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Desmitificando o drywall: esclareça dúvidas sobre o sistema

Percepção sobre desempenho e vantagens do drywall tem mudado ao longo dos anos

Publicado em: 16/12/2021Atualizado em: 12/01/2024

Texto: Gisele Cichinelli

Mitos sobre o drywall
O drywall já está presente em obras de diversos tipos (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)

Os painéis de gesso acartonado chegaram ao Brasil há cinco décadas, tendo um uso destacado na substituição de forros de plaqueta de gesso em áreas comerciais. Com o tempo, passou a ser utilizado tambézm como parede e revestimento e, gradativamente, foi ganhando espaço no segmento residencial. Hoje, seu uso está consolidado em obras comerciais, como shoppings center, escritórios, hotéis, flats e hospitais, mas é na área residencial que seu potencial de crescimento ainda é muito grande.

Culturalmente, quando as pessoas pensam em paredes, há uma associação direta com algo rígido, construído com tijolos pesados. Paredes leves apresentam menos massa, porém conseguem performar melhor que as paredes mais pesadas
Ronaldo Cocumazzo

Embora muitas construtoras já apostem há tempos no sistema para aumentar a produtividade e a racionalização nos seus empreendimentos, ainda há um pouco de resistência ao seu uso e muita mistificação em torno dele. De acordo com Ronaldo Cocumazzo, gerente de desenvolvimento de sistemas da Placo do Brasil, o drywall ainda é muito questionado, sobretudo nos quesitos comportamento ao fogo, fixação de revestimentos e de cargas e resistência mecânica. “Culturalmente, quando as pessoas pensam em paredes, há uma associação direta com algo rígido, construído com tijolos pesados. Paredes leves apresentam menos massa, porém conseguem performar melhor que as paredes mais pesadas”, compara.

Confira e desmitifique alguns conceitos comuns sobre o sistema:

O drywall é frágil?

Caracterizado por uma estrutura de aço galvanizado e revestido com chapas de gesso, o drywall passa em todos os ensaios de resistência mecânica: impacto de corpo mole, impacto de corpo duro, batida de porta e fixação de peças suspensas, nos níveis mínimo, intermediário e superior. O sistema também atende à NBR 15.575 (Norma de Desempenho de Edificações) no quesito durabilidade mínima de 30 anos. As paredes e os forros de drywall também não quebram com facilidade. “No Brasil, temos paredes com mais de 40 anos de uso em perfeito funcionamento, comprovando a durabilidade do sistema”, observa Carlos Roberto de Luca, gerente técnico da Associação Brasileira do Drywall.

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Posso fixar cargas no drywall?

É possível instalar uma série de objetos pesados, tais como quadros, televisores, prateleiras, armários e até ar-condicionado do tipo split nessas paredes, desde que se use utilize fixadores, suportes e reforços adequados e instalados da forma recomendada pelos fabricantes. A placa Performa, da Placo do Brasil, por exemplo, suporta até 50 Kg sem nenhum tipo de reforço e é 50% mais resistente a impactos quando comparada às placas convencionais.

Mitos sobre o drywall
É possível instalar objetos como televisores nas paredes de drywall (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)

Posso aplicar qualquer tipo de revestimento nessas paredes?

As paredes em drywall podem receber qualquer tipo de acabamento, tais como pintura, textura, papel de parede, laminados plásticos, laminados melamínicos, revestimentos cerâmicos e até pedras ornamentais com algumas restrições. Mas é importante resguardar as recomendações dos fabricantes dos acabamentos, dos revestimentos e do próprio drywall ao aplicar qualquer tipo de produto sobre ele.

O sistema barra ruído e calor?

No Brasil, temos paredes com mais de 40 anos de uso em perfeito funcionamento, comprovando a durabilidade do sistema
Carlos Roberto de Luca

Para que o desempenho acústico seja o esperado, é necessário especificar corretamente o tipo de parede e, na execução, seguir o recomendado na norma de montagem, utilizando materiais qualificados como banda acústica e lãs isolantes. Já o isolamento térmico para paredes internas não costuma ser levado em consideração. “Não há mudanças significativas de um ambiente para outro dentro da mesma unidade ou mesmo de uma unidade para outra. Apesar disso, o isolamento térmico de uma parede de drywall é muito bom”, reforça de Luca.

