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LEDs adicionam eficiência e economia à iluminação de áreas industriais

Fundamental para garantir produtividade e segurança, a iluminação de fábricas e armazéns exige baixo custo de manutenção e nível de iluminância adequado. Veja alguns cuidados no uso dessa solução

Publicado em: 02/05/2019Atualizado em: 24/10/2022

Texto: Juliana Nakamura

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O projeto luminotécnico deve ser adequado às atividades e à operação de máquinas (foto: divulgação/Osram)

Extremamente técnica e funcional, a iluminação para ambientes industriais é vital para a segurança e para a produtividade dos trabalhadores. O projeto luminotécnico deve atender a uma série de requisitos. Nível de iluminância intenso e constante, adequado às atividades e à operação de máquinas, e baixo custo operacional são alguns deles.

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Em indústrias, a maior preocupação é atender à quantidade de iluminação necessária para o melhor desempenho da tarefa nos postos de trabalho e nas bancadas de produção
Neide Senzi

“Em indústrias, a maior preocupação é atender à quantidade de iluminação necessária para o melhor desempenho da tarefa nos postos de trabalho e nas bancadas de produção. Soma-se a isso a necessidade de escolher equipamentos com controles de ofuscamento adequados, que garantam conforto visual e melhorem a produtividade dos funcionários”, comenta a arquiteta e lighting designer Neide Senzi.

TECNOLOGIA LED

Nos últimos anos, a utilização das tecnologias LED (Light Emitting Diode) em indústrias, armazéns e pátios logísticos vem adquirindo maior relevância em substituição às lâmpadas a vapor de mercúrio, de vapores metálicos e fluorescentes tubulares. Isso se explica por uma série de motivos.

Isac Roizenblatt, diretor técnico da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação), cita a eficiência e a maior vida útil dos LEDs, o que reduz custos de manutenção e diminui eventuais interrupções às atividades industriais. Outro impulsionador é a redução de custos de refrigeração, uma vez que os diodos não emitem calor e não esquentam o ambiente.

A tecnologia LED dispõe de fontes com alta temperatura de cor que são ideais para manter as pessoas alertas, além de permitir alta fidelidade de cor aos ambientes
Isac Roizenblatt

“A tecnologia LED dispõe de fontes com alta temperatura de cor que são ideais para manter as pessoas alertas, além de permitir alta fidelidade de cor aos ambientes”, acrescenta o diretor da Abilux. Segundo ele, outras razões que justificam o uso de LED em espaços fabris são suas dimensões reduzidas e o fato de trabalharem em baixa tensão. Vale lembrar que potências menores resultam em instalações mais seguras e mais compactas.

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DISPOSITIVOS AUXILIARES

Os melhores resultados em iluminação industrial decorrem de projetos consistentes, e não apenas da substituição de uma lâmpada por outra equivalente LED.

As oportunidades de economia tendem a ser maiores quando se considera, por exemplo, o conjunto lâmpadas e luminárias, bem como a altura de fixação e do pé-direito, os automatismos de comando (sensores de presença, temporizadores e sensores de iluminação) e o aproveitamento da luz natural por meio de telhas translúcidas ou claraboias.

A depender das características do local, o projeto pode demandar luminárias capazes de suportar condições extremas, como baixas temperaturas (caso de frigoríficos e indústrias farmacêuticas), poeira, umidade e exposição a produtos químicos.

De modo geral, luminárias para ambientes industriais devem apresentar alto grau de vedação contra a entrada de partículas sólidas e água. “Alguns ambientes podem exigir equipamentos à prova de explosão, enquanto outros demandam luminárias vedadas, com IP 68 (que permitem lavagens com água) e IP 69 (podem receber jatos intensos de água)”, cita Senzi.

Outra exigência comum nesse tipo de aplicação é por sistemas de gerenciamento que contemplem controle de iluminação e gerenciamento eficiente de energia. “Os dimmers são bem interessantes quando integrados a sensores de luminosidade de luz natural”, comenta Senzi. A lighting designer explica que os sensores são especialmente eficientes para ambientes de curta permanência, substituindo o controle manual de acendimento e desligamento da luz em depósitos, salas técnicas, sanitários e circulação de baixo tráfego. “Em áreas de galpões com estocagem por estanterias ou pallets, podem ser usados sensores por fileiras com acendimento setorial de acordo com a movimentação de empilhadeiras” diz Neide Senzi.

CUIDADOS NO USO DO LED

A especificação de LEDs para indústrias deve considerar dados técnicos como fluxo luminoso do LED (medido em lumens), intensidade luminosa (mensurada em cadelas), vida útil real do LED e do driver, e iluminância em comparação ao sistema tradicional. A iluminância, aliás, deve ser cuidadosamente avaliada, sobretudo em projetos de substituição de iluminação. A ideia é evitar que, na tentativa de elevar a eficiência energética, a intervenção reduza a quantidade de luz.

De acordo com Isac Roizenblatt, como os LEDs são chips eletrônicos, devem ser adotados cuidados adicionais em relação à temperatura de trabalho. Isso significa que as luminárias devem propiciar boa dissipação de calor.

Além disso, como ocorre com outros produtos, a especificação de LEDS deve garantir qualidade mínima a todos os componentes do sistema, incluindo driver, controles e luminárias. É fundamental, por exemplo, conferir a procedência dos produtos e a existência de certificações, seja do Inmetro ou de organismos internacionais.

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Colaboração técnica

Isac Roizenblatt  – Engenheiro elétrico formado pela Escola de Engenharia Mauá. Mestre em energia pela Universidade de São Paulo (USP) e especialista em iluminação pela Technological University of Eindhoven. É consultor em iluminação e energia e diretor técnico na Associação Brasileira da Indústria da Iluminação (Abilux).
Neide Senzi – Arquiteta especialista em lighting designer pela Penn State University. É professora de iluminação em cursos de pós-graduação e desenvolve projetos de iluminação na Senzi Lighting desde 1994. É membro da ASBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura), do Green Building Brasil e da ASBAI (Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação), entre outras entidades.