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Como instalar e fazer a manutenção de piscinas de PRFV? Entenda

Modelos de plástico reforçado com fibra de vidro (PRFV) devem seguir normas técnicas da ABNT vigentes e ter sistema hidráulico adequado. Além disso, exigem manutenção constante

Publicado em: 15/06/2018Atualizado em: 15/06/2021

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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As piscinas de fibra se destacam pela rápida instalação (foto: alexandre zveiger/shutterstock)

As piscinas de fibra, ou melhor, fabricadas com plástico reforçado com fibra de vidro (PRFV), têm como diferencial a instalação rápida. “Em obras residenciais, quase não geram transtornos aos ocupantes”, comenta Vilmar Oening, titular da empresa Fibratec, associada à Associação Nacional dos Fabricantes Construtores de Piscinas e Produtos Afins (ANAPP).

Alguns elementos são essenciais para a instalação, a começar pelo tanque, que definirá o design do produto e conterá a água. Será preciso também construir a casa de máquinas, que pode ser de PRFV ou outro material, os dispositivos de retorno, dispositivos de aspiração, drenos de fundo, coadeiras (skimmers) filtro de água e bomba de água. “Além desses componentes, podem ser instalados diversos acessórios, com destaque para cascatas, luzes de LED, aquecedor de água e sistema de tratamento de água automatizado”, enumera Oening.

Veja equipamentos e instalações para piscinas

As etapas de execução são bastante simples. Começam com a escavação do vão onde a piscina será instalada, preparação da área de fundo com o nivelamento do terreno e colocação do tanque no local. Em seguida, são feitos a instalação dos acessórios e equipamentos necessários e o aterro das laterais juntamente com o enchimento da piscina com água. E, por fim, a construção do contrapiso nas área ao redor da piscina, que receberá revestimento em pedras ou porcelanato, ou ainda um deck.

Entre as adversidades que podem surgir durante a obra, a mais recorrente é a presença de rochas, que podem inviabilizar a escavação, ou de lençol freático, que demandará uma estratégia diferenciada “Nenhum dos casos impede a instalação. Porém, será necessário buscar uma alternativa para sua conclusão. As soluções devem ser discutidas entre o cliente e o instalador, considerando o problema observado”, sugere Oening.

SISTEMA HIDRÁULICO

O sistema hidráulico de piscinas deve prever materiais de qualidade, pois vazamentos e infiltrações, além de aumentarem o consumo de água, também podem causar sérios danos ao tanque e aos equipamentos instalados. O empresário da Fibratec recomenda que a instalação hidráulica seja feita por profissional com conhecimento, pois erros nessa fase podem gerar problemas mais complexos no futuro.

“Quando a piscina está prevista no projeto hidráulico, seja no nível do solo ou na cobertura, a instalação é mais simples. O projeto deve contemplar tanto a tubulação para a casa quanto para a piscina, de maneira integrada”, explica o engenheiro Rodrigo Caetano Fernandes, titular da Rtec – Engenharia e Projetos. No caso da instalação em residência ou edifício preexistente, será preciso encontrar uma solução para integrar o sistema hidráulico da casa ao da piscina. Até porque existe uma única entrada de água nos imóveis, que é a da rede pública.

Quando a piscina está prevista no projeto hidráulico, seja no nível do solo ou na cobertura, a instalação é mais simples. O projeto deve contemplar tanto a tubulação para a casa quanto para a piscina, de maneira integrada
Rodrigo Caetano Fernandes

Ainda de acordo com o engenheiro, a casa de máquinas pode ser instalada no subsolo, em espaço contíguo à piscina. Ou ainda no solo, porém, sempre em espaço protegido por alvenaria, afinal vai abrigar o sistema de bombas.

O projeto hidráulico responde pelo dimensionamento da bomba d’água, de acordo com o volume previsto para a piscina e, também, do encaminhamento hidráulico para sucção. “São equipamentos fundamentais para fazer a água girar, evitando a geração de lodo”, lembra Fernandes. Esse mesmo princípio serve para a instalação de pontos específicos para cascatas.

A profundidade e os pontos de ligação hidráulica dependem do modelo de piscina pré-moldada especificado. Enquanto nos de alvenaria, construídos in loco, as ligações hidráulicas são mais facilmente introduzidas pelo projeto, nas de PRFV, as entradas e saídas já vêm de fábrica, e é preciso adequá-las à tubulação”, ressalta Fernandes.

Em piscinas aquecidas, o papel do sistema hidráulico se restringe a prever entrada e saída do reservatório. Paralelamente, o projeto elétrico cuidará de por em operação o equipamento escolhido para o aquecimento.

