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Dicas para evitar o desperdício na construção de paredes de alvenaria

Subir paredes evitando o gasto exagerado de materiais e tempo pode ser mais simples do que parece. Basta usar os produtos certos – como argamassa industrializada, gabaritos metálicos e bisnagas de argamassa – e ter um bom planejamento. Veja mais

Publicado em: 21/11/2018

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

O armazenamento de blocos em pallets auxilia na redução de desperdícios na obra (Crédito: shutterstock.com / Unkas Photo)

A execução de paredes de alvenaria pode ser responsável pelos maiores índices de desperdício de materiais e de tempo dentro de uma obra. Porém, isso pode ser evitado com pequenas ações, como uso de determinados insumos, armazenamento adequado de materiais, planejamento de logística, padronização dos processos executivos etc. A seguir, veja dicas práticas para evitar o desperdício e obter maior produtividade.

ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA

A utilização de argamassa industrializada pode ser extremamente efetiva no combate ao desperdício. Pronta para uso, a solução necessita apenas de adição de água, evitando possíveis erros no traço da argamassa, além de facilitar o transporte da mistura.

“A argamassa industrializada reduz o desperdício no transporte (da central de massa até o local de assentamento do bloco) e, se ensacada, possibilita quantificar a quantidade de material que o operário utilizará nas paredes que serão elevadas”, explica Nagib Anderaos, diretor de engenharia da SOBLOCO.

A argamassa industrializada reduz o desperdício no transporte e, se ensacada, possibilita quantificar a quantidade de material que o operário utilizará nas paredes que serão elevadas
Nagib Anderaos

GABARITO METÁLICO

O uso de gabaritos metálicos auxilia na velocidade de execução e na economia de materiais na obra. Segundo Anderaos, o gabarito também garante uma margem de erro mínima no prumo e no nível, o que exige um consumo menor de materiais na fase de acabamento.

ARMAZENAMENTO DOS BLOCOS

Os blocos são uma das maiores “ameaças” com relação ao desperdício. Seu transporte pode gerar atraso na obra e ainda prejuízos, caso ocorra quebra. Para diminuir o tempo de transporte, Anderaos recomenda a utilização de pallets, prática que reduz consideravelmente o índice de quebra dos blocos.

Já para a movimentação dentro do canteiro, existem dois caminhos que são mais utilizados: manualmente ou com o auxílio de gruas. No segundo caso, é possível transportar os blocos diretamente para o pavimento onde serão utilizados, reduzindo o risco de quebras. Anderaos também reforça a necessidade de um planejamento logístico que não deixe que o trabalho seja interrompido por falta de material.

A produtividade depende muito das características de cada empreendimento (porte e tipologia)
Nagib Anderaos

BISNAGAS

Uma ação que pode auxiliar na velocidade de execução e na economia de materiais é a substituição da colher de pedreiro pela bisnaga de argamassa. Essa simples prática pode garantir um aumento na produtividade da obra. Além de facilitar o processo executivo – reduzindo o tempo de aplicação –, a técnica ainda proporciona um menor consumo de argamassa, pois assegura que a quantidade de massa utilizada no assentamento de cada fiada seja igual.

No entanto, realizar a troca da colher pela bisnaga exige qualificação técnica por parte do aplicador. “O operário precisa ser treinado para utilizar a bisnaga, pois é necessário se ater ao traço correto da argamassa, definido de acordo com a especificação dos materiais utilizados”, afirma o engenheiro da SOBLOCO.

PLANEJAMENTO

A falta de planejamento eficaz em uma obra pode ocasionar inúmeros desperdícios, como de blocos, argamassas, água e até mesmo de tempo e mão de obra. Um dos maiores “vilões” é a má gestão de estoque.

O armazenamento de materiais do canteiro é um assunto extremamente importante. Tanto o excesso quanto a escassez são prejudiciais. É necessário manter um estoque para garantir o funcionamento da obra, mas que não seja um grande contingente, pois pode gerar um acúmulo de insumos no local, exigindo um ambiente maior para estocá-los e, dependendo das condições ambientais, também pode ocorrer um deterioramento dos materiais ou expiração da data de validade dos produtos.

Os materiais devem ser armazenados o mais próximo possível ao local onde serão utilizados. Assim, a possibilidade de quebra dos blocos ou desperdício de argamassas no trajeto é reduzida e tem-se um ganho da produtividade, pois o tempo de locomoção é menor. No entanto, cada obra demanda cuidados específicos. “A produtividade depende muito das características de cada empreendimento (porte e tipologia), como tamanho dos cômodos, espessura das paredes e número de pavimentos do empreendimento”, finaliza Anderaos.

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Colaboração técnica

Nagib Anderaos – formado em engenharia pela Escola de Engenharia Mauá em 1973 e pós-graduado em Economia de Empresas e Administração de Empresas pela FGV em 1980. Atua como diretor técnico de engenharia da Sobloco desde 2002.