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Como comprar placas fotovoltaicas para projetos residenciais e comerciais?

Critérios técnicos e características da instalação devem ser considerados na hora de selecionar placas para geração de energia solar

Publicado em: 28/01/2020Atualizado em: 14/12/2022

Texto: Juliana Nakamura

como escolher placas fotovoltaicas
O local de instalação das placas fotovoltaicas também influencia na escolha (foto: lalanta71/shutterstock)

O interesse pela energia solar fotovoltaica tem aumentado no Brasil nos últimos anos em função de fatores como a necessidade de reduzir gastos com a conta de luz, o interesse em utilizar fontes de energia limpas e o incentivo das certificações verdes. Em 2019, esse mercado cresceu 44% segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). E a expectativa é a de que o setor continue em expansão, uma vez que a energia solar representa apenas 1,4% na matriz elétrica nacional.

Para transformar uma edificação em um gerador de energia solar, os módulos fotovoltaicos são componentes fundamentais. São eles que captam a radiação solar e fazem sua conversão direta em energia elétrica.

Energia solar - Produtos

COMO ESCOLHER MÓDULOS SOLARES

É de extrema importância entender o perfil de consumo do cliente. Assim como a geração de energia possui variações em determinadas estações do ano, o consumo muitas vezes apresenta oscilações
Álvaro Augusto Fernandes Neto

A especificação das placas fotovoltaicas deve levar em conta as características da instalação definidas após a realização de estudos de sombreamento e de capacidade de geração do empreendimento. “É de extrema importância entender o perfil de consumo do cliente. Assim como a geração de energia possui variações em determinadas estações do ano, o consumo muitas vezes apresenta oscilações”, salienta o engenheiro Álvaro Augusto Fernandes Neto, gerente da Envo Energia Solar.

Segundo ele, também deve-se dar atenção à verificação do local de instalação. Em um projeto, não basta indicar a potência do sistema sem conhecer o telhado e suas particularidades. “A inclinação, a orientação e possíveis sombreamentos devem ser considerados”, destaca o engenheiro.

Outros aspectos técnicos importantes para orientar a seleção do módulo fotovoltaico são a eficiência (diretamente relacionada à maior ou menor geração de energia por metro quadrado) e o coeficiente térmico. Este último impacta na geração de energia, especialmente em dias de calor excessivo.

“Também é necessário certificar-se da confiabilidade do fabricante do equipamento. O interessante é que ele possua escala global e seja capaz de oferecer elevada qualidade e bom atendimento ao cliente”, recomenda Fernandes Neto.

DURABILIDADE E MANUTENÇÃO

A vida útil dos módulos fotovoltaicos costuma girar em torno de 25 a 30 anos. Normalmente, os fabricantes oferecem garantia de 10 anos para defeitos de fabricação e de 25 anos para garantia de desempenho, com 80% da sua eficiência.

O sistema, de modo geral, requer pouca manutenção. É necessário verificar a poeira sobre os equipamentos e os dejetos de animais que podem impedir que a radiação solar alcance as células fotovoltaicas. “No mais, deve-se realizar a limpeza das placas apenas na superfície de vidro, eliminando sujeira, folhas e poeira que possam se acumular no equipamento", orienta o engenheiro da Envo.

PAINÉIS MONO E POLICRISTALINOS

Entre as tecnologias mais usuais estão o módulo de silício policristalino, que apresenta custo mais acessível e por isso mesmo é o mais utilizado, e o módulo de silício monocristalino, que ganha em eficiência
Rafael Sabetzki

Há múltiplas tecnologias utilizadas na produção dos painéis fotovoltaicos e que conferem a esses equipamentos diferentes graus de eficiência. “Entre as mais usuais estão o módulo de silício policristalino, que apresenta custo mais acessível e por isso mesmo é o mais utilizado, e o módulo de silício monocristalino, que ganha em eficiência”, comenta o engenheiro Rafael Sabetzki, diretor técnico da Petinelli. Um painel menos eficiente é o que produz menos watts por hora por m². Isso significa que será necessária uma área maior de painéis policristalinos para gerar a mesma quantidade de watts/m² que o painel monocristalino.

Há, ainda, os painéis solares de filme fino e os híbridos, mais aproveitados para aplicações na horizontal, em fachadas.

Além dos módulos fotovoltaicos, os inversores são componentes críticos em uma instalação para microgeração de energia solar. Esses equipamentos são responsáveis pela conversão da corrente contínua produzida pelos painéis em corrente alternada, em sincronia com a rede elétrica. Quando têm até 10 kW de potência, os inversores devem ser certificados pelo Inmetro.

Para Rafael Sabetzki, é importante que a escolha dos inversores, assim como dos painéis, não seja pautada apenas pelo preço. “Muitas vezes o barato pode sair caro. Por isso, vale conferir a reputação do fornecedor, se ele oferece assistência técnica e o tempo de garantia”, conclui.

Para saber mais: Entenda as diferenças e vantagens das energias solar fotovoltaica e termossolar

Colaboração técnica

Álvaro Augusto Fernandes Neto – Formado em engenharia elétrica e eletrônica pela Poli-USP, com especialização em administração e finanças. É gerente comercial na Envo Energia Solar, empresa do Grupo CPFL Energia.
Rafael Sabetzki – Engenheiro eletricista, é diretor técnico da Petinelli.