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Fôrmas trepantes são usadas na execução de edifício em Camboriú

O sistema Gang Forms, produzido na Coreia do Sul, está em uso para a construção de edifício de 50 pavimentos, que consumirá 13 mil m³ de concreto autoadensável

Publicado em: 15/02/2021

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Gang Forms utilizados no edifício Aurora
Gang Forms empregados no edifício residencial Aurora Exclusive Home, em Balneário de Camboriú (SC), vieram da Coreia do Sul (Foto: Divulgação/Embraed)

Foram necessárias dez carretas com 12 m de comprimento para transportar até o canteiro, na Praia Central do Balneário de Camboriú (SC), os elementos do sistema construtivo Gang Forms (fôrmas trepantes) vindos da Coreia do Sul e desembarcados no porto de Itajaí. A Embraed Empreendimentos está utilizando o método para erguer o edifício residencial Aurora Exclusive Home, que terá 160 m de altura, num total de 50 pavimentos. “O Gang Forms, fornecido pela empresa sul-coreana S-Form, reduz em até 20% o tempo para a concretagem de cada pavimento”, informa Emerson Pompeo, diretor de engenharia da construtora.

Composição do sistema

O sistema consiste num conjunto de módulos metálicos, constituído por chapas de alumínio e perfis de aço, que é utilizado como molde para o lançamento do concreto na construção do edifício. “É um sistema modulado, desenvolvido de acordo com o projeto estrutural, usado para a execução dos pilares, paredes, escadas e lajes”, diz. O emprego das fôrmas trepantes resulta em paredes de concreto quase espelhadas.

É um sistema modulado, desenvolvido de acordo com o projeto estrutural, usado para a execução dos pilares, paredes, escadas e lajes
Emerson Pompeo

O resultado é obtido com a observância de todos os controles tecnológicos específicos que o sistema exige e, ainda, o emprego de um concreto especial para evitar a sua retração. No caso, o autoadensável, com alta resistência inicial. “O principal cuidado a ser tomado é na hora de romper o corpo de prova em 18 horas”, destaca.

Desafios

“As chapas utilizadas na construção do edifício Aurora têm 1,20 x 0,60 m. Mas, apesar do grande volume, as chapas são leves e facilmente transportadas já que são produzidas em alumínio”, comenta. Apesar disso, o principal desafio foi a logística do transporte e a necessidade de uma grande área para descarregar o material, montar e soldar as peças. “Para iniciar a montagem é necessário visualizar todas as peças, como se fosse um grande jogo de encaixe”, diz o diretor.

Uma das propriedades dessas fôrmas é a possiblidade de serem reaproveitadas em novos projetos, o que as tornam sustentáveis, pois praticamente dispensam o uso de painéis e escoras de madeira. Porém, sua desmontagem é etapa que exige cuidado redobrado com a logística no canteiro, em função do grande volume de peças e do risco de danificá-las. A equipe da Embraed foi treinada, no Brasil, por técnicos especialistas do fabricante, abrangendo a montagem das placas e a correta instalação das fôrmas para concretagem.

Vantagens e desvantagens

As principais vantagens que o sistema Gang Forms oferece é o acabamento superior em retilineidade e a rapidez na montagem, com a consequente diminuição do tempo de execução do pavimento
Emerson Pompeo

“As principais vantagens que o sistema Gang Forms oferece é o acabamento superior em retilineidade (prumo, esquadro etc.) e a rapidez na montagem, com a consequente diminuição do tempo de execução do pavimento”, fala Pompeo, acrescentando que o encaixe é perfeito, sem margem para erros.

Adicionalmente, facilita o lixamento externo do concreto, pois permite a utilização de andaimes acoplados (gaiolas), dimensionados de acordo com a NR-18 e NR-35. Esse recurso viabiliza o trabalho em plataformas de segurança nos dois pavimentos imediatamente abaixo ao que se encontra em execução (lixamento, estucagem, preparação para etapas posteriores), conforme esquema abaixo.

Gang Forms utilizados no edifício Aurora


As duas desvantagens apontadas por Pompeo estão relacionadas com os custos. Basicamente, do concreto autoadensável, mais caro que o convencional, e a necessidade de grua com alta capacidade.

Payback

Segundo ele, o payback do sistema depende de cada obra e de fatores como a complexidade, o volume de concreto e o prazo de execução. “No nosso caso, o payback será atingido durante a execução de um dos empreendimentos, o Aurora Exclusive Home, que utilizará volume de concreto de cerca de 13 mil m³”, ressalta.

O reaproveitamento das fôrmas trepantes em obra futura justifica o investimento, pois, tecnicamente elas podem ser utilizadas em qualquer empreendimento, já que o tamanho e característica do molde são personalizáveis. “Mas a fôrma precisa ser reutilizável e ter repetição várias vezes com o mesmo padrão, para que se torne economicamente viável”, conclui Pompeo.

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Colaboração técnica

Emerson Pompeo
Emerson Pompeo – Engenheiro Civil pela Universidade do Oeste Paulista (1995), com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (2002). Atua há mais de 28 anos em empresas da construção civil de grande porte. É diretor de engenharia da Embraed Empreendimentos, uma das principais construtoras do segmento de luxo e alto luxo do país.