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Como comprar e instalar concertina? Entenda e evite erros comuns

Disponível em diferentes tipologias e modelos, solução tem instalação simples e pode ser usada na proteção perimetral de qualquer edificação. Saiba mais

Publicado em: 13/12/2019Atualizado em: 14/12/2022

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

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Material está disponível no mercado em diferentes modelos, com destaque para as galvanizadas, a galvalume e as produzidas com aço inox (Foto: Horus2017/ Shutterstock)

Solução que protege contra invasões, a concertina é usada na segurança patrimonial de empreendimentos comerciais, industriais e residenciais. Diferentemente dos arames farpados, que recebem as pontas perfurantes após a fabricação, o material tem seus fios já produzidos com as lâminas. Além do filamento principal, o conjunto é composto por outros itens, como hastes, parafusos, buchas e grampos para amarração.

Ainda não desenvolveram produto mais eficaz do que a concertina para criar barreiras físicas. Ela inspira receio naqueles que pensam em entrar no imóvel sem autorização
Claudio Xavier

“Ainda não desenvolveram produto mais eficaz do que a concertina para criar barreiras físicas. Ela inspira receio naqueles que pensam em entrar no imóvel sem autorização”, destaca Claudio Xavier, consultor da Perimetral Segurança. A sensação de tranquilidade assegurada aos ocupantes da edificação é garantida pela característica cortante do sistema, que evita que pessoas indesejadas consigam passar sobre muros, grades, portões, entre outros.

O material está disponível no mercado em diferentes modelos, com destaque para as galvanizadas, a galvalume e as produzidas com aço inox. A galvanizada é a básica, enquanto a galvalume, que recebe maior percentual de zinco, silício e alumínio, ocupa o posto de mais utilizada devido à sua qualidade e vida útil superior. Já a de aço inox apresenta o melhor desempenho, porém, seu uso fica restrito a situações específicas, como em áreas muito próximas ao mar e regiões com alto índice de chuva ácida.

“Colocadas sobre os muros, aparentemente, as concertinas são todas iguais. Mas existem diferentes variações em termos de qualidade, como acontece com qualquer produto”, comenta Xavier. Além do tipo de matéria-prima, o sistema apresenta também modelos variados, como as simples, flat e dupla clipada. “Essa última oferece maior proteção, além de instalação mais rápida e fácil”, explica.

Como comprar

Na compra da concertina, além do tipo e modelo, é necessário definir a dimensão das voltas. “Algumas têm circunferências com diâmetro de 30 cm, outras com 45 cm. Essa escolha é feita pelo cliente, indicando se prefere um visual mais aberto ou fechado”, conta Leandro Grella, diretor comercial da empresa Telas Piracicaba, informando que o produto é vendido em rolos com 10 m de material.

O comprador deve ser informado sobre o rendimento do sistema, ou seja, quantos metros de muro são cobertos com cada rolo. “Essa característica varia para cada concertina”, informa Xavier, explicando que, se o material for esticado ou amassado, não voltará ao seu formato original. “Nesse caso, até é possível fazer com que ela atinja todo o perímetro da instalação, porém ficará torta e com aspecto visual desagradável”, complementa.

Por ser bastante cortante, a concertina é embalada dentro de caixas e o ideal é mantê-la armazenada assim até chegar ao local da instalação, evitando qualquer tipo de acidente
Leandro Grella

Cuidado importante logo após a compra está no transporte do sistema até o canteiro de obras. “Por ser bastante cortante, a concertina é embalada dentro de caixas e o ideal é mantê-la armazenada assim até chegar ao local da instalação, evitando qualquer tipo de acidente”, recomenda Grella. Manusear o produto sem atenção ou desprezando os equipamentos de segurança aumenta bastante a possibilidade e o risco de cortes ou perfurações.

Instalação

A fixação da concertina no muro deve ser realizada por, pelo menos, dois profissionais. Ambos devem vestir luvas de raspa para proteger as mãos e desenrolar o rolo antes de subir na escada. “Muitos instaladores levam a concertina fechada para o lado de cima e vão abrindo o produto quando já estão no alto”, diz Xavier, advertindo que esse procedimento não é seguro porque pode resultar em quedas.

De acordo com Grella, a concertina não é fácil de ser cortada, afinal, precisa se manter íntegra para garantir a segurança. “No entanto, por meio da técnica e das ferramentas adequadas, o instalador consegue parti-la para atender perímetros menores”, fala. Basicamente, existem dois procedimentos para a instalação do sistema, um usado para os produtos simples e o outro indicado para os duplos clipados.

No caso das simples, o trabalho começa com a fixação das hastes, sendo que o mínimo recomendado para cada sistema é três — uma em cada extremidade e a outra no meio. Usando uma furadeira, o profissional realiza as perfurações no muro e insere as buchas de nylon; na sequência, as hastes são parafusadas. Logo depois, é realizada a passagem dos arames guias pelas hastes, primeiro na parte inferior e depois na superior. Por fim, a concertina é clipada em ambos os arames, sempre respeitando a distância entre as voltas.

Por outro lado, a dupla clipada dispensa o uso das hastes. Ela é fixada diretamente no muro com o uso de chapinhas, que são presas com o uso da dupla bucha e parafuso. A emenda dos rolos é feita com o alicate para estofador, com a primeira clipagem sendo feita conforme o alinhamento dos clips do rolo já instalado.

Leia também: O que é manutenção preventiva, preditiva e corretiva?

Erros comuns

Entre as falhas mais comuns e graves do procedimento de instalação está a realização do trabalho sem os cuidados com a segurança. “Alguns profissionais não seguem as recomendações dos fabricantes, e persistem nesse erro até o momento em que acabam se machucando”, adverte Xavier. Além das orientações da indústria, é importante realizar toda a tarefa atendendo as diretrizes da norma de trabalho em altura (NR35).

Outro problema que acontece com certa frequência é o uso de produtos que não são compatíveis com a realidade da instalação. “Os itens metálicos complementares, como hastes, arames e parafusos, devem receber tratamentos que reduzem a incidência da ferrugem. Caso contrário, acabam oxidando de maneira precoce e interferem diretamente na vida útil de todo o sistema”, explica Xavier.

Complementando a segurança

A proteção proporcionada pelas concertinas tem potencial de expansão com o uso de soluções adicionais. “O sistema pode ser eletrificado”, exemplifica Grella. Nesse caso, a instalação apresentará os mesmos benefícios das cercas elétricas, inclusive, com a possibilidade de acionamento de alarme no caso de algum contato. “É a mescla de dois elementos de segurança em um único”, afirma Xavier.

A criação das concertinas eletrificadas veio após a indústria observar que, em determinadas regiões, era comum o uso do produto em conjunto com as cercas elétricas. “Essa opção está disponível no mercado e é instalada da mesma maneira que as duplas clipadas. Outra vantagem é que, quem já tem a concertina, pode somente comprar um kit de eletrificação e instalá-lo sem precisar retirar o material do muro”, finaliza Xavier.

Leia também: Como instalar cercas elétricas

Colaboração técnica

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Claudio Xavier — É consultor da Perimetral Segurança.
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Leandro Grella — Ocupa o cargo de diretor comercial na empresa Telas Piracicaba.