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PVC x CPVC: saiba quais são as diferenças entre esses dois tipos de tubo

Para especificar a melhor solução em instalações hidráulicas é preciso conhecer as características dos materiais conduzidos, como temperatura e pressão no interior da tubulação

Publicado em: 04/09/2018Atualizado em: 25/10/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Material que será conduzido influencia diretamente na escolha por canos de PVC ou CPVC (foto: shutterstock.com / N.Surisuk)

Ao especificar uma tubulação para instalações hidráulicas é preciso conhecer as características dos materiais que serão conduzidos pelo encanamento. Entre as particularidades que interferem no projeto estão, por exemplo, a temperatura e a pressão no interior do sistema. Assim, o projetista precisa ter acesso à maior quantidade possível de informações, para optar pela solução mais adequada.

“O PVC é o material mais utilizado no país para a produção de tubos e conexões com a finalidade de transportar água potável ou esgoto”, afirma Adriano Andrade, diretor comercial da Mexichem Brasil. “O mercado do PVC está sempre em expansão, oferecendo soluções para todo tipo de sistema construtivo e atendendo às normas — em especial aos requisitos térmico e acústico”, completa o engenheiro Rene Kuhnen, gerente de marketing de produtos da Tigre.

Veja alguns fornecedores de tubos e conexões de CPVC

Segundo Kuhnen, o tubo de PVC contribui para que o desempenho do empreendimento alcance os níveis requeridos pela ABNT NBR 15.575 — Desempenho de Edificações Habitacionais. “Os benefícios são diversos e impactam diretamente a qualidade de vida dos moradores. Entre os principais estão a temperatura adequada e confortável da água e os espaços livres de ruídos indesejáveis”, aponta o gerente da Tigre.

Já em instalações que transportam água quente, é indicado empregar tubos de CPVC. “O material também pode ser usado em situações com pressão elevada ou quando é necessária maior resistência ao impacto”, observa Andrade. O produto ainda pode ser aplicado para combate a incêndio e no campo industrial, para condução de fluídos diversos.

As vantagens do tubo de CPVC são inúmeras, dentre elas resistência e durabilidade. O produto ainda se destaca pela instalação fácil. Ao contrário das tubulações metálicas, o material é mais leve, simplificando o transporte e a armazenagem. Além disso, como a união entre os tubos e as conexões é feito por meio de soldagem a frio, com uso de adesivo, facilita o trabalho do instalador e garante melhor custo-benefício para a obra.

O tipo de tubo influencia o procedimento de execução da instalação hidráulica. “Dependendo do material e da necessidade, ele pode mudar, exigindo algumas etapas diferentes. Por exemplo, lixamento, aplicação de primer e adesivo para soluções industriais, entre outras”, indica Kuhnen.

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TUBOS DE PVC

O PVC é um termoplástico inerte, atóxico e reciclável, que após a transformação oferece excelentes propriedades ao produto final. Destaca-se pela resistência química e à corrosão, estanqueidade de juntas, tubulações menos rugosas, entre outros. “O material tem em sua composição 57% de cloro, proveniente do sal marinho — considerado um recurso natural inesgotável —, e 43% de hidrocarbonetos”, informa Andrade.

O PVC é o material mais utilizado no país para a produção de tubos e conexões com a finalidade de transportar água potável ou esgoto
Adriano Andrade


“Um dos aspectos ambientais mais importantes e benéficos do PVC está na origem de suas principais matérias-primas e de seus insumos: cloro, eteno (também conhecido como etileno) e água. A principal matéria-prima do PVC é o sal marinho. A partir dele, é obtido o cloro, que representa 57% do peso do PVC. Os 43% restantes são obtidos a partir do petróleo, utilizado na forma de eteno”, detalha Kuhnen, lembrando que as oleofinas (PP e PE) utilizam 100% de petróleo.

Para dimensionar corretamente os tubos e as conexões de PVC para transporte de água, é importante levar em consideração alguns fatores como pressão, vazão, pontos de atendimento, distribuição dos ramais e sub-ramais da rede. Já para as redes de esgoto, a atenção deve-se voltar para a vazão de escoamento do sistema, a quantidade de pontos de atendimento, o comprimento da rede, entre outros.

