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Portas de madeira devem atender padrões de qualidade da NBR 15.930

O mercado está começando a entender a importância de o produto seguir os critérios da norma e a usá-los no momento de especificar o produto, avaliando local e condições de uso

Publicado em: 26/09/2013

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Portas de madeira

Não existe mais uma porta única. Hoje há categorias de produtos, com diferentes designs e desempenhos. “O mercado está acostumado a comprar a porta mais barata. Existem construtoras que trabalham com apartamentos de alto padrão no bairro dos Jardins, em São Paulo, por exemplo, ou com o programa do governo Federal ‘Minha Casa, Minha Vida’ e eles compram a mesma porta, por R$ 100. E, pior, esse mesmo produto chega aos hospitais”, ressalta o engenheiro Civil Roberto Pimentel Lopes, diretor técnico do Comitê de Portas da Associação da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci).

Em vigor desde dezembro de 2011, a norma técnica NBR 15930 que rege as portas de madeira para edificações, classifica o produto por desempenho, de acordo com a ocupação e uso, tráfego e tipo de projeto – residencial, comercial, hotelaria, hospital. “O mercado está começando a entender a importância de as portas de madeira seguirem os critérios da norma e a usá-los no momento de especificar o produto”, comenta Lopes.

Internas X Externas

De acordo com o documento normativo, existem portas para uso interno e externo. “As usadas no interior são as portas de quarto, sala ou banheiro ou mesmo as de entrada de um apartamento ou escritório. Já as externas são aquelas submetidas às intempéries como as portas de entrada de uma casa ou as que ficam no térreo de um edifício, por exemplo, e dão acesso a depósitos, banheiros ou áreas de piscinas, onde há exposição ao sol e chuva”, explica o engenheiro civil.

Mas existem também portas internas resistentes à umidade – RU – que são ideais para banheiros, cozinhas, áreas de serviço, enfim, locais em que terão contato com água. “Essa é uma novidade apresentada pela norma técnica NBR 15930”, completa o diretor técnico.

Qualidade

O mercado está começando a entender a importância de as portas de madeira seguirem os critérios da norma e a usá-los no momento de especificar o produto

Quem dá as diretrizes sobre o tempo médio de vida útil de uma porta de madeira é a norma de desempenho NBR 15.575. “Varia de oito anos para uma porta interna do segmento popular – as mais simples do mercado – até 25 anos para uma porta corta-fogo”.

Segundo Lopes, cerca de 70% do mercado de portas de madeira já estão envolvidos com o Programa Setorial da Qualidade para Portas de Madeira de Edificações (PSQ/PME). “Algumas empresas estão em um estágio mais avançado, realizando os ensaios de seus produtos. Outras estão implantando um programa de gestão da qualidade primeiro – mas todas já apontam para o alvo principal que é a certificação de conformidade”, informa.

Tipos de portas

Além das classificações feitas pela norma técnica NBR 15.930, existem vários modelos de portas no mercado, tanto para uso residencial quanto comercial. As mais conhecidas são as tradicionais portas de giro, que estão disponíveis com maior variedade. Já as pivotantes são muito usadas nas entradas das casas e possuem um sistema em que a folha gira em torno de um eixo vertical, o que traz vantagens como a economia de espaço, pois parte da folha é projetada para fora, e as ferragens ficam escondidas.

Quem quer economizar espaço deve optar pelas portas de correr, que podem ser embutidas na alvenaria ou atrás da marcenaria, e as sanfonadas, que são presas a um trilho superior e dobram-se em partes quando abertas. Essa tipologia difere da camarão, pois esta é composta por folhas maiores articuladas e há dobradiças entre as partes. Além das portas balcão, formadas por duas folhas, e muito usadas em varandas e sacadas.

Madeiras

Algumas empresas estão em um estágio mais avançado, realizando os ensaios de seus produtos. Outras estão implantando um programa de gestão da qualidade primeiro – mas todas já apontam para o alvo principal que é a certificação de conformidade

Há dois grupos de madeiras usadas para a fabricação de portas. “As nativas são basicamente de procedência da Amazônia e, atualmente, com o uso bastante restrito, já que a utilização de madeira tropical está mais associada à pequena escala, marcenarias e o uso no exterior. E as madeiras de floresta plantadas no Brasil – Pinus e Eucalipto – que representam mais de 90% da produção nacional de portas”, explica o engenheiro.

O especificador e o consumidor devem atentar para a procedência da madeira: “As portas devem exibir o selo de certificação de produtos florestais, que está sendo muito usado não somente no mercado de portas, mas também em mobiliário e papel, entre outros itens, que é o Forest Stewardship Council (FSC). Os principais fabricantes de portas já têm essa certificação em seus produtos”.

Fechaduras e dobradiças

Esse mercado possui a norma técnica específica de fechaduras que é a NBR 14.913. Mesmo assim, a norma técnica 15.930, específica para portas de madeira, há uma tabela contendo as dimensões mínimas das dobradiças e fechaduras, de acordo com os padrões das portas. “São quatro: porta leve, simples e que, normalmente, é interna; porta padrão médio, intermediária, para uso residencial; e as pesadas e superpesadas, com espessuras de 40 a 45 mm e usadas em locais de alto tráfego, como em obras coletivas – hospitais, hotéis, aeroportos entre outros.

As dimensões das portas também são padronizadas e vão desde vãos de 60 cm x 2,10 m até 1,20 m x 2,10 m, de acordo com o local e utilização de destino”, diz o diretor técnico.

Colaborou para esta matéria

Roberto Pimentel Lopes – É engenheiro Civil com pós-graduação em Marketing pela ESPM, diretor Técnico do comitê de portas da ABIMCI – Curitiba/PR e coordenador da Comissão de Estudos de Portas de Madeira da ABNT – CE12/CB31. Atua também como gerente Técnico do Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira – PSQ PIM – no PBQP-H do Ministério da Cidade. É professor convidado do mestrado profissional em habitação do IPT e consultor e palestrante nas áreas de qualidade e desempenho de portas para edificações.