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Por que modernizar elevadores?

A atualização estética e tecnológica do veículo, parcial ou total, proporciona melhor desempenho, mais conforto e economia de energia

Publicado em: 27/03/2015Atualizado em: 18/10/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Elevadores são fundamentais para o transporte vertical em arranha-céus. Esses dispositivos são considerados um dos mais seguros meios de transporte do mundo. Ainda assim, devem estar em sintonia com atualizações tecnológicas para superar irregularidades.

“Elevadores com tempo de uso muito grande e com manutenção inadequada podem trazer sérios riscos aos usuários”, observa o arquiteto e urbanista Ronaldo Suzuki, professor de sistemas prediais da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Os problemas mais comuns são abertura das portas com o elevador em movimento, mau contato nas botoeiras da cabina ou dos andares, desnível entre a cabina e o pavimento durante as paradas e defasagem dos cabos, que podem se romper.

Além da questão da segurança, temos também o custo da manutenção que aumenta com as paradas frequentes
Ronaldo Suzuki

“Também temos o risco da falta de itens de proteção para os técnicos que realizam a manutenção”, acrescenta o engenheiro Fábio Aranha, diretor do Seciesp (Sindicato das Empresas de Elevadores de São Paulo) e presidente da AEM (Associação de Elevadores do Mercosul).

NORMAS E ACESSIBILIDADE

De acordo com Aranha, a legislação que regulamenta o uso de elevadores é de atribuição municipal. De forma geral, é obrigatório que uma empresa credenciada faça a manutenção a cada 30 dias. “Ela deve ter, entre outros, engenheiro responsável, seguro de responsabilidade civil e infraestrutura mínima para atendimento”, conta.

“Existem várias Normas da ABNT sobre requisitos de projeto, construção e instalação de elevadores”, completa Suzuki. As normas utilizadas pelos fabricantes são as NBR 5666, que trata da terminologia; NBR NM 207, sobre requisitos de segurança para construção e instalação; e NBR-5665, que cuida do procedimento para cálculo de tráfego.

A modernização tecnológica é o item que apresenta melhor custo-benefício para o cliente, pois melhora o desempenho do elevador e diminui os custos para o condomínio
Daniel Barros

“Além disso, a nova NBR 15.597:2008, desenvolvida com base em uma norma europeia (EN81 – 80:2003), visa adequar os elevadores antigos aos padrões atuais de segurança”, lembra Daniel Barros, gerente de modernização da Atlas Schindler.

Por fim, a lei federal 10.098 (2000), regulamentada pelo decreto federal 5.296 (2004), estabelece normas gerais e critérios básicos que promovem a acessibilidade a pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. “Independente da obrigatoriedade ou não, devemos pensar que a acessibilidade é um direito do cidadão e é dever do arquiteto e da sociedade proporcionar isso”, defende Suzuki.

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POR QUE MODERNIZAR OS ELEVADORES?

Elevadores com mais de 20 anos de uso podem começar a apresentar defeitos e, consequentemente, colocar a segurança dos usuários em risco. “Além da questão da segurança, temos também o custo da manutenção que aumenta com as paradas frequentes”, constata Suzuki.

Segundo dados da Seciesp, disponibilizados pela Revista Elevador Brasil, existem 500 mil elevadores no país, sendo que metade está em São Paulo e no Rio de Janeiro. Calcula-se que 60% a 70% precisam ser modernizados. Segundo Barros, a própria empresa responsável pela manutenção pode indicar a necessidade de modernização. “Ela possui as informações referentes à performance do elevador e pode sugerir ao responsável pelo condomínio”, alega.

Entre as principais razões que determinam a modernização, destacam-se a busca por melhor desempenho, maior conforto e segurança aos usuários, economia de energia, redução do número de paradas para manutenções, renovação visual das cabinas e valorização do imóvel.

“A modernização pode ser parcial ou total, dependendo da situação e de uma avaliação caso a caso”, revela Suzuki. A parcial concentra-se na renovação pontual de elementos, sejam eles estéticos ou tecnológicos, aproveitando parcialmente outros sistemas existentes. Já a total engloba a substituição de todos os componentes do elevador.

Na modernização estética (ou redesign), trocam-se peças e componentes visíveis aos usuários – revestimentos, portas, acessórios, piso, iluminação e outros – proporcionando maior conforto ao usuário e valorizando o imóvel.

