentos, impedindo a passagem de um fluxo maior do que o pré-estabelecido. “Trata-se de uma membrana autoajustável, que promove a deformação do elastômetro, reduzindo, quando necessário, a passagem de água”, explica o especialista.

A única desvantagem é que a redução da vazão pode diminuir o conforto do banho, que normalmente é mais agradável com maior vazão de água.

ONDE INSTALAR

De maneira geral, os redutores de vazão podem ser especificados para qualquer torneira ou chuveiro. “Os equipamentos são comercializados em lojas de materiais hidráulicos e em home centers. São encontrados em diversos modelos e kits, que trazem junto o adaptador para a instalação. Para maior segurança do usuário, é importante buscar marcas já consolidadas no mercado e que sigam as normas técnicas”, afirma Rezende.

A adoção de dispositivos redutores de vazão pode economizar até 80% da água consumida em um chuveiro e cerca de 60% no caso de uma torneira
Osvaldo Moura Rezende

Antes de adquirir o material, porém, é importante verificar se o sistema hidráulico da edificação comporta a redução, pois a vazão recebida pode já ser bem próxima da mínima necessária para as atividades domésticas. “Nos chuveiros com aquecedores acionados pela vazão, talvez não seja possível reduzi-la”, complementa.

O procedimento de instalação é bastante simples. Não há necessidade de contratar encanador ou outro profissional especializado. O dispositivo pode ser incorporado nas torneiras e chuveiros tanto no momento de execução das instalações hidráulicas quanto posteriormente, quando o imóvel já está em uso. “Se a edificação estiver ocupada, o primeiro passo da instalação é fechar o registro”, recomenda o engenheiro. Na sequência, o redutor é posicionado na saída da tubulação para a torneira ou chuveiro, procedimento que deve ser realizado com uso do veda rosca e sempre assegurando que o dispositivo está bem apertado, para que se evite vazamentos.

MANUTENÇÃO

Segundo Rezende, o ideal é que sejam realizadas medições da vazão do equipamento hidráulico antes e depois da instalação do dispositivo, o que possibilitará a avaliação da real economia obtida.

Uma forma bem prática e rápida de executar essa ação é enchendo um recipiente que tenha seu volume conhecido, por exemplo, uma garrafa PET de 2 litros. “Com um cronômetro, é só marcar o tempo que levará até que a embalagem esteja totalmente preenchida”, orienta o engenheiro.

Já as manutenções devem ser preventivas, sobretudo em edificações com instalações hidráulicas antigas, onde podem existir muitos resíduos que tendem a entupir o redutor de vazão.

A utilização de um arejador de vazão constante pode proporcionar redução de até 75% no consumo de água
Osvaldo Moura Rezende

QUALIDADE

Os equipamentos não contam com normas técnicas próprias, porém estão incluídos na ABNT NBR 13713 - Instalações hidráulicas prediais - Aparelhos automáticos acionados mecanicamente e com ciclo de fechamento automático - Requisitos e métodos de ensaio. “Outra norma é a ABNT NBR 10281 - Torneiras - Requisitos e métodos de ensaio”, lembra o especialista. Alguns fabricantes também buscam atender a padrões de especificação de normas internacionais, como a europeia EN 246 - Sanitary tapware - general specifications for flow rate regulators - e a americana US Standards A 112.18.1M/n SF 61.

AREJADORES

Além dos redutores de vazão, os arejadores complementam a economia de água. “São acessórios para torneiras e chuveiros que misturam ar e água, dando a sensação de maior volume. Em uma torneira de pia, a utilização de um arejador de vazão constante pode proporcionar redução de até 75% no consumo de água”, finaliza Rezende.

Colaboração técnica

Osvaldo Moura Rezende – Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (POLI-UFRJ), especialista em Engenharia Urbana pela mesma instituição e mestre em Engenharia Civil pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE-UFRJ). É sócio-fundador da empresa AquaFluxus e pesquisador doutorando do Laboratório de Hidráulica Computacional da COPPE-UFRJ. Atua como professor no curso de pós-graduação em Engenharia de Saneamento Básico e Ambiental do Instituto Brasileiro de Educação Continuada (INBEC). Foi coautor do livro “Drenagem Urbana: do Projeto Tradicional à Sustentabilidade”, publicado pela editora Elsevier, em 2010.