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Corrosão de armaduras: confira dicas para prevenir e corrigir o problema

Manifestação patológica coloca em risco o desempenho e a vida útil das estruturas de concreto. Saiba como contorná-la

Publicado em: 15/10/2020

Texto: Juliana Nakamura

corrosão de armaduras
Erros durante a concretagem podem causar a corrosão no aço da estrutura (foto: shutterstock/Francesco Scatena)

Falhas construtivas, erros de projeto e até mesmo o mau uso das estruturas são indutores de corrosões no aço presente em pilares, vigas, lajes e outros elementos estruturais. A consequência dessa manifestação patológica, que é uma das mais frequentes causas de deterioração do concreto armado, é o comprometimento do desempenho e da durabilidade. Os danos podem se manifestar tanto do ponto de vista estético, quanto com relação à segurança, levando a colapsos estruturais em casos mais severos.

COMO A CORROSÃO OCORRE?

As reações corrosivas produzem compostos ferrosos cujo volume é maior que o material original. Essa expansão causa pressões internas no concreto levando ao surgimento de fissuras de grande abertura, geralmente paralelas às armações, e expulsando a camada de cobrimento. Para piorar, as fissuras favorecem a penetração de agentes agressivos, intensificando o problema.

“A corrosão torna-se grave quando reduz significativamente o diâmetro das armações”, destaca o engenheiro Tiago Garcia Carmona, diretor da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece). Ele explica que a severidade depende, também, do elemento estrutural em questão e da função da armadura que entrou em processo corrosivo.

CAUSAS DA CORROSÃO

Cobrimentos insuficientes, falhas de concretagem e uso de materiais inadequados ou contaminados são erros de execução que podem tornar as armaduras mais suscetíveis à corrosão. “Com relação ao projeto, deve-se atentar para controle da fissuração em serviço, além de ter cuidado na especificação das propriedades de durabilidade do concreto em função da agressividade ambiental”, explica Carmona.

Para diagnosticar manifestações patológicas em estruturas de concreto, há vários métodos disponíveis, de ensaios destrutivos àqueles não destrutivos. “O importante é contar sempre com um profissional experiente na avaliação da criticidade dos danos e das melhores técnicas de reparação”, salienta o diretor da Abece.

TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO

Nas estruturas de concreto armado a corrosão pode se manifestar de maneira generalizada, relativamente uniforme na superfície do aço, e na forma de pites de corrosão que ocorrem de maneira pontual e em profundidade. Mas sempre que um aço é afetado por esse fenômeno, ele perde propriedades metálicas essenciais como ductilidade, elasticidade e resistência mecânica.

Existem múltiplas estratégias de intervenção para recuperar estruturas de concreto danificadas pela corrosão. A busca pelo melhor método deve considerar fatores como o nível de comprometimento das peças, o tipo e a profundidade da contaminação, e a vida útil residual pretendida para a estrutura.

SOLUÇÕES PARA DIFERENTES GRAUS DE AGRESSIVIDADE

Uma das alternativas mais eficazes para evitar e interromper o processo corrosivo é o uso de anodos de sacrifício. Esses dispositivos são constituídos por uma liga de zinco, alumínio e índio que, quando conectados eletricamente ao aço, o convertem em um cátodo (receptor de elétrons) tornando-o imune à corrosão. O procedimento se baseia em ofertar ao processo corrosivo um elemento de maior eletronegatividade, ou seja, um material que corrói com mais facilidade que as barras da armação, com a vantagem de não gerar produtos expansivos.

“Os anodos de sacrifício são indicados em situações de elevada agressividade e contaminação, como construções à beira-mar, sujeitas a respingos de maré, e fábricas de papel e celulose”, explica Tiago Carmona. Também podem cogitar o uso dos anodos as obras em condições executivas muito adversas, nas quais a descontaminação no momento do reparo é inviável, como é o caso de estruturas submersas.

Para situações menos extremas, uma solução bastante usual é a recuperação das estruturas comprometidas com grautes industriais, associados ao tratamento do aço exposto na área de reparo seguido de pintura da armadura com tinta rica em zinco. Este elemento químico atua de forma análoga ao ânodo de sacrifício, protegendo a armadura das reações deletérias.

O produto deve ser aplicado sobre armaduras íntegras, isentas de ferrugem, nata de cimento, óleos e desmoldantes. Nesse caso, a recomendação é pintar todo o perímetro da área exposta da armadura, inclusive nos trechos em que o aço ainda está íntegro.

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