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Confira 9 recomendações para assentamento de mármores e granitos

A colocação dessas pedras naturais exige técnica e cuidados importantes, que vão desde o transporte e armazenamento do produto até a impermeabilização do contrapiso. Veja dicas

Publicado em: 29/10/2019Atualizado em: 07/12/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Mármores e granitos devem ser armazenados na vertical e manuseados cuidadosamente para que seus cantos não sejam danificados (Jodie Johnson / shutterstock)

Mármores e granitos são pedras nobres que enriquecem qualquer ambiente e superam, na longevidade, os demais revestimentos de piso e parede. Mas é preciso saber instalar. O professor Elton Goulart da Silva, responsável técnico pelo Núcleo de Tecnologia em Mármores e Granitos do Senai-São Bernardo do Campo, traz nove recomendações que ajudam na correta colocação dessas pedras.

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 1. As peças de mármore e granito apresentam variações de espessura de até 3 mm. “É usual fazer a seleção das chapas no ato da compra, ou antes de cortá-las. Se o material foi comprado já cortado, o colocador faz uma análise visual e dimensional das peças, tendo como referência as mais grossas”, ensina.

2. Para evitar quebras, essas pedras devem ser armazenadas na vertical. No manuseio, é preciso cuidado para não danificar os cantos.

3. O contrapiso de áreas úmidas e térreo deve ser impermeabilizado previamente, para evitar possíveis contaminações vindas do solo, principalmente ferrugem.

4. A areia a ser usada na mistura da massa para o contrapiso deve ser peneirada. Ela pode conter pequenas pedras e resíduos de obra, como pregos e arames, que vão contaminar a massa, além de atrapalhar a colocação.

5. Na execução do contrapiso, é preciso estabelecer o nível adequado de massa, tendo em vista as variações de espessura dos mármores e granitos. Depois de definido o nível do piso, o instalador poderá determinar o nível do contrapiso, considerando a espessura do granito ou mármore somada à massa para a aplicação.

6. As peças são assentadas com o uso de argamassas colantes industrializadas – existem produtos específicos para essas pedras, de alta aderência, disponíveis no mercado.

7. No caso de mármores e granitos brancos ou claros, deve ser empregada argamassa branca, pois eles podem sofrer alteração de tonalidade, devido à absorção do cimento cinza.

 8. Antes do assentamento, é fundamental lembrar que as pedras se caracterizam por seus veios, que devem ser colocados em harmonia, para que se obtenha o melhor resultado estético. Essa exigência normalmente é discutida entre o responsável pela obra e a marmoraria que presta o serviço de colocação. Porém, se o material for adquirido em um home center com dimensões padronizadas, tudo dependerá do conhecimento do colocador.

 9. As ferramentas necessárias para o assentamento dessas pedras são as mesmas dos revestimentos cerâmicos: nível laser, prumo, desempenadeiras, martelo de borracha e os espaçadores.

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Cuidados na escolha, uso e manutenção

Os mármores normalmente são calcíticos e/ou dolomíticos com uma dureza entre 3 e 4 na escala de Mohs. Já os granitos apresentam uma grande quantidade de quartzo e feldspato, tendo assim uma dureza 7 nessa escala
Elton Goulart da Silva

É importante conhecer algumas propriedades dos mármores e granitos para escolher o material adequado para cada ambiente. Afinal, essas rochas diferem tanto pelo aspecto mineralógico quanto pelo físico, determinantes quanto à sua porosidade, absorção e resistência, entre outros quesitos. “Os mármores normalmente são calcíticos e/ou dolomíticos com uma dureza entre 3 e 4 na escala de Mohs. Já os granitos apresentam uma grande quantidade de quartzo e feldspato, tendo assim uma dureza 7 nessa escala”, diz o professor Elton Goulart da Silva.

A menor resistência do mármore em relação ao granito faz dele um material mais poroso e, portanto, mais absorvente. Delicado, sujeito a manchas e arranhões, não deve ser especificado para locais de alto tráfego, como áreas públicas e shopping centers. “O mais indicado, nesses casos, é o granito”, recomenda. O mesmo vale para as cozinhas, pois vários produtos podem causar manchas e até corrosão, como vinho, café, suco de frutas e extrato de tomate, entre outros. Caso o mármore tenha contato com cloro, thinner e produtos oleosos, a orientação é limpar o mais rápido possível.

“Nos banheiros, normalmente é utilizado mármore por sua beleza. O ideal, nesse tipo de ambiente, é que o material seja impermeabilizado na sua face exposta”, alerta, lembrando que há vários produtos no mercado para esta finalidade. E se o assentamento for realizado com massa (“farofa”), é boa prática impermeabilizar a peça na sua na face colada, para não migrarem possíveis contaminações vindas da areia. Este é, portanto, um ambiente em que o granito também deve ser considerado como melhor opção.

Encontrar uma peça idêntica para repor fica praticamente impossível, por ser um material extraído da natureza
Elton Goulart da Silva

Por sua menor resistência, o mármore tende a trincar mais do que o granito. “É comum que algumas peças cheguem à obra protegidas por uma tela de fibra de vidro resinada, que evita a quebra a partir de fissuras ocorridas no processo de extração da rocha”, conta o professor. No uso cotidiano, essas pedras não serão danificadas pelo arrastar de móveis, mas, se sob eles houver prego ou outro material metálico e pontiagudo, o mármore pode riscar. “Um teste empírico que se aplica é riscar uma peça com prego, para identificar se a pedra é mármore ou granito”, revela.

A reposição de peças que tenham sofrido algum dano deve ser feita por profissional experiente, para não comprometer as do entorno. É preciso o cuidado de retirar o rejunte e a massa de colocação para, só então, substituir a peça. “Encontrar uma peça idêntica para repor fica praticamente impossível, por ser um material extraído da natureza. A melhor solução é restaurar a peça sem removê-la, trabalho realizado por empresas especializadas, que utilizam resina para o restauro. É caro e depende do tipo do mármore para a obtenção de bons resultados”, explica.

Granito na arquitetura
Confira o Cidade Jardim, do aflalo/gasperini; e o Sofitel de Florianópolis, do Marchetti Bonetti Arquitetos na Galeria da Arquitetura.

Colaboração técnica

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Elton Goulart da Silva – Bacharel em Desenho Industrial pela Faculdade de Desenho industrial Mauá, com curso de restauro de azulejo em Caldas da Rainha (Portugal). Foi modelador ceramista, na Celite Sanitários (1988 a 1990); instrutor de modelagem industrial no Senai, onde hoje atua como especialista em Tecnologia na área de Mármores e Granitos.