Já a modernização tecnológica inclui alterações na máquina de tração, quadro de comando e outros dispositivos com o objetivo de garantir o funcionamento do elevador com segurança. “Este é o item que apresenta melhor custo-benefício para o cliente, pois melhora o desempenho do elevador e diminui os custos para o condomínio”, considera Barros.




PRINCIPAIS RECURSOS TECNOLÓGICOS

  • Quadro de comando com inversor de frequência que desacelera gradualmente o elevador e transforma as viagens mais suaves, sem trancos
  • Sensores ópticos instalados no poço para identificar a posição da cabina e garantir seu nivelamento nas paradas, eliminando degraus
  • Sistemas de gerenciamento de acesso e tráfego para edifícios comerciais para reduzir filas
  • Botoeiras e comandos eletrônicos com painéis LCD e dispositivos de acessibilidade
  • Iluminação mais econômica com o uso de lâmpadas LED
  • Sistema de envio de diagnósticos via SMS aos técnicos responsáveis
  • Sistema de gerenciamento de acesso por biometria ou por cartão que proporciona maior segurança

VANTAGENS DE MODERNIZAR OS ELEVADORES

1- Mais segurança - De acordo com o arquiteto Suzuki, o principal benefício é a segurança. “A modernização traz menor índice de falhas, de interrupções e, consequentemente, reduz o risco de acidentes”, enumera o professor.

2- Redução de despesas - Elevadores modernizados também reduzem as despesas. “Nas modernizações tecnológicas se observa menor gasto na troca de peças e uma considerável economia de energia”, aponta Barros. “Por se tratar de um veículo de transporte coletivo, a manutenção preventiva continua sendo obrigatória, mas com certeza a despesa será bem menor”, pondera Aranha.

A compensação com os gastos em um projeto de modernização pode variar caso a caso. “A quantidade de elevadores no condomínio e a tecnologia que será aplicada em cada caso influenciará no investimento total do projeto e seu consequente retorno”, diz Barros.

“Considerando a valorização do imóvel, o retorno é mais que imediato”, calcula Aranha. Especialistas do setor imobiliário estimam que a modernização de elevadores valoriza o patrimônio em até 10% do seu preço.

3- Economia de energia - “Um dos principais objetivos da modernização é a economia de energia e, consequentemente, redução da emissão de CO² para gerá-la”, ressalta Aranha. Isso acontece por inúmeros fatores. Um deles é por meio da utilização de inversores de frequência nos comandos eletrônicos, que reduzem os picos de partida e proporcionam economia na ordem de 40%.

Um dos principais objetivos da modernização é economia de energia e, consequentemente, redução da emissão de CO² para gerá-la
Fábio Aranha

Sistemas inteligentes de desligamento automático de alguns itens dos elevadores (após certo tempo inativo) e materiais como lâmpadas LED também proporcionam menor consumo de energia.

Existem, ainda, softwares dedicados à distribuição inteligente de passageiros que contribuem na redução do consumo de energia, como o Miconic 10. “O passageiro indica o andar desejado por meio de um terminal instalado no hall dos pavimentos, antes mesmo de entrar na cabina. O sistema faz a otimização do tráfego, criando grupos de passageiros que vão para os mesmos andares de destino ou pisos próximos”, explica Barros. “Esta tecnologia permite o transporte de até 30% a mais de usuários com o mesmo número de elevadores e significativa economia de energia”, complementa.

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Colaboraram para esta matéria

Daniel Barros – Formado em engenharia mecânica pela Escola de Engenharia Mauá. Tem MBA em Business Management pela Fundação Dom Cabral e pós MBA em Liderança Organizacional pela Kellogg School of Management. Começou, em 2003, no grupo Schindler como Gerente de Vendas e passou por cargos de Gerente de Projeto, Gerente de Qualidade e Segurança. Hoje é Gerente de Modernização.
Fábio Aranha – Engenheiro, diretor do SECIESP (Sindicato das Empresas de Elevadores do Estado de São Paulo) e Presidente da AEM (Associação Elevadores do Mercosul).
Ronaldo Takeshi Suzuki – Arquiteto e urbanista, professor de Sistemas Prediais da Universidade Presbiteriana Mackenzie.