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Escolha de esquadrias de madeira depende de projeto e desempenho

Definição entre produtos padronizados e fabricados sob medida costuma ser norteada pelo orçamento disponível. Também é preciso escolher o modelo: basculante, guilhotina ou de correr. Entenda

Publicado em: 25/06/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Devido a flexibilidade da madeira, é possível utilizar até mesmo acessórios fabricados para esquadrias de alumínio (fiphoto/shutterstock)

As esquadrias de madeira oferecem liberdade na elaboração de projetos arquitetônicos. Esse tipo de caixilho se enquadra nos mais variados tamanhos e desenhos de vãos, graças à versatilidade da matéria-prima. “Apesar de ser um produto sofisticado, seu uso não se restringe a empreendimentos de alto padrão”, destaca a arquiteta Erica Camargo, titular do escritório Erica Camargo Arquitetura. Segundo ela, a solução é adequada a diferentes estilos arquitetônicos. “Pode estar presente tanto em projetos contemporâneos quanto neoclássicos”, diz.

Apesar de ser um produto sofisticado, seu uso não se restringe aos empreendimentos de alto padrão. A solução é adequada a diferentes estilos arquitetônicos, podendo estar presente tanto em projetos contemporâneos quanto neoclássicos
Erica Camargo

A flexibilidade da madeira também permite que janelas recebam até mesmo acessórios fabricados para esquadrias de alumínio. “A indústria de janelas e portas especiais, e também marceneiros experientes, desenvolvem soluções técnicas para alcançar a excelência em madeira”, ressalta o consultor Joel Carlos Ferreira de Souza, sócio-gerente da SSG Consultores.

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PADRONIZADAS OU SOB MEDIDA?

As esquadrias de madeira podem ser fabricadas com tamanhos e desenhos padronizados ou montadas sob medida a depender do projeto. “Às vezes, é necessário arco, dimensão ou angulação que só podem ser alcançados pelas [esquadrias] personalizadas, mas isso não significa que as padronizadas sempre estão em desvantagem”, comenta Camargo, lembrando que os arquitetos preferem ter liberdade criativa.

Geralmente, a escolha depende do orçamento disponível para a obra. “As [esquadrias] sob medida são mais caras, porque a linha de produção do fabricante trabalha exclusivamente para aquele projeto. Isso acaba elevando o custo final”, destaca a arquiteta. Por isso, quando se valoriza a relação custo-benefício, as esquadrias padronizadas acabam sendo a principal opção.

No entanto, no momento de adquirir uma janela padronizada, é importante não se guiar somente pelo preço. “No mercado, há muitos produtos de má qualidade, tecnicamente mal feitos, sem qualquer preocupação com estanqueidade, vedação ou facilidade de operação. Em geral, cobrem pequenos vãos. É a mesma janela que se fabricava há 200 anos, sem qualquer evolução”, ressalta Souza.

Porém, também existem padronizadas de madeira com elevada qualidade e desempenho. Elas incorporam mais elementos de vedação e, mesmo quando não têm escovas, usam acessórios de boa qualidade. “São similares às janelas de madeira produzidas de acordo com o projeto, inclusive com maiores dimensões”, informa o consultor da SSG Consultores.

Já os caixilhos sob encomenda devem ser adquiridos junto a empresas ou marceneiros que, comprovadamente, fabriquem produtos de boa qualidade e mais sofisticados. Alguns fabricantes produzem modelos requintados com perfis de alumínio na face externa e madeira na interna. “São perfis robustos, que misturam a nobreza da madeira e a proteção do alumínio, dispensando os cuidados que a madeira pede”, afirma Souza. Outro mix de sistemas são as janelas de PVC, com alta capacidade de vedação, e venezianas externas de madeira, que agregam valor estético.

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TIPOLOGIAS VARIADAS

Entre as tipologias de caixilhos de madeira, a pior é a basculante. “Na madeira entra água e vento pelas frestas”, diz Souza. Por outro lado, a mais interessante é a guilhotina, embutida na parede. “São sempre feitas sob medida e proporcionam excelente iluminação e ventilação, pois as folhas abrem deixando livre 100% do vão. Estanques, não deixam a água entrar no ambiente”, observa.

Veja esquadrias de alumínio padronizadas

Veja esquadrias de alumínio sob encomenda

As janelas convencionais de correr, quando feitas com madeira, sem trilho ou roldana, com a peça correndo direto numa canaleta, também ficam entre as piores tipologias. “Porém, há padrões mais elevados de esquadrias projetadas e construídas com os mesmos critérios dos caixilhos de alumínio”, destaca o consultor, lembrando que elas têm um trilho bem feito, roldanas de qualidade e soluções de vedação bem resolvidas.

