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Como comprar revestimentos cerâmicos

É preciso definir o local de instalação das peças e se informar sobre a qualidade, facilidade de instalação, limpeza e manutenção. No caso das lastras, atentar aos cuidados de aplicação

Publicado em: 10/10/2023

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

foto de uma pessoa segurando uma espátula e uma tabua com argamassa líquida em cima
(Imagem: Roman Dombrowski/Shutterstock)

Construtora e consumidor final adotam critérios semelhantes para a compra de revestimentos cerâmicos de piso e parede. “Porém, com algumas nuances distintas”, informa a engenheira Samira Lunardi, coordenadora da Qualidade na Cerâmica Portinari.

“O consumidor final é guiado por requisitos relacionados ao desejo, qualidade, design do produto, soluções, preço e confiabilidade na marca”, acrescenta a designer de produto Gisele Matiola Simon, que atua como Designer Estratégico da empresa.

Já o que define a compra da construtora é qualidade e design do produto, pois a estética precisa se encaixar no conceito do empreendimento; além de serviços e soluções oferecidas, como venda e pós-venda. Outros critérios se somam: relacionamento, marca desejada e confiança dos consumidores, agregando valor ao empreendimento; formato das peças, definido pelo padrão da obra e adequação aos espaços para ter menos quebra e ficar dentro do orçamento.

Segundo o engenheiro Willians Babler, especialista em Capacitação de Produto na Portobello, o principal requisito é onde o material pode ser aplicado. “Somos bem criteriosos em relação às nomenclaturas de usabilidade, como o material será exposto, o tráfego de pessoas, veículos, movimentações de objetos”, expõe.

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Revestimentos x locais de uso

Na Portobello, são usadas quatro siglas para determinar os locais de uso para pisos. Conheça:

  • RE - Residencial
  • CL - Comercial Leve
  • CP - Comercial Pesado
  • IU - Industrial Urbano

De acordo com Babler, são adotadas, ainda, três siglas para estabelecer o local de uso para revestimentos de paredes:

  • RI - Revestimento Interno
  • PE - Paredes Externas, de até 6 m de altura
  • FA - Fachadas

“Um revestimento pode ter até três locais de uso, por exemplo, CL, RE e FA. Isso significa que posso usar esse revestimento tanto no piso quanto na parede”, explica. No caso do material que tenha a sigla FA, por exemplo, pode ser colocado em fachadas, paredes externas e internas. Já aquele para local de uso RI não pode ser usado em paredes externas e fachadas. “Além disso, alguns produtos com local de uso FA também podem ser utilizados em pisos e, até mesmo, em piscinas, quando apresenta duas siglas, como CL FA”, acrescenta.

Na hora da compra

Por se tratar de produto técnico, é importante que o consumidor, na hora da compra, se informe sobre aspectos essenciais, como facilidade de aplicação, de limpeza e manutenção, além da durabilidade dos pisos cerâmicos. Samira Lunardi indica os caminhos que podem ser seguidos:

  • Observar as informações que constam nas embalagens dos produtos;
  • Pesquisar nos manuais sobre assentamento, manutenção e limpeza disponíveis no site da marca;
  • Procurar pelos materiais impressos nos pontos de vendas.

Por que porcelanatos?

Os profissionais das duas empresas asseguram que o porcelanato, preferência nacional de arquitetos e usuários, é garantia de qualidade. “Os porcelanatos possuem maior resistência mecânica e maior resistência ao desgaste. Consequentemente, a sua durabilidade é maior em relação às cerâmicas tradicionais. Os porcelanatos técnicos também são produtos similares às pedras naturais, recomendados para altos tráfegos, pois mesmo com desgaste não tem alteração na superfície”, ensina Gisele Simon.

Os porcelanatos possuem maior resistência mecânica e maior resistência ao desgaste. Consequentemente, a sua durabilidade é maior em relação às cerâmicas tradicionais
Gisele Simon

O engenheiro comenta que para garantir resistência, beleza e durabilidade, a melhor opção é o porcelanato. “Sem falar que é fácil de limpar e não requer manutenção frequente. Isso acontece porque tem baixa absorção de água, graças ao seu processo de fabricação em que altas pressões são exercidas sobre o material.”

Porcelanatos de grandes dimensões

Nos últimos anos, a indústria cerâmica desenvolveu os porcelanatos de grandes dimensões, também chamados de lastras. A Portobello, por exemplo, oferece vários tamanhos de lastras para diferentes aplicações, como as peças de 160 x 320 cm, 120 x 280 cm e 120 x 270 cm, entre outras medidas. A escolha e a aplicação dependem de alguns cuidados.

“O tamanho de 120 x 270 cm, por exemplo, corresponde ao pé-direito padrão, ideal para instalação em paredes. A escolha entre um formato e outro irá depender da aplicação, melhor aproveitamento na hora da paginação e gosto de cada um. Há clientes que, atualmente, procuram as lastras para ambientes exclusivos e sem rejunte”, conta.

Lunardi orienta que, para a correta paginação, é preciso atentar para ter o menor recorte possível de maneira a diminuir as perdas. E planejar as juntas também com essa finalidade. “Na aplicação, é necessário o uso de ferramentas específicas como vibradores para evitar bolhas de ar, niveladores e, principalmente, ventosas para movimentação das peças com segurança”, diz, lembrando que é necessário seguir as instruções de instalação do fabricante.

Qualidade dos revestimentos

Diante da grande variação de preços dos revestimentos disponíveis no mercado, Simon sugere que o comprador identifique os produtos com certificado, como o do Programa Setorial da Qualidade (PSQ). “Os produtos da Portinari, além de terem certificação, são referência de qualidade no mercado. Apresentam, também, diferenciais exclusivos como monocalibre e junta seca garantidos, que são oriundos de processos altamente controlados com ranges e tolerâncias menores que os normativos”, expõem as profissionais da empresa.

Babler recomenda pesquisar marcas confiáveis, verificar certificações e normas, e consultar profissionais. “É importante sempre pedir amostras e fazer testes de resistência, além de avaliar garantias e comparar preços considerando custo-benefício. Os laudos técnicos dos produtos Portobello estão disponíveis no site e na ferramenta especificador virtual.

É importante sempre pedir amostras e fazer testes de resistência, além de avaliar garantias e comparar preços considerando custo-benefício
Willians Babler

Colaboração técnica

Samira Lunardi  – É engenheira civil, com 25 anos na Cerâmica Portinari, onde ocupa o cargo de coordenadora da Qualidade.
Gisele Matiola Simon  – É designer de produto, especialista em pesquisa e comunicação de moda. Há nove anos na Portinari, atua como Designer Estratégico.
Willians Babler  – Formado em engenharia civil, tem 22 anos de experiência no ramo cerâmico nas áreas de gerenciamento de pessoas, sistemas e obras comerciais e residenciais, marketing e treinamento técnico. Em sua atividade desenvolve contato com clientes e fornecedores e realiza viagens internacionais em feiras voltadas para a para a indústria cerâmica e de construção civil.