“Tanto os projetos quanto a execução, devem ter como base as normas técnicas da ABNT em vigor”, alerta o engenheiro da Rtec. É o caso da NBR 9.118 – Projeto e Execução de Piscina (tanque e área circundante); da NBR 10.819 - Projeto e Execução de Piscina (casa de máquinas, vestiários e banheiros) e da NBR 10.339 – Projeto e Execução de Piscina – Sistema de Recirculação e Tratamento.

Leia também: O que é manutenção preventiva, preditiva e corretiva?

MANUTENÇÃO PARA O BOM FUNCIONAMENTO

Oening elenca uma série de cuidados para o bom funcionamento de piscinas, mesmo em períodos do ano em que não são utilizadas, a começar pelo tratamento da água, que envolve a retirada de elementos físicos, como sujeiras e incrustações, além do uso de produtos químicos. Esse tratamento evita danos à saúde dos banhistas e aos componentes do equipamento.

O pH da água deve ficar entre 7,2 e 7,6. Água com pH abaixo de 7,0 torna-se ácida e pode deixar as paredes da piscina esbranquiçadas. Acima de 7,6 torna-se alcalina e deixa os componentes da piscina mais vulneráveis a incrustações
Vilmar Oening


O controle do pH da água e o tratamento com cloro merecem atenção e conhecimento. “A água da piscina deve ficar com pH entre 7,2 e 7,6. Água com pH abaixo de 7,0 torna-se ácida e pode deixar as paredes da piscina esbranquiçadas. Acima de 7,6, torna-se alcalina e deixa os componentes da piscina mais vulneráveis a incrustações”, explica o titular da Fibratec.

Essencial para o tratamento de piscinas, o cloro é responsável por eliminar bactérias e micro-organismos que potencializam doenças como micoses, pé de atleta e inflamação nos olhos. Além disso, deixa a água menos vulnerável ao surgimento de algas, entre outros organismos. “Porém, o excesso de cloro pode causar irritação nos olhos e intoxicação, além de potencializar alergias. Também pode propiciar o acúmulo de resíduos nos componentes da piscina, gerando manchas e branqueamento das áreas abaixo do nível da água e também manchas na parte superior, se a água ficar acumulada sobre as bordas. O ideal é usar sempre o volume adequado dos produtos químicos para o volume da água da piscina”, ensina Oening.

Dependendo das características da água, pode ser necessário o uso de outros produtos para deixá-la com a qualidade ideal. O responsável pelo tratamento de uma piscina deve buscar informações sobre o assunto, para entender corretamente todo o processo e os reflexos de cada ação.

A água da piscina deve ser filtrada diariamente e pelo período recomendado, de acordo com o seu tamanho e a capacidade do sistema de filtragem. A falta de filtragem leva ao acúmulo de produtos e à perda da qualidade da água, afetando também os componentes da piscina.

A poluição e o uso de bronzeador e protetor solar, entre outros fatores, podem manchar as bordas da piscina. Oening recomenda que periodicamente (de seis meses a um ano), as bordas e a parte acima da linha da água recebam uma limpeza mais profunda, podendo ser usada cera para veículos. Além de fazer a limpeza, ela irá proteger a área contra incrustações.

De acordo com o empresário da Fibratec, a periodicidade de manutenção das bombas d’água é determinada pelo fabricante. Já se a tubulação hidráulica estiver trabalhando pressurizada e sem obstrução, o prazo é maior, mas também definido pela indústria.

Piscinas seguras

Alguns equipamentos, se mal utilizados ou mal instalados, podem causar danos aos banhistas”, alerta Vilmar Oening. O principal risco oferecido por ralos, por exemplo, é a sucção do cabelo ou até mesmo de outras partes do corpo, provocando lesões graves. A pessoa também pode se afogar por ser mantida submersa. “Por esse motivo é necessário um cuidadoso projeto. E, no processo de instalação, devem ser adicionados dispositivos de proteção que reduzam esse risco, como tampas antiaprisionamento para ralos, botão de emergência ou sistema automático para desligar o sistema de bombeamento/filtração”, orienta Oening.

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Colaboração técnica

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Rodrigo Caetano Fernandes  – Formado em Engenharia Civil pela Universidade Mogi das Cruzes, com especialização em Projetos Técnicos de Instalações Hidrossanitárias e de Combate a Incêndios. É projetista técnico 2D e 3D (Autodesk) e gestor da RTEC Engenharia e Projetos.
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Vilmar Oening – Titular da Fibratec, empresa especializada na fabricação de piscinas e membro da Associação Nacional dos Fabricantes Construtores de Piscinas e Produtos Afins.