menu-iconPortal AECweb

Conheça soluções para impermeabilizar áreas com trânsito de veículos

Lajes devem receber produtos com alta resistência química, a raios UV, à abrasão e a impactos, que assegurem estanqueidade. Mantas asfálticas aplicadas a quente e produtos à base de poliuretano são opções

Publicado em: 21/06/2018

Texto: Juliana Nakamura

como-reduzir-o-barulho-no-apartamento
Flexibilidade e resistência à abrasão e à tração são essenciais para lajes expostas ao tráfego de veículos (Denis Torkhov / shutterstock)

A impermeabilização de lajes expostas ao tráfego de veículos deve atender a uma série de requisitos técnicos para garantir a estanqueidade e a proteção contra umidade desejadas. Flexibilidade para acompanhar as movimentações que ocorrem na estrutura em função de variações térmicas e da sobrecarga é um deles. Resistência à abrasão e à tração são igualmente importantes nessas aplicações, sujeitas aos desgastes provocados pela rodagem dos carros e por manobras de pneus.

ASPECTOS DE PROJETO

O projeto de impermeabilização de lajes expostas à circulação de veículos deve ser elaborado e compatibilizado com os demais projetos de arquitetura, estrutura, instalações e automação. Elaborado em consonância com a norma técnica ABNT NBR 9575 – Impermeabilização Seleção e Projeto, o projeto de impermeabilização deverá levar em conta uma série de variáveis para definir a melhor solução impermeabilizante.

“A abordagem será diferente se a laje estiver em um shopping center ou em um condomínio residencial”, comenta o engenheiro Carlos Romano, diretor da PHI Consultoria. Ele lembra que, da mesma forma, o método de aplicação pode ser influenciado pelas dimensões e tipologia da laje (concreto armado, protendido), bem como pelo grau de exposição a intempéries. “Estacionamentos cobertos em uma garagem de pouco movimento estão sujeitos a esforços muito diferentes daqueles que ficam em lajes de cobertura”, compara Romano.

MANTAS ASFÁLTICAS

Entre as soluções mais recorrentes para impermeabilização de lajes expostas ao trânsito de veículos estão as mantas asfálticas aplicadas a quente.

Veja mantas asfálticas no Portal AECweb
Veja fornecedores de mantas asfálticas no Portal AECweb

Esses produtos podem ser encontrados em composição, espessura e desempenho variados. Uma recomendação importante é que a especificação para lajes expostas à movimentação de veículos recaia sobre as mantas do tipo III classe A ou tipo IV classe A, de alto desempenho, indicadas para estruturas sujeitas a maiores deformações por dilatação ou por grandes cargas. A depender das cargas incidentes o projeto pode prever a aplicação de mais de uma camada de manta com maçarico ou com asfalto a quente. Em todos os casos, sobre o sistema impermeabilizante, deverá ser executada a proteção mecânica (contrapiso, piso etc.) devidamente dimensionada para suportar o tráfego.

Uma combinação muito utilizada em lajes de estacionamentos é a regularização seguida da aplicação de manta asfáltica em dupla camada aderida com asfalto a quente e proteção mecânica com concreto armado alisado.

POLIUREIA E POLIURETANO

Mas nem sempre essa será a alternativa mais indicada. “Há casos que podem exigir a utilização de alguma solução com isolante térmico, como em lajes externas situadas sobre lojas em áreas quentes. Também há situações em que a falta de espessura da laje inviabiliza a realização de uma camada de proteção mecânica”, explica Carlos Romano.

Para essas situações especiais, uma solução cada vez mais explorada é a impermeabilização com produtos à base de poliuretano, poliuréia ou epóxi de alto desempenho. Entre as vantagens desses impermeabilizantes destacam-se a aplicação simplificada e mais breve, a alta resistência à tração e dispensar o uso de estruturante e proteção mecânica.

Aplicados em camadas dimensionadas de acordo com a intensidade de tráfego sobre a laje, esses produtos, além de garantir estanqueidade, podem servir como acabamento colorido e antiderrapante. Em contrapartida, por serem materiais técnicos, demandam cuidados especiais e respeito aos procedimentos de aplicação, exigindo mão de obra qualificada.

BOAS PRÁTICAS NA EXECUÇÃO

Independente da solução de impermeabilização escolhida, o preparo da superfície para a aplicação do produto é um aspecto crítico. “A execução dos caimentos e arremates em ralos e tubos, bem como a limpeza e remoção de detritos e material desagregado são cuidados imprescindíveis antes da aplicação de mantas ou membranas”, afirma o engenheiro Marcos Storte, diretor técnico da A2S Engenharia e Perícia.

Todas as juntas construtivas nas lajes devem ser previamente tratadas. As boas práticas indicam a limpeza e o preenchimento com material elastomérico, garantindo a continuidade sem emendas.

Outra recomendação válida para toda impermeabilização de lajes é a verificação da estanqueidade, normalmente realizada pelo método tradicional de manutenção de uma lâmina de água por 72 horas.

Colaboração técnica

Carlos Romano – Engenheiro-civil, diretor da PHI Consultoria e Projetos de Impermeabilização
Marcos Storte – Engenheiro civil, mestre em construção civil e urbana. Consultor e palestrante em cursos e treinamentos na área de impermeabilização, é diretor técnico da A2S Engenharia e Perícia