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Fabricantes de fechaduras devem atender à NBR 14913

Com a nova regulamentação, consumidores terão mais segurança na hora de escolher a fechadura adequada. Material e acabamento determinam desempenho do modelo

Publicado em: 09/06/2009Atualizado em: 13/01/2020

Texto: Redação AECweb


Fechaduras, qualidade protegida por norma

Redação AECweb

Cerca de seis milhões de fechaduras são produzidas mensalmente pela indústria brasileira, segundo estimativas do Siamfesp - Sindicato da Indústria de Artefatos de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo. Desse total, 40% são adquiridos pelas construtoras e o restante comercializado pelas revendas.

A qualidade do produto ganhou, em maio último, o reforço da NBR 14913, que obriga os fabricantes a obedecer aos requisitos mínimos para fabricação, classificação, dimensionamento, segurança, funcionamento e acabamento superficial. E, mais: terão que imprimir nas embalagens a classificação do produto em relação ao tipo de porta da edificação, considerando aspectos como tráfego de pessoas pelo local e resistência a corrosão e arrombamento.

“Essa exigência trará grandes benefícios aos consumidores, que poderão escolher os materiais de acordo com a sua real necessidade. Alguns produtos são exatamente iguais a olho nu, porém com significativas diferenças internas de mecanismos”, comenta o assessor técnico do Siamfesp, Roney Honda Margutti, lembrando que uma lingueta cromada de zamac, por exemplo, é idêntica a uma cromada de latão, mas com resistência e preço muito diferentes. Atender a essa e a outras normas técnicas não é problema para as 12 empresas participantes do Programa Setorial da Qualidade de Fechaduras, vinculado ao PBQP-H. Criado há nove anos, o programa alcançou índice de conformidade de 100%. “Já em relação ao total da produção nacional o índice está em torno de 80%”, diz ele.

Fechaduras, qualidade protegida por norma

Especificação
Gerson Galleazzi, gerente nacional do PSQ Fechaduras, observa que a especificação pode parecer, mas não é uma tarefa fácil. “Muitos conhecimentos são necessários, a começar pelos requisitos da nova norma brasileira que acabou de ser revisada. É preciso compreender seus métodos de testes, exigências e as classificações quanto às ‘Funções’ – fechaduras Externa, Interna e de Banheiro -; ao ‘Tipo’, que compreende basicamente questões dimensionais; ‘Freqüência de uso’ no tocante ao tráfego intenso, médio ou leve; ‘Grau de Segurança’ - máxima, muito alta, alta, média e mínima; e ‘Grau de Resistência à Corrosão’, que vai de 1 a 4”, explica. Será preciso, ainda, escolher um modelo de maçaneta que atenda ao projeto do ponto de vista estético e econômico.

“No entanto, é necessário cuidado, pois as fechaduras não se resumem às de Embutir Tipo Externa, Interna ou Banheiro. Não é raro encontrar portas onde faltam ou sobram funções em uma fechadura ou dobradiça. Em certos casos, o melhor produto é apenas uma Fechadura Auxiliar (apenas com a lingüeta) ou uma Fechadura de Passagem (apenas com trinco e maçaneta). Como no mercado brasileiro vendemos principalmente o conjunto de fechadura/maçaneta já montado, outras versões de fechadura ficam esquecidas como a Fechadura com Trinco Rolete (ou fechadura para porta vai-vem) que ‘ressuscitou’ e, hoje, é uma verdadeira febre em portas com dobradiça pivotante e puxadores”, ensina Galleazzi. Ele defende que o caminho ideal para a especificação correta é aliar o bom conhecimento da norma a uma relação próxima com a indústria, com conhecimento de sua linha de produtos e um canal de comunicação para identificar a melhor solução para cada caso.

Fechaduras, qualidade protegida por norma

Materiais e acabamentos
Segundo o gerente do PSQ, o desempenho de uma fechadura ou maçaneta se deve muito ao material base e tipo de acabamento, mas também ao rigor e características aplicadas ao seu processo de fabricação. São três os principais materiais com que são produzidas: latão, alumínio e zamac. “O latão possui muito boas propriedades mecânicas e de resistência à corrosão, mas é mais caro e de processamento não muito fácil”, explica Galleazzi, que continua: “O alumínio tem excelente resistência a corrosão e um preço atraente por seu baixo peso especifico, mas não é um material fácil de se trabalhar e suas propriedades mecânicas são mais sensíveis. O zamac é um material de processamento mais barato, tem propriedades mecânicas boas, resistência a corrosão e custo interessantes, o que explica a grande aplicação deste material na fabricação fechaduras atualmente”.

Ele considera que o alumínio com acabamento anodizado é o conjunto que apresenta a melhor resistência à corrosão. O latão também terá um desempenho superior ao zamac, assim como os acabamentos cromados resistem melhor à abrasão do que os pintados. “Mas vale lembrar que um processamento criterioso somado a aplicação e utilização adequadas são fundamentais para se obter um bom resultado”, ressalta.

A substituição de fechaduras num imóvel deixou de ser tarefa complexa a partir da norma técnica que padronizou as fechaduras de embutir em seis tipos, conforme suas dimensões. “Comprando produtos de empresas qualificadas e participantes do programa, o consumidor poderá substituir uma fechadura por uma outra de qualquer fabricante, praticamente sem ajustes desde que sejam do mesmo ‘Tipo’ – lembrando que os mais comuns no mercado são os Tipos I e II, com distância de broca de 40 mm e o Tipo IV com 55 mm. Já para fechaduras existentes antes da normatizações, a substituição pode ser bem difícil”, comenta Galleazzi.

Fechaduras, qualidade protegida por norma

Design
O design das maçanetas evolui rapidamente, atraindo consumidores que podem pagar pelo diferencial. Segundo o gerente do PSQ, o design atende a quesitos ergonômicos, estéticos e econômicos. “Para cada modelo que desenvolvem, os fabricantes dão maior ou menor importância a cada um desses conceitos”, diz, acrescentando que não se pode falar em modelo ideal, mas em design adequado a cada aplicação. “Em determinados usos, o melhor é empregar uma maçaneta tipo bola, em outros, uma alavanca ou uma bola descentralizada, do tipo taco de golfe. Existem, ainda, maçanetas que possuem características de acessibilidade e são certificadas por isso. Já foi estudado, por exemplo, como a maçaneta é acionada, como a mão chega e sai da porta para encontrar a melhor posição e volume da maçaneta”, relata, lembrando que o importante é identificar as necessidades e procurar o modelo que melhor atenda o projeto.


Redação AECweb