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Projetor de argamassa tem produtividade superior ao método de reboco manual

Cada pedreiro consegue rebocar de 30 a 60 m² de parede por dia, produção superior à obtida pelo método convencional, que varia de 10 a 20 m² diários

Publicado em: 15/12/2017Atualizado em: 27/03/2023

Texto: Redação PE


Uma equipe de cinco pedreiros pode revestir aproximadamente 300 m² de fachada por dia utilizando o projetor de argamassa (Divulgação/ Anvi)

O projetor de argamassa, ou máquina de reboco e chapisco, como também é conhecido, é utilizado para lançar argamassa em obras de fachada de edifícios residenciais e comerciais, como shoppings, aeroportos e estádios. Esse equipamento propicia produtividade consideravelmente superior ao trabalho de chapisco convencional realizado pelos pedreiros, reduzindo em até 65% a quantidade de pessoas necessária na equipe de trabalho. Isso é possível porque a máquina faz bombeamento e projeção de argamassa, eliminando operações logísticas.

O projetor deve ser escolhido de acordo com as características da obra. A equipe de engenharia leva em consideração as dimensões do prédio onde ele será utilizado, o layout, o tipo de argamassa projetada e o ritmo de produção dos pedreiros. De acordo com a fabricante Anvi, o uso do projetor pode reduzir de 3% a 4% o consumo de argamassa em comparação com o processo manual, no qual ela é chapada com colher de pedreiro.

“A qualidade da resistência obtida com a projeção de argamassa é superior à energia da massa chapada manualmente”, compara Victor Natenzon, diretor da Anvi. “O volume lançado na colher de pedreiro é grande, retém muito ar, por isso pode comprometer a qualidade do reboco”, explica.

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ESPECIFICAÇÃO

De acordo com a NBR 13749, da ABNT, a argamassa deve ter resistência de ≥0,20 MPa quando o acabamento for pintura do lado interno. Para aplicação no lado externo com qualquer tipo de acabamento, ou mesmo no lado interno com acabamento em cerâmica, ela deve ter resistência ≥0,30 MPa. Segundo Natenzon, só é possível atender a essas especificações utilizando projeção mecanizada.

Os projetores de argamassa disponíveis no mercado brasileiro variam conforme a necessidade da obra. Os modelos com vazão mais baixa possuem capacidade de projeção entre 1,5 a 2 metros cúbicos/ hora, com equipamentos que podem bombear a até 18 metros de altura. Já os de maior amplitude têm capacidade de 6 a 8 metros cúbicos/ hora de vazão e podem chegar a 120 metros de altura de trabalho, conforme o tipo de argamassa. O material a ser bombeado, em sua maior parte, é argamassa industrializada ou usinada e, em alguns casos, o gesso utilizado para revestir ambientes internos.

Para selecionar o modelo correto, o usuário precisa se basear em alguns fatores da obra, como altura da fachada, capacidade de bombeamento e projeção de argamassa até a altura especificada em projeto, qual será o volume de projeção e a produtividade estabelecida. André Medeiros, gerente comercial e tecnológico da Turbosol, antecipa que as características da argamassa serão determinantes para definir as capacidades de alcance desse equipamento.

“Isso significa que uma argamassa convencional, com aditivos incorporados de ar num projetor de rotor estator, pode ser bombeada a 60 metros de altura. Mas essa mesma máquina é capaz de bombear contrapiso autonivelante, um material mais líquido e leve, a uma altura de 80 a 90 metros”, compara Medeiros.

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ANDAIME FACHADEIRO

A produção é um dos itens mais relevantes no uso do projetor de argamassa. Uma equipe de cinco pedreiros pode revestir cerca de 300 metros quadrados de fachada por dia, com a utilização de andaime fachadeiro ou plataforma de trabalho aéreo, que proporcionam boa mobilidade nos trabalhos externos. Nas áreas internas, a produção varia de 180 a 200 metros quadrados por dia de argamassa convencional.

A qualidade da resistência obtida com a projeção de argamassa é superior à energia da massa chapada manualmente
Victor Natenzon

O trabalho segue um ritmo de linha de produção: enquanto um pedreiro projeta a argamassa, após três metros outro passa a régua e faz o esquadro, e outra pessoa usa a desempenadeira. André Medeiros conta que já viu uma equipe de quatro pedreiros altamente produtiva, fazendo 300 metros quadrados por dia, numa obra em Fortaleza, com utilização de projetor de argamassa.

Medeiros desaconselha o uso de balancim para a projeção de argamassa em altura, porque esse equipamento restringe a movimentação da equipe. “Seria necessário um balancim para cada pedreiro, o que limita uma produção individual de 40 a 45 m2. Nesse caso, não há diferencial produtivo com uso do projetor em relação ao método manual”, pondera Medeiros.

USO E LIMPEZA

Antes do uso diário do projetor de argamassa, são necessários alguns procedimentos para garantir seu bom funcionamento. Um deles é passar a nata no mangote – uma mistura de argamassa com água – que prepara toda a parte de tubulação e bico de projeção, para a passagem da argamassa. Após o uso, André Medeiros diz que os usuários também costumam passar água com uma bolinha por toda a extensão do mangote, para fazer a limpeza da argamassa residual.

Também é necessário limpar o misturador e o coxo onde a argamassa fica depositada, evitando que esse material resseque e fique grudado. O recipiente pode ser lavado com água e, em alguns casos, é borrifada pequena quantidade de óleo diesel na parte externa. “A lubrificação diária com graxa deve ser feita em pontos preestabelecidos pelo fabricante”, explica Medeiros.

A lubrificação diária com graxa deve ser feita em pontos pré-estabelecidos pelo fabricante
André Medeiros

Alguns pontos requerem atenção durante o uso, principalmente em máquinas com rotor estator. Às vezes o pedreiro percebe a baixa vazão no bico projetor de argamassa, começa a pressioná-lo para tentar bombear melhor e, por fim, acaba a quebrando. Quando isso ocorre, o que se deve fazer é verificar se a umidade da argamassa está condizente com o uso e se a configuração do projetor está adequada para a altura do trabalho.

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SISTEMA MANUAL X PROJETOR

Descrição

Aplicação manual

Produção mecanizada

Comparativo de Aplicação

Produtividade baixa; depende da habilidade do pedreiro; falta de constância na energia de aplicação da argamassa.

Aplicação do chapisco é cerca de 200% mais rápida; possui maior controle na produção; menor variação de energia de lançamento.

Velocidade

Um pedreiro consegue produzir em torno de 10 a 20 m² por dia de emboço.

Um pedreiro produz de 30 a 60 m² por dia. Equipe de cinco pedreiros produz 300 m² por dia.

Extensão de aderência

Ancoragem da argamassa à base é prejudicada, pois ocorrem muitos bolsões de ar. Podem ocorrer patologias.

Extensão de aderência da argamassa à base de 94%. O spray projeta com energia constante, atendendo aos padrões da ABNT.

Fonte: Anvi

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COLABORAÇÃO TÉCNICA

Victor Natenzon, diretor da Anvi

André Medeiros, gerente comercial e tecnológico da Turbosol