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Como escolher o forro ideal para empreendimentos corporativos?

Desempenho acústico é desafio na escolha desta solução. Além de fatores estéticos e funcionais, fechamento deve ser definido de acordo com as exigências de cada ambiente

Publicado em: 21/11/2018

Texto: Juliana Nakamura

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O primeiro passo para a escolha do forro ideal é entender as atividades que serão desenvolvidas em cada ambiente (foto: shutterstock / zhu difeng)

A tendência de privilegiar o layout aberto (open space) e a necessidade de acomodar um número cada vez maior de funcionários por metro quadrado elevaram as exigências sobre o desempenho dos forros instalados em áreas corporativas.

As soluções evoluíram de um produto estritamente dedicado ao fechamento para um revestimento com uma série de atributos. Entre eles é possível destacar propriedades termoacústicas, comportamento perante o fogo, resistência a fungos e a bactérias, sistema de fixação e compatibilização com pé-direito, iluminação e instalações.

A demanda dos gestores por soluções que apresentem baixo custo de implantação e manutenção também impulsiona desenvolvimentos nessa área. "É preciso ser criativo para atender à necessidade do cliente e garantir conforto aos usuários, sem estourar o orçamento", resume a arquiteta Heloísa Dabus.

FORROS ACÚSTICOS

O primeiro passo na hora de especificar um sistema de forro é entender quais atividades serão desenvolvidas em cada ambiente. Trabalhos que exigem mais foco e sigilo, por exemplo, requerem soluções de melhor desempenho acústico.

Veja forros acústicosno Portal AECweb

O adensamento do ambiente reflete na escolha do material. Afinal, quanto mais pessoas ocupam um local, mais ruído este ambiente gera, demandando forros com maior coeficiente acústico
Bruna de Lucca

“O adensamento do ambiente reflete na escolha do material. Afinal, quanto mais pessoas ocupam um local, mais ruído este ambiente gera, demandando forros com maior coeficiente acústico”, comenta a arquiteta Bruna de Lucca, diretora de projetos do Studio BR Arquitetura & Design.

Para plantas open space, recomenda-se forros com coeficiente de absorção sonora (NRC) entre 0,75 e 0,80 e a classe de articulação (AC) de 150 a 170. Mas esse número deve ser analisado de forma ampla, já que o desempenho acústico em um escritório também pode ser influenciado por outros elementos, como revestimentos de piso e paredes.

No caso de ambientes com laje aparente, uma opção é introduzir nuvens acústicas compostas por placas de fibra de vidro suspensas por cabos de aço no teto. “Posicionadas sobre as estações de trabalho, as nuvens ajudam a equilibrar a luminosidade e o ruído de áreas mais adensadas”, explica de Lucca.

FORROS MODULARES

Entre as soluções mais utilizadas para cobrir áreas de trabalho estão os forros modulares, compostos por placas removíveis que podem ser metálicas, de madeira ou de fibra mineral.

As placas são apoiadas em perfis metálicos sustentados por um conjunto estrutural formado por pendurais, presilhas reguladoras e tirantes de arame galvanizado, fixado à laje por meio de buchas, parafusos ou pinos. Entre as vantagens associadas aos forros modulares estão a praticidade de instalação e a fácil compatibilização com as instalações elétricas.

Os forros modulares se destacam como soluções capazes de entregar maior versatilidade e praticidade para atender às necessidades de variados tipos de organização
Heloísa Dabus

“Os forros modulares se destacam como soluções capazes de entregar maior versatilidade e praticidade para atender às necessidades de variados tipos de organização”, diz Heloísa Dabus. A indústria vem investindo bastante nesse segmento, produzindo forros modulares com maior variação de design e estética. Hoje, é possível encontrar produtos com acabamentos perfurados, semi-perfurados ou lisos, com juntas mais ou menos aparentes.

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FORROS DE DRYWALL E MONOLÍTICOS

Outra alternativa indicada para escritórios é o forro removível de drywall. Assim como o forro modular, essa solução também é eficaz na ocultação de redes e dutos e pode ser facilmente retirada para manutenções periódicas.

Características como comportamento perante o fogo, custo competitivo e possibilidade de atender a diferentes graus de exigência acústica justificam a aplicação dessa solução em áreas corporativas. Para incrementar o isolamento é possível recorrer a chapas perfuradas, chapas duplas ou recheadas com camadas de lãs minerais ou de vidro.

Há, ainda, os forros monolíticos de gesso mais aproveitados em pequenas salas, banheiros e sancas. A limitação desse sistema está na remoção mais complicada em comparação ao forro modular. No entanto, os forros monolíticos proporcionam maior flexibilidade do ponto de vista estético, viabilizando acabamentos com curvas e rebaixos, ou superfícies de aparência mais limpa, em função das juntas invisíveis.

COMO SELECIONAR O MELHOR FORNECEDOR?

Antes de escolher um fornecedor de sistemas de forros é importante conhecer o seu histórico de obras realizadas com o material. “Além de contatos para referência, é recomendável solicitar laudos de acústica e de inflamabilidade de todos os materiais do catálogo”, diz Bruna de Lucca.

A arquiteta sugere, ainda, solicitar ao fornecedor amostras do forro para avaliá-lo in loco. “O visual em fotografias nem sempre reflete a qualidade de acabamento e estética dos materiais reais”, conclui a arquiteta.

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Colaboração técnica

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Bruna de Lucca – Arquiteta e urbanista especializada em arquitetura contemporânea e branding aplicado à arquitetura pelo Instituto Europeo de Design. É diretora de projetos no Studio BR.
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Heloísa Dabus – Arquiteta e urbanista especializada em projetos para espaços corporativos e em gerenciamento de obras. É proprietária do escritório Dabus Arquitetura, em São Paulo.