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Especificação de películas para vidro é feita por softwares

Grandes empresas fabricantes do material dispõem de programas que avaliam o tipo de vidro, a localização e os detalhes do projeto. Saiba mais a seguir!

Publicado em: 18/03/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Mulher instalando película de proteção solar em um vidro
As películas de controle solar são utilizadas para aumentar o conforto térmico e visual (Foto: Petr Smagin/Shutterstock)

As películas para vidros de casas e edifícios são categorizadas como de controle solar e de segurança. No primeiro caso, atuam rejeitando uma parcela da radiação proveniente do sol. “Por isso, são usualmente utilizadas em edificações com objetivo de aumentar o conforto térmico e visual, promover economia de energia, proporcionar privacidade e proteger as pessoas e o mobiliário dos efeitos nocivos dos raios UV. Além disso, elas proporcionam estética uniforme e agradável ao edifício”, expõe a engenheira química Marina Vilela dos Santos, especialista de Desenvolvimento de Aplicação da 3M.

Já as películas de segurança são principalmente utilizadas para prevenir que os estilhaços de vidro, em caso de quebra, se desprendam da solução, protegendo assim as pessoas de fragmentos projetados. Elas também podem ser aplicadas para mitigar o efeito de explosões, proteger contra a entrada de objetos em eventos climáticos e retardar a entrada de criminosos.

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Especificação feita por softwares

Empresas sérias fabricantes de películas usam softwares que avaliam informações da tipificação do vidro e aquelas associadas ao projeto
Vinicius Fino

Apesar de a maioria dos vidros disponíveis no mercado aceitarem bem as películas, pode haver limitações. “Empresas sérias fabricantes de películas usam softwares que avaliam informações da tipificação do vidro e aquelas associadas ao projeto. Inclusive, para evitar o estresse térmico devido ao aumento da absorção de calor e a possibilidade de quebra do vidro”, informa Vinicius Fino, diretor Comercial - Divisão Arquitetônica da Insulfilm.

Ele acrescenta que o uso do produto se torna restrito quanto mais espesso o vidro e quando possui tratamentos, como os vidros insulados. “Nas fachadas comerciais, é preciso considerar o aspecto estético que a película incorpora aos vidros”, diz.

Além do tipo de vidro, Fino conta que o software utilizado pela empresa analisa quesitos como as condições do local da obra e a temperatura média anual, tipologia dos caixilhos e se possui cortina. “Quando especificado corretamente, temos condições de calcular o payback sobre o investimento de película, considerando a diminuição do consumo de energia elétrica decorrente da redução de uso do sistema de refrigeração do ambiente”, fala.

De acordo com Santos, é importante focar nas necessidades que a película deve atender. “Mesmo dentro de uma categoria, como películas de controle solar, diferentes famílias de produtos serão mais ou menos recomendadas. Também é importante fazer uma avaliação adequada do vidro e suas condições de instalação e entorno, para mitigar riscos de estresse térmico. Essa avaliação é feita através do 3M Glass Checklist”, ressalta.

Para aplicações que envolvem contato com o lado externo, como o fechamento de janelas ou sacadas, é necessária a aplicação de películas específicas para uso exterior.

Translúcidas e em cores

Marina Vilela dos Santos diz que as películas da marca são produzidas com um adesivo sensível à pressão. “Trata-se de filme de poliéster, com método de fabricação e composição que podem variar, dependendo da tecnologia/família de produtos, e um revestimento resistente a arranhões”, afirma.

De acordo com Vinicius Fino, as películas são desenvolvidas mundialmente através de diversas tecnologias e matérias-primas, conforme detalha:

• Películas não refletivas – com baixa refletividade devido à sua estética “preta”;

• Películas refletivas – com altíssima refletividade devido à concentração de metal na composição;

• Películas semirrefletivas – com camada suavemente metalizada, resulta em baixa refletividade de ambos os lados após aplicada;

• Películas nanocerâmicas (não refletiva) – são claras e não refletivas, sem predominância de cor no ambiente, imperceptível no vidro por sua excelente nitidez óptica;

• Películas de laminação do estilhaço causado por acidentes leves – incolor;

• Películas de segurança contra invasão de intrusos – incolor;

• Película de blindagem branca e armas de fogo – incolor;

• Películas antigrafitismo – incolor, usadas em metrôs, trens e fachadas que não desejam perder a originalidade do vidro ou repor rapidamente após ação de vândalos.