Quando os tubos chegam ao canteiro, precisam ser armazenados em local que não receba de maneira direta a radiação ultravioleta. Por isso, é aconselhável protegê-los com materiais isolantes. “Mesmo contando com excelente flexibilidade, não é recomendada sua exposição a golpes, marteladas e outras situações similares, nem no armazenamento nem na instalação”, adverte Andrade, indicando que a temperatura do fluido no interior da instalação não deve ultrapassar 45°C.

A solução pode estar vinculada a diferentes normas técnicas, de acordo com a aplicação. Para sistemas prediais com água fria, por exemplo, vale a ABNT NBR 5.648 — Tubos e Conexões de PVC-U com Junta Soldável para Sistemas Prediais de Água Fria — Requisitos. Já para os sistemas prediais de esgoto e água pluvial, há a ABNT NBR 5.688 — Tubos e Conexões de PVC-U para Sistemas Prediais de Água Pluvial, Esgoto Sanitário e Ventilação – Requisitos. “Existem outras normas, como a NBR 16.638 — Tubos e Conexões de PVC — Desempenho da Junta Elástica — Método de Ensaio —, que tratam de temas gerais sobre o desempenho dos tubos e das conexões de PVC”, comenta Kuhnen.

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TUBOS DE CPVC

Os canos de CPVC são fabricados a partir do policloreto de vinila clorado, que possui alta resistência. “Basicamente, sua composição química é semelhante à do PVC, mas com a adição de cloro na fórmula. Isso torna o material mais resistente e maleável”, explica Andrade, reforçando que a solução é uma alternativa mais barata aos tubos de cobre.

O dimensionamento dos tubos e das conexões de CPVC é realizado com base em determinadas particularidades do sistema. Entre as características que devem ser analisadas estão a pressão, vazão, temperatura, os pontos de atendimento, a distribuição dos ramais e sub-ramais da rede, o tipo de fluído que será conduzido, entre outras.

O mercado do PVC está sempre em expansão, oferecendo soluções para todo tipo de sistema construtivo e atendendo às normas — em especial aos requisitos térmico e acústico
Rene Kuhnen

O dimensionamento dos tubos e das conexões de CPVC é realizado com base em determinadas particularidades do sistema. Entre as características que devem ser analisadas estão a pressão, vazão, temperatura, os pontos de atendimento, a distribuição dos ramais e sub-ramais da rede, o tipo de fluído que será conduzido, entre outras.

Segundo Andrade, os cuidados com o produto na obra são semelhantes aos despendidos com os tubos de PVC. Basta protegê-los com material isolante e evitar que os raios ultravioletas os atinjam diretamente. “Também não é recomendada sua exposição a fenômenos que sofram solicitações externas durante os processos de instalação e armazenamento. Os tubos podem ser utilizados continuamente em temperaturas de até 82°C”, complementa.

O produto deve atender aos requisitos prescritos na ABNT NBR 15.884 — Sistemas de Tubulações Plásticas para Instalações Prediais de Água Quente e Fria — Policloreto de Vinila Clorado (CPVC) e na ABNT NBR 7.198 — Projeto e Execução de Instalações Prediais de Água Quente”, diz Kuhnen. Há ainda normas americanas como a ASTM D2.846, a ASTM F439 (para conexões com diâmetro entre 73 mm e 114 mm) e a ASTM F442 (para tubos com diâmetro entre 73 mm e 114 mm).

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Colaboração técnica


Rene Kuhnen   – Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade do Estado de Santa Catarina, possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O executivo está na Tigre desde 2011, onde passou por diversas áreas até alcançar o cargo de gerente de marketing de produtos, em 2017.

Adriano Andrade  – Graduado em Administração com ênfase em Marketing, possui MBA em Gestão Estratégica Econômica de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e fez curso de liderança na Harvard University. É diretor comercial da Mexichem Brasil, detentora da marca Amanco. Em 11 anos na empresa, já ocupou os cargos de gerente de trade marketing e pricing, gerente nacional de vendas e gerente de desenvolvimento de mercado. Possui experiência com distribuidores e atacadistas dos mais diversos portes, especialmente os que atuam no segmento de materiais de construção.