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Gruas e elevadores de cremalheira viabilizam construção de edifícios altos

Equipamentos facilitam movimentação vertical de cargas e de pessoas e racionalizam a logística da obra

Publicado em: 07/03/2017

Texto: Redação PE


Gruas com sistema anticolisão emitem alertas para os operadores e, se necessário, acionam o sistema de frenagem de forma autônoma (Alexander A. Trofimov/ Shutterstock)

A construção edifícios altos é fortemente dependente do emprego de gruas e elevadores para o transporte vertical. Com o aumento no número de obras desse tipo no Brasil, cresceu o interesse das construtoras por equipamentos que pudessem atender às novas necessidades logísticas de seus canteiros.

Na construção do edifício Epic Tower, obra com 60 pavimentos localizada em Balneário Camboriú (SC), são utilizados elevadores cremalheiras automatizados de cabine simples e dupla. Carlos Guilherme Weber Neto, gerente de operações da FG Empreendimentos, construtora responsável pela obra, explica que o equipamento oferece agilidade no transporte vertical.

“O sistema de pinhão e cremalheira é acionado por um conjunto composto de no mínimo dois motofreios de velocidade para elevação da cabine”, explica. “Isso cria muito torque, gerando velocidade de até 90 metros por minuto, proporcionando uma notável economia na utilização nos canteiros de obras. Isso diminui em até 86% o tempo gasto com a movimentação vertical de pessoas”, diz.

O engenheiro identifica também melhorias nos sistemas de segurança dos elevadores. “As câmeras e comunicadores já são padronizadas, melhorando os aspectos de segurança”, conta.

GRUAS

As gruas também contribuem para “encurtar” as distâncias e facilitar o abastecimento de materiais nas frentes de serviço. Paulo Carvalho, presidente da Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis (Alec), dá um exemplo prático na etapa de execução da estrutura. “A grua pode içar para o alto da laje a armadura de um pilar totalmente pré-montada, pronta para a concretagem. Sem o equipamento, seria necessário montá-la na laje”, exemplifica. Esse equipamento também pode transportar fôrmas trepantes ou metálicas, módulos de fachadas e elementos arquitetônicos pré-moldados.

Os sistemas de segurança desses equipamentos também têm sido aperfeiçoados. Alguns modelos já dispõem de um sistema anticolisão que monitora o movimento das gruas que trabalham próximas umas das outras, evitando que elas se choquem. “Se um operador insistir em realizar um movimento com risco de colisão, o sistema emite alertas sonoros e alarmes visuais no painel dos equipamentos envolvidos, chegando a interferir na frenagem do movimento, caso o operador insista”, explica Carvalho.

LOGÍSTICA E MONTAGEM

Para a implantação de gruas e elevadores nos edifícios altos, é feito um planejamento logístico do sistema de transporte vertical. “São avaliados os processos executivos alternativos, apoio nas cargas e descargas, içamentos de peças e outras funções construtivas diretas”, explica Carlos Guilherme, da FG Empreendimentos.

Esses equipamentos precisam de responsável técnico para montagem, conservação e manutenção programada. Carlos explica que devem ser realizados testes de freios de emergência dos elevadores a cada 90 dias, além de projeto de fixação junto à estrutura do edifício e uma equipe especializada na montagem e desmontagem, tanto para gruas, como para elevadores cremalheiras.

Quando os equipamentos são locados, as empresas fornecedoras fazem um estudo de implantação na obra, com avaliação dos locais onde eles serão instalados. “A manutenção e assistência técnica também é de responsabilidade da locadora”, complementa Paulo Carvalho, presidente da Alec.

USO TÍMIDO

Carvalho ressalta que muitas obras utilizam equipamentos inadequados para construções altas. Ele cita como exemplo o emprego de minigruas, que devem ser limitadas a 30 metros de altura. De acordo com ele, o emprego de gruas em obras ainda é tímido no Brasil, se comparado a países vizinhos como Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Colômbia – além de China, Europa e Estados Unidos.

“Enquanto no Brasil, os modelos mais utilizados são de 40 a 60 toneladas métricas e uma grua de 200 toneladas é classificada como de médio ou grande porte, no mercado norte-americano não se utiliza grua com menos de 400 a 600 toneladas. Entre as construtoras do mercado internacional, para se obter segurança e eficiência logística na construção de um prédio é necessário usar gruas”, enfatiza Carvalho.

Por causa da baixa demanda, a produção de gruas é pouco expressiva no Brasil. “Os fabricantes instalados no Brasil atualmente produzem outros tipos de máquinas e só fornecem grua mediante encomenda”, revela.

A produção nacional de elevadores de cremalheira, por sua vez, é mais robusta do que a de gruas. Segundo o presidente da Alec, o mercado nacional conta com mais fabricantes, o que proporciona boa competitividade em algumas regiões brasileiras. O custo de manutenção e conservação desses equipamentos está diretamente atrelado aos serviços prestados por empresas especializadas, que geralmente estão nos grandes centros urbanos.

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COLABORAÇÃO TÉCNICA

Carlos Guilherme Weber Neto, gerente de operações da FG Empreendimentos
Paulo Carvalho, presidente da Associação Brasileira dos Locadores de Equipamentos e Bens Móveis (Alec)