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Quais são os fatores que influenciam a durabilidade das mantas asfálticas?

Composição química do produto e forma de execução impactam a vida útil deste sistema de impermeabilização. Conheça os tipos oferecidos atualmente pelo mercado

Publicado em: 10/12/2018Atualizado em: 27/11/2020

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Nível de exposição influencia na durabilidade da manta asfáltica (Crédito: shutterstock.com / Denis Torkhov)

Uma das soluções para impermeabilização mais utilizadas no Brasil, as mantas asfálticas compõem um sistema flexível pré-fabricado à base de asfalto modificado com polímeros e estruturantes em poliéster ou polietileno. Esses produtos são indicados para aplicação em estruturas sujeitas à movimentação, como lajes, reservatórios, jardineiras, paredes de encostas, áreas frias, entre outras.

Mantas asfálticas – Guia de fornecedores

A ABNT NBR 9952 – Manta asfáltica para impermeabilização define os requisitos mínimos para a aceitação desses materiais. A norma classifica os produtos em quatro categorias em função de seus índices de tração, alongamento, flexibilidade e espessura. As mantas ainda diferem quanto ao tipo de acabamento, que pode ser de alumínio, de polietileno, ardosiado, geotêxtil, entre outros.

VIDA ÚTIL DAS MANTAS ASFÁLTICAS

Estanqueidade, flexibilidade e aderência ao substrato são características fundamentais às mantas asfálticas. A durabilidade do produto é igualmente importante, uma vez que a impermeabilização precisa atender às exigências da ABNT NBR 15.575 – Edificações habitacionais – Desempenho.

Quanto maior a flexibilidade da manta plastomérica sob baixas temperaturas, maior tende a ser sua durabilidade
Juliana Grippa

“Essa norma estabelece uma vida útil de projeto (VUP) mínima para a impermeabilização, independente do produto aplicado”, explica o engenheiro Marcos Storte, diretor técnico da A2S Engenharia e Perícia. Para áreas que exigem a quebra de revestimentos para reparos, como banheiros e piscinas, por exemplo, a impermeabilização deve resistir por pelo menos 20 anos.

Uma série de fatores influencia a vida útil das mantas asfálticas. O local de aplicação e o grau de exposição a danos estão entre eles.

A composição química da manta também gera impactos na durabilidade do sistema, como mostra uma pesquisa realizada com produtos de diferentes fabricantes e classes de flexibilidade, coordenada pela química Juliana Grippa. O objetivo do estudo foi detectar a influência da quantidade de polímeros presentes no material impermeabilizante em sua vida útil. O trabalho foi apresentado em simpósio técnico realizado pelo Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), em junho de 2018.

Segundo Grippa, “quanto maior a flexibilidade da manta plastomérica sob baixas temperaturas, maior tende a ser sua durabilidade”, lembrando que a flexibilidade tem relação direta com a quantidade de polímeros presentes no composto asfáltico.

Baixe aqui um mapa comparativo de propostas para facilitar seu processo de cotação.

MANTAS CLASSE A

“A manta asfáltica que resiste a mais esforços é a tipo IV classe A”, afirma o engenheiro José Miguel Morgado, diretor executivo do IBI. A tipologia (I, II, III e IV) refere-se à qualidade do material estruturante utilizado na manta. Já a classificação A, B e C distingue os produtos com relação ao percentual de elastômeros em sua fórmula. “Se combinarmos duas mantas duplas tipo IV e classe A, com 4 mm, aplicadas de forma cruzada, podemos obter tranquilamente uma impermeabilização com 30 anos de vida útil de projeto”, exemplifica Morgado.

Hoje, temos uma grande oferta de mantas no mercado capazes de atender a diferentes necessidades de obras novas ou reformas
Marcos Storte 

Nos últimos anos, a evolução nesse segmento passou, em grande parte, pela maior diversidade de mantas. “Hoje, temos uma grande oferta de mantas no mercado capazes de atender a diferentes necessidades de obras novas ou reformas”, diz Storte.

O mercado também evoluiu quanto ao método de aplicação. “Há mantas autoadesivas, termoadesivas, aderidas por meio de reação química, que podem ser aplicadas com ar quente etc.”, complementa Grippa.

CUIDADOS NA APLICAÇÃO

A aplicação ainda é um ponto crítico para garantir desempenho às impermeabilizações com mantas. Quando o foco é durabilidade, de pouco adianta dispor de um produto resistente se sua aplicação for inadequada. Daí a importância de sempre recorrer a empresas de execução com competência comprovada.

A manta asfáltica que resiste a mais esforços é a tipo IV classe A
José Miguel Morgado 

Seja qual for sua tipologia, a manta deve ser aplicada em área limpa, seca, isenta de partículas soltas. A execução deve seguir as definições de um projeto pré-elaborado, que defina como serão executados detalhes, como ralos, cantos e sobreposição.

Outro cuidado fundamental é, após a realização do teste de estanqueidade, executar a proteção mecânica sobre a impermeabilização.

Duas referências técnicas importantes para a impermeabilização com mantas asfálticas são a ABNT NBR 9474 – Execução da Impermeabilização e a ABNT NBR 9575 – Projeto de Impermeabilização.

SAIBA MAIS:
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Colaboração técnica

Juliana-Grippa
Juliana Grippa  – Química com mestrado pelo Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo. Especializada em Engenharia de Produção na Unesp-Bauru, atua no departamento de pesquisa e desenvolvimento da Sika, onde coordena o setor de controle de qualidade.
Marcos-Storte
Marcos Storte  – Engenheiro civil, mestre em construção civil e urbana pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. É consultor e palestrante em cursos e treinamentos na área de impermeabilização e diretor técnico da A2S Engenharia e Perícia.
José Miguel Morgado  – Engenheiro civil com MBA em varejo de material de construção pela FAAP e em negócios e inovação pela Barry University e pela University of Nevada. É diretor executivo do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI).