menu-iconPortal AECweb

Como comprar portas? Conheça os principais requisitos

É importante ficar atento às tipologias, dimensões, acessórios e ferragens, além de buscar fornecedores capacitados. Confira dicas a seguir!

Publicado em: 05/12/2022Atualizado em: 14/12/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

foto da fachada de uma casa

Além da função de proteger a casa e manter a privacidade dos ambientes, as portas têm papel de destaque na decoração, com poder de separar ou integrar, isolar ou conectar ambientes e pessoas.

Como o mercado oferece diversos tipos, dimensões e materiais, escolher o modelo ideal para cada projeto não é tarefa fácil.

“É preciso sempre pensar: qual a função da minha porta? Eu quero deixá-la em evidência ou não?”, aconselha a arquiteta Isabella Nalon, titular do escritório que leva seu nome. Ela conta que gosta de assumir as portas como um elemento arquitetônico relevante, o que pode ser feito através da escolha do material, do modelo ou da cor.

“A cor da porta pode ser integrante e harmônica com as cores da decoração, ou então criar um contraponto, sendo um destaque no ambiente. Sempre que possível, eu gosto de ter portas largas, criando grandes vãos, trazendo assim mais integração, mais luz e ventilação”, conta.

Segundo Nalon, é importante não ter medo de ousar. “As portas não precisam ser simples portas brancas de passagem. Elas podem ser coloridas, trabalhadas, grandes panos de vidro e terem, inclusive, uma função de tela principal do ambiente.”

As portas não precisam ser simples portas brancas de passagem. Elas podem ser coloridas, trabalhadas, grandes panos de vidro e terem, inclusive, uma função de tela principal do ambiente
Isabella Nalon

Portas externas

Elas cumprem a função de vedação, protegendo o imóvel da água da chuva e dos ventos, além de garantir a segurança. Daí a importância de se considerar aspectos como durabilidade e manutenção futura. “A escolha correta deve estar de acordo com a medida do vão e o custo”, afirma.

Portas e janelas de fachada geralmente são de alumínio, PVC ou madeira, materiais de excelente desempenho. “O alumínio é leve e durável, não corrói, tem fácil manutenção e permite ampla variedade de desenhos, medidas e cores, desde o natural até o preto, branco, marrom, imitando corten e madeira, entre outros tons”, elenca Nalon.

Se o objetivo é obter isolamento térmico e acústico, o PVC é uma ótima opção. Está disponível no mercado em diversos modelos e cores. É, também, de fácil manutenção e limpeza.

A arquiteta alerta que, se a preferência for pelas portas de madeira, deve-se optar pela maciça. “Geralmente, são especificadas quando o estilo arquitetônico pede a madeira, que pode ser envernizada ou pintada em qualquer cor”, diz e alerta: “Na fachada, portas de madeira exigem mais manutenção”.

Portas internas

Para escolher, o primeiro passo é definir a função da porta interna. Se será apenas uma porta de passagem ou se precisa vedar sons, ou, ainda, se vai separar ambientes e, ao mesmo tempo, integrar. “Com portas internas não temos a preocupação das intempéries e sim da estética e função”, comenta a arquiteta.

As portas internas são, usualmente, de madeira, mas não precisam ser maciças. Elas podem ser pintadas ou naturais, em diversas tipologias: de giro, de correr, pivotante, articulada. Uma boa escolha para portas de passagem, com medida padrão, são as encontradas nas lojas especializadas e home centers, com ótimo custo-benefício.

“Entretanto, portas especiais de fachada ou para divisão de ambientes costumam ter medidas especiais, produzidas sob medida. Essa possibilidade oferece ao arquiteto a liberdade de criar”, observa.

Medidas e tipologias

As dimensões das portas são definidas pela disponibilidade de investimento e necessidade. “Para fachadas e ambientes integrados, recomendo trabalhar com grandes vãos, pois ajudam na iluminação, ventilação e unidade visual. Nas áreas de passagem, pode-se optar por medidas padrões, que têm menor custo”, orienta, lembrando que é preciso considerar, também, a tipologia, a durabilidade e a resistência, além de capacidade de vedação e desempenho acústico.

