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Como impermeabilizar garagens para prevenir mofo e infiltrações?

Água minando em paredes ou pisos, mofo, odor ruim e infiltrações são alguns dos problemas graves. Confira diferentes técnicas utilizadas para impermeabilizar essas estruturas em subsolos

Publicado em: 24/09/2019Atualizado em: 10/03/2021

Texto: Juliana Nakamura

muros de arrimo
Garantir a estanqueidade a estacionamentos requer um sistema de impermeabilização adequado, devidamente especificado e executado de acordo com as normas técnicas vigentes (foto: Divulgação/ FSCA Consultoria)

Cada vez mais, o espaço do subsolo é valorizado nos edifícios, seja para atender à demanda por vagas de estacionamento, seja pela necessidade de áreas para armazenamento de produtos e operação de equipamentos. Garantir a estanqueidade a esses locais requer um sistema de impermeabilização adequado, devidamente especificado e executado de acordo com as normas técnicas vigentes.

“Água minando em paredes ou pisos, mofo, odor ruim e infiltrações são alguns dos problemas graves que podem acontecer em garagens subterrâneas diante da ausência ou de falhas no sistema de impermeabilização”, cita o engenheiro Firmino Siqueira, consultor, projetista e vice-presidente técnico do IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização). Tais ocorrências, além de comprometer as condições de uso do espaço, podem implicar em transtornos que vão desde problemas estéticos, a danos aos veículos, passando pelo agravamento de problemas estruturais, como o destacamento do concreto e a corrosão do aço.

Argamassas para impermeabilização
Impermeabilizadoras (materiais e mão de obra) 
Massas asfálticas para impermeabilização

SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO

Água minando em paredes ou pisos, mofo, odor ruim e infiltrações são alguns dos problemas graves que podem acontecer em garagens subterrâneas diante da ausência ou de falhas no sistema de impermeabilização
Firmino Siqueira

Há diversos materiais impermeabilizantes que podem ser aplicados em subsolos com composição química, propriedades, metodologia de aplicação e desempenho distintos. A opção por uma ou outra solução depende da análise de um conjunto de fatores.

Para estruturas acessáveis apenas pela parte interna e sujeitas à ação do lençol freático, recomenda-se o uso de argamassas poliméricas e de sistemas de cristalização pré ou pós incorporados no concreto.

“Já no caso de acesso pela parte externa, sem ação de lençol freático, podemos utilizar sistemas flexíveis, como os impermeabilizantes asfálticos (mantas pré fabricadas ou soluções elastoméricas), poliméricos (PVC, EPDM etc.) ou membranas poliméricas em solução”, comenta o engenheiro Marcos Storte, consultor nas áreas de patologias e impermeabilização nas construções.

Para estruturas estáveis (sem trincas dinâmicas) é viável a especificação de sistemas impermeabilizantes rígidos, como as argamassas poliméricas.

Segundo Storte, uma falha comum na execução de impermeabilização de garagens é, justamente, não identificar correta e previamente o tipo de estrutura a ser protegida, sobretudo a condição de acesso e de contato da água com o subsolo. “Para uma escolha assertiva da tecnologia de impermeabilização, é importante saber se o subsolo está sujeito à ação de lençol freático ou umidade, bem como entender as limitações e características do processo construtivo utilizado na estrutura em questão”, diz o especialista.

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COMO REPARAR INFILTRAÇÕES EM GARAGENS?

Uma vez detectadas infiltrações em garagens em subsolos deve-se iniciar um trabalho de investigação para identificar as causas do problema.

A intervenção corretiva também pode se apoiar em múltiplas metodologias que variam de acordo com o tipo de estrutura e de uso, aspectos relacionados a acesso e logística, e riscos de impactos na vizinhança.

“Em princípio, os sistemas rígidos permitem intervenções localizadas, por estarem aderidos ao substrato. Já no caso de sistemas flexíveis e não aderidos ao substrato, há uma dificuldade maior em identificar a origem da infiltração. Isso pode impor, inclusive, a necessidade de refazer a impermeabilização”, explica Storte.

Em princípio, os sistemas rígidos permitem intervenções localizadas, por estarem aderidos ao substrato. Já no caso de sistemas flexíveis e não aderidos ao substrato, há uma dificuldade maior em identificar a origem da infiltração. Isso pode impor, inclusive, a necessidade de refazer a impermeabilização
Marcos Storte

O engenheiro conta que em estruturas de concreto há, ainda, a possibilidade de injetar resinas em pontos de vazamentos evidentes. “É importante entender, contudo, que esta é uma solução para tratar o efeito e não para resolver causa/origem do vazamento”, destaca.

“O mais importante é fazer um projeto de impermeabilização e recuperação estrutural, aliviar as pressões, e tratar a área por trechos, evitando fazer tudo simultaneamente”, diz Siqueira.

Quando a estrutura encontra-se em um estágio avançado de deterioração, com rupturas localizadas de concreto devido à corrosão, o trabalho de impermeabilização pode ser feito concomitante ao de reparo estrutural. No entanto, nos casos em que a origem das patologias não está na infiltração, é necessário primeiro fazer o reparo com argamassas especiais e, depois, realizar a impermeabilização do concreto.

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Colaboração técnica

 
Firmino Siqueira – Engenheiro civil, mestre em construção civil com ênfase em impermeabilização. Consultor e projetista, é vice-presidente técnico do IBI (Instituto Brasileiro de Impermeabilização).
 
Marcos Storte – Engenheiro civil com mestrado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Membro do Instituto Brasileiro do Concreto (Ibracon), é consultor nas áreas de patologias e impermeabilização nas construções e diretor técnico da A2S Engenharia e Perícia.