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Conheça boas práticas para a operação do bate-estacas

O equipamento, manual ou de queda livre, envolve uma série de riscos à saúde e segurança do operador. Há, porém, medidas para mitigar os danos

Publicado em: 31/08/2021Atualizado em: 20/09/2021

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Bate-estacas
O equipamento motorizado deve ser prioridade quando há grande volume de obras (Foto: Richard Thornton/Shutterstock)
O bate-estacas manual utiliza a força bruta, através de golpes, exigindo grande esforço do operador. Já no de queda livre, o motor iça e solta um peso que, por ação da gravidade, faz a cravação
Rodrigo Trevisan

Terreno limpo, escavações feitas, é a hora da ação do bate-estacas, um dos equipamentos mais antigos empregados pela construção civil. “O bate-estacas manual utiliza a força bruta, através de golpes, exigindo grande esforço do operador. Já no de queda livre, o motor iça e solta um peso que, por ação da gravidade, faz a cravação”, resume Rodrigo Trevisan, gerente de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde do Trabalho (QSMS) da Libercon Engenharia.

“A prioridade é sempre utilizar o sistema motorizado, principalmente quando se tem um grande volume de obras, pois o manual é muito lento”, adianta Elisangela Bozzetto, Gerente de Segurança do Trabalho na Construtora EZTEC.

A atividade envolve diversos riscos aos trabalhadores, como exposição a ruído intermitente e de impacto, exposição a vibração, queda de altura e de mesmo nível, projeção de fragmentos ou partículas. A ergonomia desses equipamentos também tem efeito deletério à saúde do operador.

Bozzeto explica que as dores musculares são comuns na atividade com o bate-estacas manual, pois o operador aciona, inúmeras vezes, a alavanca que faz descer o martelo para a cravação do perfil. “Há modelos um pouco mais modernizados, dotados de amortecedor que reduz o impacto do ruído no perfil”, diz ela. A possibilidade de tombamento do bate-estacas, ocorrência que pode causar acidentes graves e até fatais, pode ser evitada com estudo do solo para saber se suporta o equipamento, além da sua compactação e nivelamento.

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Inspeção dos equipamentos

A inspeção do equipamento é feita pela empresa locadora, diária ou semanalmente, dependendo das suas condições, e obedece a um checklist. De acordo com a engenheira, a construtora exige essa lista de verificação, além da apreciação de risco do equipamento. “Quando há algum problema, o locador faz o reparo no próprio canteiro ou substitui a máquina”, diz ela.

A prioridade é sempre utilizar o sistema motorizado, principalmente quando se tem um grande volume de obras, pois o manual é muito lento
Elisangela Bozzetto

Trevisan relata que o equipamento deve ser, inicialmente, identificado e avaliadas as suas condições de trabalho, através de um laudo de liberação emitido por profissional legalmente habilitado. “Após a constatação de que o equipamento está em perfeitas condições para o início das atividades, é fundamental conferir diariamente as condições que constam do checklist”, orienta. O próprio operador poderá realizar a verificação diária, desde que seja orientado e instruído para tal atividade, considerando os seguintes itens:

• estrutura do equipamento em perfeito estado visual;
• existência de extintor próximo ao equipamento;
• comandos funcionando corretamente;
• equipamento bem estabilizado e equilibrado;
• torre, guias do martelo e capacete em perfeitas condições de uso;
• cabos íntegros (não deteriorados);
• torre firmemente fixada ao eixo e com suas partes móveis lubrificadas;
• partes móveis do bate-estaca protegidas.

Caso a verificação não seja feita com frequência, há riscos de acidentes ou má performance. “Porque poderão ocorrer avarias no sistema ao longo da operação e, se não identificadas, gerar condições de risco”, alerta Trevisan.

Desempenho e segurança

As melhores práticas para alcançar o bom desempenho do equipamento e a segurança do operador começam com a identificação dos principais riscos envolvidos. “Essa é a função das análises preliminares de risco, que devem se somar às medidas de segurança para mitigar os riscos encontrados”, diz Trevisan. Elas abrangem o uso de equipamento apropriado, equipe capacitada e habilitada para a atividade e sua supervisão pelo departamento de segurança do trabalho.

Cabe ao contratante assegurar a capacitação do operador da máquina e as diretrizes das normas regulamentadoras. “Ele deve ser treinado sempre que houver modificações significativas na estrutura e na operação da máquina. Ou, ainda, quando houver alteração no método de trabalho”, recomenda Trevisan.

Segundo Bozzetto, além da capacitação para o manuseio do equipamento, é básico que o operador use os EPIs que incluem, entre outros, capacete, óculos, luvas, calçado de segurança, protetor auricular e treinamento sobre posturas adequadas. Os critérios estão dispostos na NR-12 e no seu anexo II – Conteúdo programático da capacitação.

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Colaboração técnica

Elisangela Bozzetto
Elisangela Bozzetto – É Tecnóloga Ambiental com MBA em Gestão de pessoas e Técnica de Segurança do Trabalho, com mais de 30 cursos voltados para a construção civil. Ocupa o cargo de Gerente de Segurança do Trabalho na Construtora EZTEC.
Rodrigo Trevisan
Rodrigo Trevisan – É Engenheiro Ambiental e de Segurança do Trabalho. Há mais de 10 anos atua como gerente/coordenador de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde do Trabalho (QSMS) no setor da construção civil, em diversos segmentos de obras (edificações, infraestrutura, galpões logísticos, industriais, entre outros), cargo que ocupa na Libercon Engenharia.