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Muros e portões de vidro aumentam a segurança de empreendimentos

Além dessa função, solução confere leveza e ajuda a valorizar as fachadas. Contudo, material precisa ser devidamente especificado, priorizando-se vidros laminados e temperados. Leia mais

Publicado em: 03/04/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Se especificados corretamente, os muros de vidro podem apresentar alta resistência a esforços e cargas (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Os densos muros de alvenaria que protegem os condomínios residenciais ganharam, há alguns anos, um novo concorrente. Cada vez mais, arquitetos têm especificado o vidro para cumprir essa função. Além de permitir maior integração visual entre o empreendimento e seu entorno, o elemento valoriza as fachadas das edificações. Apesar disso, ainda encontra certa resistência do mercado, que tem dúvidas sobre a segurança que proporciona.

“Quando dimensionado corretamente, o vidro apresenta grande resistência a esforços e cargas. Por essa característica, tem sido amplamente empregado na construção civil, inclusive nos fechamentos de empreendimentos, como em muros e portões. Aliado à resistência, o material ainda agrega valor por ser considerado nobre”, detalha Tatiana Domingues, sócia-proprietária da Paulo Duarte Consultores.

Os muros e portões de vidro conferem leveza ao projeto, permitindo que sejam observadas as movimentações do lado de fora. Assim, os próprios moradores detectam ações estranhas que possam ameaçar o interior do empreendimento. Por exemplo, pessoas tentando pular para dentro do condomínio ou esperando a oportunidade de emboscar alguém que está de entrada ou saída. Ou seja, o material pode contribuir para a melhoria da segurança.

Quando dimensionado corretamente, o vidro apresenta grande resistência a esforços e cargas
Tatiana Domingues

ESPECIFICAÇÃO

A correta especificação do vidro é o primeiro passo para garantir todos os benefícios dos muros e portões transparentes. “É importante lembrar que eles estarão suscetíveis ao impacto humano e terão função de guarda patrimonial, portanto, devem ser usados vidros de segurança do tipo temperado, laminado ou aramado”, destaca a especialista. Geralmente a espessura empregada varia entre 8 e 10 mm.

As opções mais comuns são os laminados e os laminados temperados, escolha que se justifica pelo comportamento desses vidros em caso de quebra. Quando ocorrem acidentes, eles continuam preenchendo o vão, permanecendo assim até o momento em que serão efetivamente substituídos. “Já os vidros do tipo comum (float) jamais devem ser utilizados”, destaca a consultora.

FIXAÇÃO

O projeto também deve levar em consideração os demais elementos que compõem o sistema. É o caso dos caixilhos, que devem ser especificados seguindo as diretrizes da ABNT NBR 10821 — Esquadrias para edificações. “Atenção especial deve ser dada aos drenos dos quadros, que estarão mais expostos às ações das chuvas. Ainda é preciso obervar a correta proteção das bordas dos vidros para evitar processos de delaminação”, detalha Domingues.

Outra opção para fixação é o sistema spider glass, composto por ferragens especiais articuladas. Apesar de ser mais cara, a alternativa confere maior resistência para vidros dispostos em forma de barreira. Independentemente da solução de sustentação escolhida, é fundamental optar por produtos de qualidade comprovada. Comprar os materiais levando em consideração apenas o preço é negligenciar a segurança.

O custo final da solução envolve a soma do preço dos caixilhos, do vidro e da contratação da mão de obra
Tatiana Domingues

NORMAS TÉCNICAS

Assim como a ABNT NBR 10821 deve ser observada no momento de especificar as esquadrias, o mesmo deve acontecer na escolha do vidro com a ABNT NBR 7199 — Projeto, execução e aplicações de vidros na construção civil. O documento foi revisado em 2016 e determina, por exemplo, a utilização dos vidros de segurança em portas, divisórias e vitrines localizadas em pavimentos térreos.

AUTOMAÇÃO

Em condomínios, tanto o portão social quanto o da entrada de veículos pode receber sistemas de automação ou acionamento remoto. “Os equipamentos que movimentarão os quadros envidraçados são diferentes daqueles empregados em portões convencionais. Isso acontece porque a solução com vidro é mais pesada, sendo, portanto, necessário sistema específico para grandes cargas”, explica a consultora.

Por isso, é importante que o profissional responsável pela automação esteja presente já nas fases iniciais do projeto. Ao acompanhar as atividades desde o início, ele poderá calcular de maneira adequada o equipamento responsável pela movimentação dos portões, que, geralmente, são de correr ou basculantes. Além dos automáticos, há ainda as estruturas que permitem a abertura ou fechamento manual.

INVESTIMENTO

“O custo final da solução envolve a soma do preço dos caixilhos, do vidro e da contratação da mão de obra”, fala a especialista. O profissional que fará a montagem do muro e portão deve ser especializado, pois qualquer erro pode causar falhas na segurança. Apesar disso, o custo final costuma ser inferior ao da construção de um muro de alvenaria convencional, devido à quantidade menor de operários envolvidos e redução no tempo de execução.

MANUTENÇÃO E ACABAMENTOS

A limpeza dos muros e portões de vidro é feita com água e sabão neutro. A solução dispensa pinturas periódicas, tratamentos contra pichações e preocupações com trincas ou rachaduras, o que a torna interessante se comparada aos muros convencionais. Há, ainda, a possibilidade de especificar vidros autolimpantes, que auxiliam o empreendimento a economizar água.

O vidro pode receber diferentes acabamentos. É possível, por exemplo, usar o procedimento de jateamento para criação de detalhes na superfície ou diminuir a transparência em áreas mais reservadas, como piscinas e playgrounds. Outra opção é o vidro fumê. “Já as alternativas mais usuais para perfis de alumínio são a pintura eletrostática e a anodização”, finaliza Tatiana Domingues.

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Colaboração técnica

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Tatiana Domingues – Técnica em Edificações, é licenciada em Matemática e pós-graduada em Consultoria Diagnóstica. Iniciou as atividades como consultora em 2005. Integrou a equipe técnica de mais de 500 obras, dando assistência a arquitetos e construtoras, principalmente, na especificação de vidros. Atualmente é sócia-proprietária do escritório Paulo Duarte Consultores.