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Conheça critérios para seleção de lareiras para uso residencial

Ícones de luxo e conforto, lareiras demandam cuidados com o local de implantação e a escolha da tecnologia para geração de calor

Publicado em: 07/10/2019Atualizado em: 09/10/2019

Texto: Juliana Nakamura

lareiras para salas
Além do modelo tradicional à lenha, é possível encontrar lareiras em opções mais compactas, elétricas ou a gás (foto: Vitor Quintero)

Elemento decorativo de destaque, as lareiras combinam a função de aquecer a um visual elegante e acolhedor. Nos últimos anos, a variedade de modelos, tamanhos e tecnologias construtivas tornou esses elementos mais acessíveis. Hoje é possível encontrar desde as versões tradicionais à lenha, até lareiras mais compactas, elétricas ou a gás. As opções de acabamentos utilizados também se ampliaram, permitindo a esses elementos integrar-se mais facilmente a diferentes estilos de interiores, dos mais rústicos aos mais sofisticados e minimalistas.

LAREIRA À LENHA

Quando se pensa em construir uma lareira, a primeira imagem que vem à mente é a de um elemento de alvenaria com funcionamento à lenha e um frontão generoso. Esse modelo, embora desempenhe muito bem a função de aquecer, requer cuidados com o dimensionamento, especialmente com a proporção entre o tamanho da boca (abertura para o ambiente) e a área do ambiente.

O projeto precisa prever um local para armazenar lenha e a construção de uma chaminé, que precisa ser executada corretamente para que não haja retorno da fumaça. Um padrão é conceber a chaminé com área igual a 10% da superfície da boca de fogo para uma altura média de 10 metros.

LAREIRA ELÉTRICA E A GÁS

Para quem procura praticidade, os modelos elétricos são uma alternativa interessante. Isso porque eles se caracterizam pela facilidade de instalação e pela praticidade para ligar e desligar, inclusive com controle remoto. No entanto, há quem se incomode com o efeito estético destes equipamentos e com o impacto no consumo de energia.

Tanto a lareira elétrica, quanto a que funciona a gás, saem prontas da fábrica, o que significa uma execução muito mais rápida e simplificada
Cris Gusmão

Também é possível recorrer aos modelos a gás, que têm como principais atributos dispensar a construção de um sistema de exaustão e exigir que haja um ponto de fornecimento de gás exclusivo. “Tanto a lareira elétrica, quanto a que funciona a gás, saem prontas da fábrica, o que significa uma execução muito mais rápida e simplificada”, comenta a arquiteta Cris Gusmão. Ela explica que em muitos casos, basta fazer um recorte no drywall ou no mdf para acomodar o equipamento.

LAREIRAS A ÁLCOOL

Mais recentemente as lareiras a álcool, também chamadas de ecológicas, começaram a adquirir mais protagonismo em projetos de design de interiores. Os principais motivos para isso são o baixo custo de manutenção e a flexibilidade. O mercado disponibiliza desde modelos fixos, que precisam ser embutidos em nichos, até portáteis. Esses equipamentos são menos potentes com relação à geração de calor. Em contrapartida, não geram resíduos ou fuligem e não exigem a existência de pontos de energia ou de alimentação de gás.

Embora sejam muito mais flexíveis em comparação às lareiras tradicionais, os modelos ecológicos não podem prescindir de cuidados na escolha do local de implantação. A instalação sob equipamentos eletrônicos, por exemplo, deve prever uma barreira física construída com material que tolere bem as altas temperaturas, como concreto e rochas.

lareiras para quartos
Os acabamentos usados permitem que as lareiras se adaptem aos mais variados estilos de ambientes (foto: Vitor Quintero)

CRITÉRIOS DE SELEÇÃO

“A primeira condição para se ter uma lareira em casa, é estar em uma região que faz frio. Na minha opinião, todos os elementos da casa têm que ser usados e aproveitados ao máximo”, defende o arquiteto Tufi Mousse. Segundo ele, diante de tantas tecnologias disponíveis, o espaço já não é um problema para quem faz questão de ter uma lareira em casa. “Um apartamento pequeno, por exemplo, pode contar com um modelo ecológico portátil. Já em uma residência espaçosa, é possível recorrer a uma charmosa lareira convencional ou mesmo a uma lareira suspensa, que traz ao ambiente um toque de contemporaneidade”, complementa Mousse.

Quando a brasa começar a se formar, devemos fechar lentamente o regulador e deixar apenas uma fresta aberta, para o ar frio não entrar. Assim evitamos o retorno da fumaça ao ambiente
Tufi Mousse

No caso das lareiras tradicionais, alguns cuidados são essenciais para garantir um uso eficiente e seguro. É fundamental, por exemplo, que a lareira possua uma válvula ou registro para controlar a saída dos gases. “Quando a brasa começar a se formar, devemos fechar lentamente o regulador e deixar apenas uma fresta aberta, para o ar frio não entrar. Assim evitamos o retorno da fumaça ao ambiente”, explica Mousse, lembrando que uma lareira eficiente não gera chamas altas. “O objetivo deve ser obter brasa, pois é ela que gera calor”, afirma o arquiteto.

Além da seleção da tecnologia de aquecimento, a especificação dos revestimentos também é decisiva para se obter uma lareira bonita, durável e de fácil manutenção. Os materiais mais usuais são as rochas naturais, como mármore e granito, que aliam resistência à sofisticação. Mas também podem ser utilizados concreto, cerâmica e porcelanato, sempre em harmonia com o restante do ambiente.

Colaboração técnica

arquiteto e urbanista tufi mousse
Tufi Mousse – Arquiteto e urbanista há quase vinte anos, tem escritório próprio em Joinville, SC, onde realiza projetos residenciais, comerciais e institucionais.
arquiteta e urbanista cris gusmao
Cris Gusmão – Arquiteta e urbanista formada pela Universidade Federal do Paraná, com especialização em design e arquitetura de interiores. Possui escritório na Flórida (EUA), onde realiza projetos residenciais e comerciais.