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Fabricação de caixilhos especiais de alumínio pede maquinário específico

Entre as ferramentas e equipamentos utilizados estão as máquinas de corte, pantógrafos, estampos e entestadeiras. Todos são essenciais para a máxima precisão dimensional das esquadrias

Publicado em: 17/10/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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O corte do alumínio é uma das etapas mais importantes na fabricação de esquadrias (foto: shutterstock.com / noprati somchit)

A fabricação de esquadrias especiais de alumínio é procedimento técnico que exige cuidado dos profissionais envolvidos e equipamentos devidamente calibrados. Qualquer erro, por menor que seja, tem potencial de prejudicar o resultado final. Produzidos a partir de projeto, os caixilhos devem apresentar precisão milimétrica para atender às medidas dimensionais dos mais diferentes vãos.

“O processo começa na elaboração do projeto e desenvolvimento dos sistemas. Essas informações são encaminhadas para a linha de montagem das indústrias, que ficam responsáveis pela etapa de produção. Depois de prontos, os produtos são transportados até o canteiro e instalados”, resume Luis Claudio Viesti, coordenador Técnico da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal).

Falando especificamente sobre a fabricação, o engenheiro Marcello Palermi, instrutor do Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, indica que a primeira fase é a especificação dos materiais e dos recursos que serão empregados. “Além de suas características e quantidades em função do modelo do caixilho”, comenta. Também é importante conhecer os detalhes de cada ferramenta e equipamento, dados disponíveis nos manuais e catálogos.

O plano de trabalho precisa conter, ainda, as informações dos componentes do sistema e suas dimensões, levando em consideração o projeto executivo e/ou arquitetônico. “O corte, a usinagem e a montagem da esquadria especial de alumínio são feitos de acordo com a tipologia a ser executada”, fala Palermi. As máquinas de cada passo da produção do caixilho devem ser operadas por profissionais devidamente treinados.

EQUIPAMENTOS

O primeiro aparato tecnológico utilizado na fabricação das esquadrias especiais de alumínio é o computador do setor de engenharia da construtora ou consultoria. “Analisando questões como a localização da edificação, seu entorno, altura e características climáticas da região, a equipe responsável é capaz de desenvolver o sistema com melhor desempenho estrutural e acústico”, destaca Viesti.

As informações do edifício são a base para a criação do projeto executivo do caixilho. “Usamos softwares como o AutoCAD e programas para levantamento de materiais”, informa o coordenador técnico. “Com o detalhamento em mãos, o fabricante inicia a produção utilizando máquinas como as policorte, pantógrafos, estampos ou prensas, furadeira de bancada e as parafusadeiras”, enumera Palermi.

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O corte, a usinagem e a montagem da esquadria especial de alumínio são feitos de acordo com a tipologia a ser executada
Marcello Palermi

As máquinas de corte têm a função de moldar o alumínio e os perfis, criando as angulações previstas no projeto. Elas são consideradas uma das mais importantes dentro da linha de produção e apresentam serras específicas para os materiais mais pesados e outras indicadas para elementos delicados. Recomenda-se que tenham uma mesa de apoio que serve para medir as peças e realizar marcações antes de iniciar o recorte.

“Já os pantógrafos, estampos, entestadeira e prensas são utilizados na usinagem”, informa o professor. Ocorrendo logo depois do corte, essa é a etapa em que a esquadria recebe sua forma final. Na primeira fase, é utilizado o estampo para realização de determinados rasgos e furações, sendo que o modelo do equipamento varia conforme a tipologia do caixilho. Porém, nem todas as atividades podem ser executadas por ele.

Por isso, na sequência, o fabricante usa o pantógrafo para usinar o centro do perfil, por exemplo, nas áreas de fechaduras e conchas. Por fim, a entestadeira serve para recortar as pontas das peças e realizar o rebaixe dos encaixes. Segundo Viesti, existem ainda os centros de usinagem que fazem todo o trabalho de furos e rasgos necessários em tipologias diversas. “O processo é executado por meio de softwares integrados às maquinas”, diz.

Para a montagem da esquadria são usadas, ainda, parafusadeiras e marteletes pneumáticos. “Há também uma série de ferramentas manuais que são empregadas no processo, como alicate universal, alicate de pressão, chave de fenda, chave Philips, nível de bolha, arco de serra, esquadro, trena, paquímetro, martelo pena, martelo de borracha, arrebitador e brocas aço rápido”, lista o professor.

Todos os equipamentos são importantes conforme a necessidade produtiva de cada empresa, afinal, o maquinário é parte integrante na otimização do processo
Luis Claudio Viesti

Já na instalação do caixilho, o grande destaque fica para as parafusadeiras e ferramentas de precisão para níveis e prumos. “São os principais materiais para a correta execução no canteiro”, conta Viesti. Ambos os profissionais concordam que todos os equipamentos são fundamentais para a fabricação das esquadrias especiais de alumínio, sendo que não é possível separá-los entre essenciais e dispensáveis.

“Todos são importantes conforme a necessidade produtiva de cada empresa, afinal, o maquinário é parte integrante na otimização do processo”, diz Viesti. “Não existem equipamentos dispensáveis, todos são essenciais”, complementa Palermi.

ESCOLHENDO O EQUIPAMENTO

Ao montar uma indústria para fabricação de esquadrias especiais de alumínio, a escolha dos equipamentos deve responder à necessidade e volume produtivos. O ideal é optar pela solução que executa o processo com qualidade e rapidez. “Pode ser um erro escolher máquinas com capacidade superior à demanda”, completa Palermi. Para acertar na escolha do fornecedor, é importante buscar sempre aquele que tenha idoneidade comprovada pelo mercado.

SEGURANÇA NO TRABALHO

Ao entrar em contato com os equipamentos, os trabalhadores podem sofrer acidentes de trabalho, como cortes causados pelas serras ou resíduos do alumínio. A garantia de um ambiente seguro passa pela obrigatoriedade de uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) para todos aqueles que atuam ou trafegam pela linha de montagem. “Podemos mencionar os protetores auriculares, abafadores, óculos de proteção e luvas”, exemplifica Palermi. “Há ainda as botas e capacetes”, finaliza Viesti.

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Colaboração técnica

Luis-Claudio-Viesti
Luis Claudio Viesti – Designer industrial formado pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Tecnólogo em Construção Civil e professor na área de projetos em Esquadrias de Alumínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Coordenador e consultor técnico da Associação Nacional de Fabricantes de Esquadrias de Alumínio (Afeal). Atua na Construção Civil há 30 anos, sendo 23 anos no setor de esquadrias de alumínio em desenvolvimento e projeto de esquadrias e fachadas.
Marcello-Palermi
Marcello Palermi – Bacharel em Desenho Industrial, tem cursos superiores de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial e Engenharia de Produção. É pós-graduado em Gestão Ambiental e Formação Pedagógica. Tem experiência em elaboração de projetos, gerenciamento e supervisão de fábrica, com acompanhamento de todo o processo de produção. Atualmente, é docente no curso de Formação Inicial Continuada (FIC), enveredando para o curso técnico de Edificações da escola Senai Orlando Laviero Ferraiuolo e desenvolvendo com os alunos tecnologias construtivas a partir da metodologia BIM.