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Como comprar painéis termoisolantes?

Painéis devem ser escolhidos em função de aspectos arquitetônicos e construtivos. Desempenho térmico varia de acordo com a espessura e com o material isolante

Publicado em: 23/11/2022Atualizado em: 14/12/2022

Texto: Juliana Nakamura

foto de uma pessoa segurando uma espátula e uma tabua com argamassa líquida em cima
(Foto: Shutterstock)

A utilização de painéis termoisolantes em fachadas e em fechamentos laterais tem sido impulsionada pela necessidade de garantir maior eficiência energética às construções, seja por exigência de certificações ambientais e de normas como a ABNT NBR 15.575, seja motivada por preocupações com o custo operacional dos edifícios, sobretudo com ar-condicionado.

Capazes de diminuir as trocas térmicas entre ambientes, esses produtos podem apresentar diferentes configurações. As mais usuais contemplam duas chapas de aço e um miolo composto por material isolante, como lãs minerais, EPS (poliestireno expandido) e espumas rígidas de poliuretano (PUR) e de poliisocianurato (PIR). Há, também, os painéis arquitetônicos com isolamento térmico contínuo, conhecidos como EIFS (exterior insulation and finish systems). Leves, eles podem ser aplicados como revestimento sobre qualquer tipo de superfície, como paredes de alvenaria e de concreto.


O que considerar na hora de especificar painéis termoisolantes?

O aperfeiçoamento da indústria fez com que as opções de acabamento para os painéis termoisolantes se multiplicassem. Se no passado os produtos tinham um aspecto de frigorífico ou sala fria, hoje é possível encontrar soluções em uma ampla variedade de cores, texturas e de padrões. Há, por exemplo, opções que reproduzem com fidelidade a aparência de outros materiais, como granito e aço corten. Existem, ainda, painéis autoportantes com acabamento interno em gesso. Com isso, o material que era restrito a empreendimentos industriais e de varejo, começou a conquistar espaço em obras residenciais e comerciais.

Também são múltiplas as opções de isolantes que oferecem variados níveis de desempenho térmico em função de sua densidade e espessura. Atualmente, as soluções mais utilizadas empregam poliuretano (PUR) e poliisocianurato (PIR). Ambos têm como principal atributo o coeficiente mínimo de transmissão térmica. Para se ter uma ideia, um painel de PIR de 50 cm apresenta a mesma termicidade de uma peça de concreto de 2,5 m de espessura.

O comportamento em caso de incêndio é uma propriedade importante ao escolher painéis com materiais isolantes. Tanto o PUR, quanto o PIR, não apresentam gotejamento e têm coeficiente de transmissão de fumaça bastante baixo. “Mas o PIR é uma evolução do PUR no que tange a reação ao fogo”, explica Vitória Bragança, arquiteta na Kingspan Isoeste.

Outros requisitos de seleção

O atendimento aos requisitos estéticos costuma ser o primeiro fator considerado no momento da escolha dos painéis termoisolantes. “Na sequência, deve-se verificar as espessuras e pesquisar a melhor orientação para instalação (vertical ou horizontal) para acomodar as pretensões arquitetônicas”, diz William Medeiros, gerente técnico, comercial e de marketing da Sto Brasil.

Também é fundamental conciliar a escolha do painel com o planejamento da obra. “Sempre que falamos sobre construtivos isotérmicos, nos referimos a obras leves, que possuem modulações a serem estudadas com antecedência”, afirma Bragança. Ela lembra que a estrutura de uma edificação com painéis termoisolantes é bem mais leve que uma obra convencional, impactando positivamente o custo total, especialmente na etapa de fundações.

Outro ponto-forte dos painéis termoisolantes é constituir uma solução industrializada, com instalação ágil e facilitada, geralmente com encaixes macho-fêmea e sobreposição das chapas. Isso deve ser considerado, também, no planejamento da obra.

Ao comparar diferentes painéis termoisolantes, uma recomendação é verificar se o produto possui alguma certificação, o histórico de obras atendidas e o tempo de garantia oferecido pelo fabricante. Da mesma forma, para garantir segurança e desempenho, é imprescindível que a montagem seja feita por profissionais credenciados.

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Colaboração técnica

William Medeiros –Engenheiro civil com MBA em Administração e Gestão de Empresas pela FGV. Iniciou sua carreira profissional na área comercial na Cerâmica Gyotoku e, desde 2014, atua como gerente técnico, comercial e de marketing na Sto Brasil.
Vitória Bragança – Arquiteta e urbanista graduada na Universidade Evangélica de Anápolis. Com experiências com projetos residenciais, comerciais, de interiores, é arquiteta especificadora na Kingspan Isoeste.