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Inovações tecnológicas conferem novo status aos revestimentos cerâmicos

Mudanças nas fábricas nacionais viabilizaram a evolução dos revestimentos. Amplos formatos, impressão HD e superfícies autolimpantes são algumas soluções disponíveis

Publicado em: 19/02/2019Atualizado em: 20/02/2019

Texto: Juliana Nakamura

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As inovações tecnológicas permitem a concepção de revestimentos cerâmicos com maior resistência à abrasão e à absorção (shutterstock.com / Stayman)

Um arquiteto com um pouco mais de experiência certamente irá se lembrar do tempo em que especificar revestimento cerâmico se limitava à escolha entre pastilhas e placas de 15 cm x 15 cm e de 15 cm x 25 cm. Essa condição ficou para trás com a ampliação da variedade de produtos disponíveis no mercado. Nos últimos anos, surgiram os pisos em grandes formatos, muito aproveitados para valorizar a amplitude dos ambientes. Da mesma forma foram desenvolvidos os porcelanatos que reproduzem com fidelidade desde rochas naturais até superfícies cimentadas, metais, madeira e tecidos.

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Veja no Portal AECweb pisos e revestimentos de cerâmica esmaltada

Os projetos podem, agora, contar com soluções de alto impacto decorativo, como os revestimentos com efeitos tridimensionais, e superfícies mais higiênicas, como as placas para uso externo que recebem óxidos de metais nobres e que precisam apenas da água da chuva para ficarem limpas.

O progresso também se deu nos aspectos técnicos, com o desenvolvimento de produtos com maior resistência à abrasão e à absorção. Outro sinal de evolução é a possibilidade de redução do tamanho das juntas, que confere melhor estanqueidade e um visual mais limpo aos pisos.

EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA

A tecnologia é o grande vetor das inovações, ao lado do design, que age como decodificador dessa evolução
Antônio Carlos Kieling

“A tecnologia é o grande vetor das inovações, ao lado do design, que age como decodificador dessa evolução”, diz Antônio Carlos Kieling, superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer).

Segundo Kieling, as mudanças no parque fabril brasileiro se deram principalmente nos maquinários de última geração, com inovações no sistema de prensagem e laminação, tecnologias de impressão, entre outros recursos. “Tecnologicamente estamos no estado da arte e temos qualidade e competência equivalentes a qualquer outro concorrente internacional, como Itália e Espanha”, continua.

Ao que tudo indica, a evolução não deve parar por aí. O olhar para o futuro aponta para a adição de recursos extras aos revestimentos, para agregar funcionalidade e permitir seu uso em aplicações críticas, como em hospitais e cozinhas industriais. Estamos falando sobre cerâmicas antibactericidas e tratamentos superficiais que asseguram proteção total contra manchas e riscos.

Tecnologicamente estamos no estado da arte e temos qualidade e competência equivalentes a qualquer outro concorrente internacional, como Itália e Espanha
Antônio Carlos Kieling

Outro foco dos desenvolvimentos é a sustentabilidade. Um exemplo nesse sentido é o desenvolvimento de placas cerâmicas enriquecidas com bióxido de titânio. Esse material, ao reagir à luz solar, diminui a produção de gases poluentes. Também estão em testes os revestimentos para fachadas com células geradoras de energia incorporadas.

ATENÇÃO À ESPECIFICAÇÃO

Diante de tanta diversidade, definir o melhor revestimento cerâmico para cada aplicação tornou-se uma tarefa mais complexa.

Nesse momento, vale buscar referências técnicas como a NBR 13.817 – Placas cerâmicas para revestimento – Classificação e a NBR 13.818/97 – Placas cerâmicas para revestimento – Especificação e métodos de ensaios.

Essas normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) estabelecem uma série de critérios para classificação e uso de revestimentos cerâmicos. Elas tratam, por exemplo, de requisitos técnicos como absorção de água, uma vez que a permeabilidade de uma placa cerâmica interfere diretamente em outras propriedades do material, como carga de ruptura e resistência ao desgaste e ao gelo.

As normas também consideram que os revestimentos podem apresentar desempenhos variados em quesitos como resistência às manchas, a ataques químicos e a riscos.Outro fator de diferenciação é a classificação de acordo com a resistência a derrapagens, medida pelo coeficiente de atrito e necessária para avaliar a adequação de pisos em declive ou sujeitos a água ou óleo.

DOCUMENTOS DE REFERÊNCIA

Outras normas que devem subsidiar a especificação de revestimentos cerâmicos são:

• ABNT NBR 15.463 – Placas cerâmicas para revestimento – Porcelanato
• ABNT NBR 14.081 – Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas – Requisitos
• ABNT NBR 15.575 – Edificações Habitacionais — Desempenho

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Colaboração técnica

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Antônio Carlos Kieling – Superintendente da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer). Formado em Economia (UFRGS), possui mestrado em Engenharia de Produção (UFSC).