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Como fazer o escoramento metálico de lajes? Confira 5 dicas

Projeto, planejamento e execução correta são determinantes para evitar a sobrecarga e a fissuração do concreto. Entenda

Publicado em: 26/03/2019

Texto: Juliana Nakamura

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O escoramento metálico se destaca pela leveza, precisão geométrica e alta capacidade de carga (foto: Grand Warszawski/shutterstock)

Compostos por torres, escoras e vigas que podem ser de aço ou de alumínio, os escoramentos metálicos têm como função suportar as cargas durante o preparo das fôrmas, a concretagem e cura das estruturas de concreto.

Utilizado em diversos tipos de obras, de edifícios a obras de arte, o sistema tem como principais atributos a leveza, a precisão geométrica, a alta capacidade de suporte de cargas, além da facilidade de montagem.

O aproveitamento bem-sucedido dessa solução depende de boas práticas desde a concepção do projeto até a retirada do escoramento.

Listamos a seguir algumas dessas ações importantes para garantir segurança e evitar patologias que comprometam a durabilidade da estrutura de concreto. Confira!

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1) Aspectos relacionados ao projeto de escoramento

O dimensionamento dos escoramentos metálicos deve considerar as características mecânicas dos materiais que compõem os elementos de suporte (vigas, torres e escoras), geralmente de aço ou alumínio.

Quando o escoramento é apoiado diretamente sobre o solo, ou seja, quando não há piso concretado, o projeto deve considerar a resistência da base, aumentando o número de escoras de modo a garantir a distribuição uniforme do peso da estrutura.

O tipo de molde utilizado (compensado de madeira, alumínio etc.), o ciclo de concretagem e o tipo de concreto também impactam a distribuição das escoras.

De maneira simplista podemos dizer que os espaçamentos tanto nas vigas como nas lajes não deveriam ser maiores do que 1,50 m
Nilton Nazar

Em função de sua alta capacidade de carga, o escoramento metálico permite usar menos peças para o escoramento, possibilitando maior mobilidade às equipes. "De maneira simplista podemos dizer que os espaçamentos tanto nas vigas como nas lajes não deveriam ser maiores do que 1,50 m", explica o engenheiro e projetistas de fôrmas Nilton Nazar.

2) Escoramento metálico simples, de torre e mesas voadoras

“Os sistemas de escoramento metálico disponíveis no mercado não são todos iguais. Eles diferem entre si com relação à matéria-prima, à capacidade de carga e à facilidade na montagem”, diz Nazar.

O sistema mais utilizado são as escoras simples, feitas com tubos em forma de flauta, furados para o ajuste grosso de altura. O ajuste fino nesses casos é feito por rosqueamento.

Leves e com alta capacidade de absorção de cargas, as torres metálicas possibilitam grande variação geométrica para maior liberdade arquitetônica e são indicadas especialmente para estruturas com o pé-direito alto
Miguel Oliveira

Há também o sistema de torres, formado por escoras verticais contraventadas, semelhantes a andaimes. Esses escoramentos são mais estáveis e suportam cargas maiores. “Leves e com alta capacidade de absorção de cargas, as torres metálicas possibilitam grande variação geométrica para maior liberdade arquitetônica e são indicadas especialmente para estruturas com o pé-direito alto”, explica o engenheiro Miguel Oliveira, coordenador do comitê técnico da Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso (Abrasfe).

Outra solução disponível são as mesas voadoras, indicadas para estruturas de concreto com muitas repetições, com grandes lajes planas e sem interferências de vigas internas e de vigas de borda.

3) É melhor alugar ou comprar o escoramento?

Escolher entre locar ou comprar os escoramentos metálicos depende fundamentalmente do prazo de execução da obra. Mas, na maioria das vezes, a locação acaba sendo a alternativa mais competitiva.

Na hora de realizar essa contratação é importante o construtor verificar a existência de profissional qualificado para fazer o projeto e para acompanhar a montagem. Também vale certificar-se da qualidade dos componentes ofertados e da facilidade de montagem e desmontagem dos escoramentos.

4) Cuidado especial no recebimento das peças no canteiro

A chegada dos escoramentos no canteiro deve ser acompanhada de perto para conferência do estado de conservação das escoras e das soldas.

Além das quantidades de peças, deve-se verificar se o tubo das escoras, os quadros metálicos, as roscas, as sapatas e os forcados não foram amassados no transporte.

Importante: o armazenamento no canteiro deve ser feito em local fechado, com acesso controlado para evitar furtos.

5) Uso cuidadoso evita dor de cabeça

Uma boa prática é realizar a lavagem das peças após o uso do escoramento metálico. A ideia é eliminar restos de concreto e argamassa. Outra medida preventiva útil para aumentar a durabilidade do escoramento é engraxar as roscas.

Também é importante utilizar ferramentas adequadas para a montagem e desmontagem do equipamento, evitando o uso do pé-de-cabra e de martelos sem a proteção de cabeça de borracha.

Vale lembrar que um ponto que costuma gerar desgaste entre locador e locatário de escoramentos metálicos é a multa (geralmente bem alta) aplicada no momento da devolução para itens desviados ou danificados.

Colaboração técnica

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Miguel Oliveira – Professor doutor em engenharia civil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). É coordenador do comitê técnico da Associação Brasileira de Fôrmas, Escoramentos e Acesso (Abrasfe) e coordenador técnico do departamento de engenharia da Mills.
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Nilton Nazar – Instrutor de manuseio, montagem e manutenção da MKR Máquinas e Usinagem, assistência técnica especializada em betoneiras