Posso usá-lo em áreas úmidas?

Sim, mas em banheiros, cozinhas e lavanderias devem ser usadas as chapas RU (resistentes à umidade). Também é recomendado aplicar um tratamento de impermeabilização na parte inferior da parede. Nas áreas de chuveiro, é necessário aplicar uma proteção mecânica do tipo azulejo, cerâmica, laminados plásticos, pintura epóxi ou similares. Desde que corretamente preparado, o drywall pode, inclusive, impedir a formação de fungos em áreas molhadas.

Mitos sobre o drywall
As cozinhas podem receber as chapas RU (resistentes à umidade) (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)

Como devem ser executadas as instalações elétricas e hidráulicas?

Tanto as instalações elétricas quanto as hidráulicas devem sempre ser executadas no drywall antes do fechamento das paredes. Além de ser um processo mais fácil, esse tipo de instalação também permite a aplicação de kits hidráulicos e chicotes elétricos, que agilizam e aumentam a produtividade da obra. Da mesma forma, é fácil realizar eventuais reparos, sem quebra-quebra, apenas com recortes de chapas e sua pronta restauração.

É um sistema caro?

O preço sempre será uma questão relativa. Na conta, devem pesar algumas questões regionais, como as de logística e de volume de entrega. Porém, quando se avalia alguns pontos como a industrialização e a redução de peso da obra, a redução de mão de obra em todas as etapas e o ganho de área útil e de tempo, o sistema drywall leva vantagem se comparado aos sistemas tradicionais.

O drywall resiste ao fogo?

A chapa de drywall foi criada nos Estados Unidos no fim do século 19 exatamente para proteger as cidades, construídas basicamente com madeira. “Quando acontecia um incêndio, praticamente toda a cidade era destruída. A chapa de gesso passou a ser utilizada como revestimento interno das estruturas de madeira, protegendo e dando acabamento a esse material”, explica Luca.

As paredes de drywall são aprovadas na IT 08 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo. Dependendo da especificação, podem resistir até duas horas em uma situação de incêndio. Algumas placas, como a RF, por exemplo, são bastante indicadas para saídas de emergências e escadas por conterem fibra de vidro – material que ajuda na resistência ao fogo e ao calor.

Mitos sobre o drywall
As paredes em drywall podem receber qualquer tipo de acabamento (Foto: Divulgação/Saint-Gobain)

Produtos de qualidade

Vale ressaltar que, para obter os resultados esperados do sistema drywall em todos os requisitos de desempenho, é fundamental seguir à risca as normas de projeto e montagem. Outra dica importante é sempre adquirir materiais e produtos normatizados.

Uma forma fácil para identificá-los na praça é consultar o Programa Setorial da Qualidade (PSQ) do Drywall no site do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat da Secretaria Nacional da Habitação, do Ministério do Desenvolvimento Regional. Esse programa avalia permanentemente os materiais e edita, a cada três meses, uma relação de materiais e fabricantes conformes e não conformes.

Todos os produtos Placo do Brasil atendem às normas específicas para sua produção. “Baseados na norma de desempenho, temos diversas tipologias ensaiadas e classificadas, dependendo da necessidade de uso”, observa Cocumazzo. Como exemplo, ele cita a placa Performa RU, que alia performance acústica e resistência à carga. Já Glasroc X é uma placa especial em gesso usada em revestimentos de fachadas. “Temos um grande portfólio de produtos para as mais diversas aplicações, atendendo todas as questões relacionadas à segurança, sustentabilidade e habitabilidade”, completa.

Site do PBQP-H

Colaboração técnica

 
Carlos Roberto de Luca - gerente técnico da Associação Brasileira do Drywall.
 
Ronaldo Cocumazzo - gerente de desenvolvimento de sistemas da Placo Brasil.