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Interfones requerem manutenção preventiva periódica

Durabilidade longa do sistema depende da identificação e correção de princípio de falhas, além de cuidados na instalação. Veja quais são os problemas mais comuns e como evitá-los

Publicado em: 20/07/2017Atualizado em: 15/06/2021

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Edificações residenciais e comerciais que possuem interfones requerem um contrato de manutenção preventiva para assegurar o bom funcionamento do sistema. O serviço identifica e corrige princípios de falhas, como ramais mudos ou com ruídos.

“Muitos condomínios acham desnecessário pagar por um contrato de manutenção, mas, quando ocorre algum problema, o prejuízo pode superar o equivalente a um ano de pagamento do serviço”, alerta Wagner Guimarães Ferreira, responsável pela empresa Interfone Ilha.

Caso o distribuidor geral (DG) de interfonia esteja junto com o de telefonia, é indicado um contrato que una os dois produtos, colocando uma só empresa como responsável pelas instalações internas. "Isso evita que um grande número de empresas acesse o DG, mantendo-o em ordem e funcionando por mais tempo", aconselha Paulo Leandro Silva, cabling enginner com 20 anos de experiência na área de telecomunicações.

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Técnico verificando sistema de interfone (ALPA PROD/ Shutterstock.com)

COMO EVITAR PROBLEMAS

Sistemas de interfones bem instalados dificilmente apresentam problemas em curto e médio prazo. Mas o bom funcionamento requer alguns cuidados. Para que não haja interferência de rádio frequência, por exemplo, recomenda-se a utilização de cabos com blindagem, homologados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

A qualidade do fabricante implica em mais técnicos especializados, melhor suporte e reposição rápida de peças por menor custo
Paulo Leandro Silva

Portanto, é importante dedicar atenção especial à especificação dos produtos, cuja marca também deve ser levada em consideração. “A qualidade do fabricante implica em mais técnicos especializados, melhor suporte e reposição rápida de peças por menor custo”, justifica Silva.

O especialista também conta que é necessário adotar cuidados durante a instalação do sistema, como separar a rede de interfonia da de elétrica, utilizar filtros de linha, aterramento eletrônico e conceber conexões bem-feitas.

“O ideal é usar conduítes ou eletrodutos exclusivos para o cabeamento do sistema de interfonia”, orienta Ferreira, ressaltando que os cabos não devem ser instalados abaixo do solo, mas sim “levados” pelas paredes — mesmo que isso aumente o consumo de material.

Para não dificultar o acesso para a manutenção, é importante evitar a instalação tipo coluna, na qual as caixas de passagem ficam dentro dos apartamentos. “Uma eventual falha no cabeamento pode acarretar a necessidade de entrar em vários apartamentos da coluna em questão, e nem sempre isso é simples”, adverte Ferreira.

Leia também: O que é manutenção preventiva, preditiva e corretiva?

A umidade é um dos principais vilões dos interfones, podendo interferir no funcionamento do sistema e reduzir a durabilidade de fios e cabos
Esenclever Turetti

IMPEDINDO A UMIDADE

"A umidade é um dos principais vilões dos interfones, podendo interferir no funcionamento do sistema e reduzir a durabilidade de fios e cabos", constata Esenclever Turetti, técnico de telecomunicação que atua há 13 anos com atendimento condominial.

Dessa forma, é imprescindível que o cabeamento não fique exposto às intempéries, mas sim instalados em tubulações individuais. “Em passagens subterrâneas, é sugerida a colocação de brita dentro da caixa para que o cabo fique elevado se ela encher de água, protegido da imersão”, propõe Silva.

A umidade também pode atingir o cabeamento devido ao contato da caixa de passagem com a parede ou por infiltração da condensação do ar. “Isso pode ser evitado com o uso de silicone no acabamento”, indica o cabling enginner.

DOCUMENTAÇÃO

Outro cuidado importante relacionado à instalação de interfones refere-se à documentação da distribuição da rede, material que fica sob os cuidados do zelador, síndico ou administradora do edifício.

“Recomenda-se fixar um fluxograma plastificado de fácil leitura e entendimento no DG para que os técnicos encontrem facilmente o par a ser reparado no sistema de interfonia, sem ter de manusear toda a rede, bater cabos, entre outros”, explica Silva.

Muitos condomínios acham desnecessário pagar por um contrato de manutenção, mas, quando ocorre algum problema, o prejuízo pode superar o equivalente a um ano de pagamento do serviço
Wagner Guimarães Ferreira

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COMO A MANUTENÇÃO É FEITA

Em um plano de manutenção preventiva, a verificação do sistema é feita em um intervalo médio de seis meses, sendo que uma ou duas visitas são suficientes para identificar princípio de umidade, organizar os quadros e jumpers, instalar novos ramais ou remanejá-los. Além dos ajustes, o serviço também deve passar orientações de uso e conservação aos usuários.

Para fixação de centrais, porteiro eletrônico e aparelho de interfone, é necessário realizar perfurações. Se for preciso trocar o cabeamento e a tubulação estiver obstruída, será necessário quebrar pisos e paredes.

Portanto, é ideal que as edificações sejam projetadas com infraestrutura de fácil acesso para o sistema de interfonia, o que nem sempre é realidade em obras antigas. Em casos assim, muitos clientes ainda optam pela instalação exposta por questões de custos e complexidade do serviço.

Leia também: Revisão de instalações elétricas reduz consumo de energia

Colaboração técnica

Esenclever Turetti – técnico de telecomunicação, atua há 13 anos no mercado com atendimento condominial especializado.
Paulo Leandro Silva cabling enginner, projetista e técnico em eletrônica e telecomunicações. Possui 20 anos de experiência na área de telecomunicações, tendo prestado serviços de supervisão de implantação de rede estruturada, PABX, telefonia e interfonia, CFTV, alarmes, entre outros. Possui conhecimento das tecnologias dos fabricantes NEC, Ericsson, Motorola, Ceragon, Alcatel, Nokia/ Siemens, Intelbras e Huawei. Atuou em projetos da tecnologia da rede fixa e da rede móvel (WLL, Wimax, 2G - GSM, 3G – WCDMA, 4G LTE). 
Wagner Guimarães Ferreira – responsável pelo Interfone Ilha, empresa há mais de 20 anos no mercado no Rio de Janeiro com a missão de dimensionar e solucionar os equipamentos de comunicações de condomínios.