As películas exclusivamente de segurança são translúcidas
Marina Vilela dos Santos

“As películas exclusivamente de segurança são translúcidas”, explica Santos, acrescentando que as exclusivamente de controle solar ou aquelas que associam segurança e controle solar apresentam grande variação. “Há as mais escuras com Luz Visível Transmitida (VLT) menores, entre 15 e 20%, até películas de alta tecnologia, que proporcionam alta rejeição de calor associada a transparência e tem VLT mais altos, de até 90%”, diz.

Fino destaca que poucas películas para controle solar são translúcidas, devido à rápida transmitância solar para dentro do ambiente. As semirrefletivas são predominantemente neutras, ou seja, com tonalidade cinza. “Enquanto as refletivas, mais utilizadas em projetos em que o cliente deseja maior controle de calor, optando por alteração da fachada predial, têm variedades de cores como prata, bronze, verde, azul e ouro.

Aplicação antes ou depois da obra

O material pode ser aplicado no vidro antes da obra ou em construções existentes, de forma limpa e simples. “Não há uma preferência por parte dos clientes, mas pelas empresas. É adequado que o serviço seja feito quando o vidro está ainda em posse do seu fornecedor. Há maior facilidade da aplicação, sem ter riscos envolvidos, como em plataformas elevatórias, andaimes ou até escadas”, comenta Fino.

Resistência e vida útil

“Nossas películas possuem revestimento resistente a arranhões e têm garantia contra defeito de produto variando de 5 a 15 anos, a depender da tecnologia do produto e do local de aplicação”, ressalta Santos.

Fino complementa: “É importante deixar claro que poucas fábricas no mundo comercializam películas resistentes”. Ele se refere à oferta feita por prestadores e/ou aplicadores de material para escurecimento do vidro, de preço baixo e considerado inapropriado. “Acaba resultando em rápido aquecimento do vidro, tornam o local uma estufa, além do desbotamento do produto em curto espaço de tempo”, alerta.

Proteção aliada à estética

Diante dos vários requisitos do projeto, aliar proteção solar e estética é uma questão de dosagem de expectativa do cliente. “Nem sempre podemos adquirir algo que vá suprir por completo o objetivo estético e a proteção térmica desejada. Existem situações em que se fica refém do tipo de película aplicável ao projeto, seja a fachada da edificação, sacadas envidraçadas, tetos de vidro, entre outros usos”, diz Fino.

Reforçando que todas as películas da empresa bloqueiam pelo menos 99% da radiação UV, Santos defende que é possível atender a vários requisitos estéticos, uniformizando a fachada do edifício. “Associada a esta proteção, as diferentes séries de produto apresentam acabamentos desde os mais espelhados até as películas quase translúcidas”, finaliza.

Para saber mais:

Materiais e soluções técnicas oferecem conforto térmico aos ambientes
Películas: função e estética

Colaboração técnica

Marina Vilela dos Santos
Marina Vilela dos Santos – É Engenheira Química pela Universidade Estadual de Campinas (2016), com intercâmbio acadêmico Master of Chemical Enginnering Science na Universidade Católica de Leuven – Ku Leuven – na Bélgica (2015). É especialista de Desenvolvimento de Aplicação da 3M Brasil.
Vinicius Fino
Vinicius Fino – Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Anhembi Morumbi (2013) em Gestão de Vendas pelo Senac; Estratégia e Negócios pela Fundação Getúlio Vargas – FGV; e Gerência de e-Commerce pela ComSchool. Atua há mais de 15 anos no ramo de películas do mercado brasileiro na Insulfilm. É especialista em películas para construção civil, focado em atendimentos técnicos de grande porte e com experiência em viagens internacionais pela empresa, com visita a três fábricas conceituadas em películas no mundo, onde aprofundou seu conhecimento sobre os tipos de películas e seus benefícios. É diretor Comercial - Divisão Arquitetônica da Insulfilm.