Para fachadas e ambientes integrados, recomendo trabalhar com grandes vãos, pois ajudam na iluminação, ventilação e unidade visual. Nas áreas de passagem, pode-se optar por medidas padrões, que têm menor custo
Isabella Nalon

Há tipologias que exigem algum conhecimento e explicação. É o caso das portas pivotantes que giram num eixo vertical. Ou seja, não possuem dobradiças, mas são fixadas com pinos na parte inferior e superior. “São interessantes quando queremos algo diferente, que se destaque, com aspecto de porta larga, mas que não seja de correr. Importante: portas pivotantes não vedam 100% da entrada de água de chuva”, diz.

As articuladas, também conhecidas como camarão, têm folhas que se dobram uma sobre a outra. Quando abertas, ficam recolhidas na lateral. “Podem ser compostas de duas ou mais partes, dependendo da necessidade do projeto”, diz.

Ambientes com paredes revestidas com painel de madeira são ideais para receber a porta mimetizada. Suas dobradiças ficam escondidas e a porta, construída no mesmo material do painel, se mistura e se “disfarça”. A arquiteta recomenda o uso em projetos que desejam dar a sensação de um painel, sem destacar a porta, e completa: “Em algumas situações, pode trazer leveza visual”.

Já a porta tradicional de abrir é uma boa opção quando não há necessidade de vãos mais largos. As de correr têm a vantagem de facilitar a circulação, sem que a folha ocupe espaço. Para áreas molhadas, a arquiteta indica as de alumínio ou PVC.

“Chamamos de serralheria as portas feitas de ferro, material mais seguro para aplicação em muro de rua, por exemplo. O ferro também permite alguns projetos mais modernos, como uma porta de ferro com vidro, em qualquer tipologia, mas com cuidado com o peso da porta e escolha da ferragem correta”, ressalta.

Componentes e acessórios

Um cuidado importante na escolha das portas, independentemente do material escolhido, é o sistema de instalação, determinante no modo como a folha será fixada e como irá funcionar.

Portas de madeira exigem batentes, dobradiças, guarnições e fechaduras. “A fixação dos batentes geralmente é feita com espuma expansível, por ser mais rápida e econômica do que o chumbamento tradicional, com massa. Já as guarnições podem ser coladas ou instaladas com pregos”, explica Nalon.

Para pendurar a porta de giro tradicional, as dobradiças são parafusadas. A arquiteta recomenda que esse acessório seja em inox, mais durável e não oxida. As portas de alumínio podem ser instaladas com cola PU e silicone; já as de ferro são chumbadas.

Os trilhos das portas de correr podem ser fixados no piso ou apenas na estrutura superior. Quando a porta integra ambientes que estão no mesmo nível, a orientação é ter o trilho embutido no piso, que permite a circulação de pessoas sem pisar ou até tropeçar nesse elemento.

Já o trilho sobre o piso é uma versão mais tradicional e comumente usada em portas que separam ambientes em desnível e em fachadas. A atenção principal com as portas “penduradas” no trilho superior é a utilização de ferragens compatíveis com o peso da folha.

A escolha das maçanetas é sempre norteada por estética e função. “O estilo tem que compor com o da arquitetura e decoração, enquanto a funcionalidade deve atender o usuário. Por exemplo: para quem tem alguma dificuldade de movimento nas mãos, a alavanca é melhor do que a bola”, ensina.

Fornecedor ideal

Isabella Nalon oferece algumas dicas para uma compra correta e segura. “As portas devem ser produzidas de acordo com as normas técnicas de cada material/produto. A escolha precisa seguir o projeto do arquiteto. O fornecedor tem que ser uma empresa capacitada e preparada para poder entregar o que promete, usar material de qualidade, ter uma equipe de instalação bem treinada e um bom pós-venda.”

Ela alerta que é essencial evitar fabricantes que não tenham um local de produção bem estruturado e que não emitam nota fiscal. “E, se puder contratar uma empresa que já tenha sido recomendada por alguém, melhor”, conclui.

Leia também:

Quer acertar na escolha da esquadria? Confira informações e dicas
Aprenda, passo a passo, como instalar torneiras monocomando

Colaboração técnica

Isabella Nalon – Formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Paulista. Tem carreira sólida e experiência acumulada em mais de 20 anos de trabalho e pesquisas na área de decoração e arquitetura. Atuando como arquiteta na Prefeitura da cidade de Münster, na Alemanha (1997), ajudou a criar uma visão plural e ampla de diferentes culturas e públicos, o que se tornou um diferencial em seu percurso profissional. Em 1998, inaugurou seu escritório em São Paulo e se especializou em projetos arquitetônicos residenciais, comerciais e de decoração de interiores.