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Cresce o mercado de miniescavadeiras no Brasil

Elas são compactas, versáteis e de fácil logística operacional. Tudo isso aliado à eficiência nos canteiros, dos mais modestos até grandes obras de infraestrutura do país

Publicado em: 29/05/2014Atualizado em: 07/08/2017

Texto: Redação PE

O mercado brasileiro de equipamentos para construção tem uma nova “vedete”: as miniescavadeiras. Com a popularidade e os preços acessíveis, essas máquinas compactas conquistaram um forte apelo comercial aos setores de indústria e construção civil. Elas se destacam por aliar a tecnologia de ponta à versatilidade operacional, isto é, o que se perde em tamanho, ganha-se em qualidade.

As escavadeiras compactas são ágeis e resistentes. De acordo com especialistas, elas são indicadas para trabalhos em áreas com restrição de espaço, como edifícios, reparos em ruas e rodovias, escavações rentes a muros, entre outras operações. Essas “pequenas notáveis” também se destacam pela aplicação em pequenas obras civis, como a reforma de uma casa, por exemplo, onde elas estão presentes em diversas etapas: na jardinagem, na abertura de piscinas, na remoção de entulhos de porões, estacionamentos ou garagens subterrâneas. Além disso, são máquinas fáceis de ser transportadas.

A maior demanda por esse tipo de equipamento está concentrada nas regiões Sudeste e Sul, mas com bastante crescimento no Nordeste. Segundo o gerente comercial da Bobcat no Brasil, Alberto Rivera, nesses últimos anos, os equipamentos compactos – que há muito tempo são muito utilizados na Europa e nos Estados Unidos – começaram a ganhar destaque no Brasil, principalmente pela expansão imobiliária. De acordo com ele, o segmento de compactos ocupa 12% do mercado nacional de equipamentos.

A falta de trabalhadores qualificados também aumenta a procura por esse tipo de máquina, principalmente o alto gasto com empregados, que, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), é apontado como o terceiro maior problema das grandes construtoras e empreiteiras do país.

Em expansão

A boa oportunidade foi percebida por todos os fabricantes. Na sondagem de Rivera, o principal comprador desses equipamentos são empresas prestadoras de serviços. “As máquinas compactas ajudam no cumprimento dos prazos e na redução de custos operacionais. Isso explica o porquê do constante aumento nas vendas, que foi impulsionado não só pelo crescimento do setor da construção, mas também pelo fato de outros mercados as terem descoberto”, destaca.

De olho no bom desempenho do setor, a Bobcat aposta no atual contexto nacional para ampliar sua presença no Brasil. Com mais de 1.000 distribuidores em cerca de 100 países, a companhia tem como um dos maiores destaques o mercado brasileiro. Com exceção da China, o Brasil é o principal país do bloco que inclui a América Latina, a Ásia, o Pacífico e os demais países emergentes.

Uma das marcas que também ganhou grande representatividade nacional nesse segmento é a Komatsu. De acordo com Agnaldo Lopes, gerente de vendas e marketing da marca, as miniescavadeiras da fabricante japonesa se destacam pela facilidade de manutenção, pela extensão dos períodos de troca dos lubrificantes e pela força de trabalho.

Já a Case Construction aposta em miniescavadeiras com raio de giro zero (ZTS). “Imagine operar sem a preocupação de haver espaço suficiente para girar ou manobrar. Mesmo em cantos estreitos, elas escavam, giram e descarregam com grande eficiência”, destaca Roque Reis, diretor comercial da fabricante.

Mercado de locação

As tecnologias compactas, ano após ano, estão se aprimorando e executando tarefas muito mais complexas e com eficiência surpreendente. Mas a versão “mignon” de escavadeiras possui um atrativo fundamental para o sucesso no mercado: o preço mais acessível (custa, praticamente, o mesmo que um carro). Isso tem atraído muitos investimentos no setor de locação que, segundo dados das fabricantes, tornou-se o maior consumidor dessas pequenas máquinas nos últimos tempos. A opção de trocar a ferramenta frontal e utilizar o mesmo equipamento para diferentes operações de escavação e carregamento são outros bons atrativos para os locadores.

As perspectivas de empreiteiros e empresários ligados a esse segmento são otimistas, uma vez que a máquina pode ser transportada sobre pequenos reboques puxados por veículos de tamanho médio. Tais características apresentam um forte apelo comercial aos setores de indústria e construção civil.

O mercado de locação tem sido o diferencial para o aumento de usuários desse tipo de máquina, principalmente nos grandes centros, com as proibições de transporte de equipamentos com maior porte. Com a expansão da indústria imobiliária, cada vez mais se faz necessária a utilização de miniescavadeiras, já que elas podem executar desde demolição das construções existentes, carregamento e escavação até preparação para futuras edificações.

“Com isso, abre-se uma grande porta para as empresas de locação, que em São Paulo estão se especializando em equipamentos compactos, pela agilidade e pela facilidade de transporte, além de diminuir a interferência da obra na dinâmica das grandes cidades e na substituição do trabalho braçal, fator esse que está aumentando nos grandes centros devido à falta de mão de obra qualificada no setor”, conclui o gerente de vendas da Komatsu.