Mesmo sendo pesadas, quando de grandes dimensões, as esquadrias de madeira de correr bem fabricadas correm com leveza no trilho, auxiliadas pelas roldanas, e não há atrito de madeira com madeira. Além disso, bons produtos podem receber vidros laminados com maior espessura e duplos laminados que cumprem a função de isolante acústico. Tão importante quanto a tipologia, é a certeza sobre a qualidade da madeira. Quando a matéria-prima é ruim, os parafusos não prendem direito, e as ferragens se soltam com facilidade.

PROJETO ARQUITETÔNICO

O projeto arquitetônico é influenciado pela presença de janelas de madeira personalizadas ou padronizadas. “No caso das padronizadas, é preciso buscar estratégias que não comprometam a arquitetura do empreendimento, ao mesmo tempo em que apresentam custos acessíveis”, diz Camargo. Já as janelas sob encomenda proporcionam ao arquiteto liberdade para definir o tamanho dos vãos e as funções desempenhadas pela caixilharia. Ou seja, o projeto é totalmente exclusivo.

Souza alerta que, ao optar por janelas de madeira aparente, o arquiteto está alinhando a escolha ao partido arquitetônico da residência. “Ou seja, é madeira em tudo. Porque se for pintar a peça, é melhor escolher uma de PVC, que tem ótimo desempenho e aparência”, opina.

ESCOLHA DO FORNECEDOR

Para escolher o fornecedor, é fundamental pesquisar, na internet, a sua procedência, o tempo que está no mercado e o prazo de garantia oferecido. “Atualmente, os meios eletrônicos criaram um enorme atalho para alcançar qualquer informação”, diz a arquiteta.

A escolha deve levar em consideração se a empresa tem documentação que comprova que a madeira utilizada é certificada. “É preciso verificar, também, o processo de secagem da madeira. A matéria-prima precisa passar um tempo na estufa, pois sem isso, as chances de ela empenar ou mofar são imensas”, ressalta Camargo.

É recomendado, ainda, checar se o produto adquirido já recebeu tratamento contra cupim e impermeabilização com verniz. Existem empresas que entregam os caixilhos já prontos, no entanto, dependendo do tempo que ficam armazenados no canteiro, pode ser necessária uma nova demão de verniz quando a janela for instalada.

MANUTENÇÃO

A caixilharia de madeira pede manutenção praticamente anual. “Trata-se de um elemento natural, por isso, não devem ser usados produtos abrasivos para limpeza”, recomenda a arquiteta. Os fabricantes indicam apenas pano úmido com uma pequena quantidade de detergente neutro. Para as venezianas, o ideal é retirar o pó com aspirador. Periodicamente, a cada três ou quatro anos, deve ser feita uma revisão das peças para verificar se os parafusos estão íntegros e se há pontos de retenção de água.

Obras litorâneas

As esquadrias de madeira são bastante comuns em obras litorâneas. “À beira-mar, essas janelas têm durabilidade superior às de aço e de alumínio, desde que os cuidados necessários sejam tomados”, declara Joel Carlos Ferreira de Souza. “Um barco de madeira fica em contato com a água do mar por tempo indefinido e em ótimas condições. A janela de madeira só incha quando a matéria-prima não está seca o suficiente ou não foi bem tratada”, ele compara.

Nesses ambientes, os erros recorrentes vão do uso de verniz comum, quando o correto é o hidrofugante ou o naval, e de parafusos e acessórios de aço inoxidável ou latão. “Na praia, a janela de madeira necessita de mais cuidados, e o futuro ocupante da edificação deve estar disposto a arcar com os tratamentos”, finaliza Erica Camargo.

Leia mais: Escolha de esquadrias deve ser guiada por requisitos técnicos

Colaboração técnica

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Joel Carlos Ferreira de Souza – Administrador de empresas formado pela Faculdade de Administração de Empresas da Universidade São Marcos, em1982. Respondeu pela área industrial e técnica da serralheria do Liceu de Artes e Oficio entre 1979 e 1998. É consultor do Instituto Brasileiro de Siderurgia desde 1999. Participa de comissões para elaboração de normas técnicas na área de componentes metálicos para construção civil e desenvolvimento de programas de qualidade. Em 1993, assumiu a direção técnica e gerencial da SSG, empresa especializada em componentes metálicos para construção civil.
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Erica Camargo – Arquiteta formada em 2001 pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Trabalhou em alguns dos mais renomados escritórios de arquitetura de São Paulo. Em seu próprio escritório, imprime em cada projeto que cria e executa, novas possibilidades a partir de uma relação próxima com o cliente, identificando suas reais necessidades.